quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Um Golpe de Estado em andamento!


Um Golpe de Estado em andamento!

Capa de 'Veja' demonstra que Direitas neofascistas tupiniquins querem destruir com Lula e o PT e, depois, enquadrar ou derrubar Dilma, tal como fizeram com Jango, em 1964!

A ridícula matéria de capa de 'Veja' desta semana mostra que está em andamento uma nova tentativa golpista no país.
Não se pode esquecer, antes de mais nada, que a 'Veja' é uma publicação sem nenhuma credibilidade e que possui fortíssimas conexões com Carlinhos Cachoeira, que é algo que já foi comprovado, inclusive, por investigações feitas pela Polícia Federal.
A matéria de capa desta semana, inclusive, cita fontes 'em off' e as supostas declarações de Marcos Valério não foram gravadas. Valério não falou nada. A 'Veja' não tem uma declaração sequer dele que tenha sido gravada. Isso mesmo! Dá para acreditar numa coisa ridícula dessas?
Tudo o que esse panfleto neonazista de quinta categoria, que é a 'Veja', publicou foi com base no 'ouvi dizer que alguém ouviu de Valério que ele disse tais coisas'. Desde quando que o nome disso é jornalismo, hein?
Aliás, 'Veja' adora fazer reportagens sem que nada tenha sido gravado, né? Patético! E ainda existem pessoas que levam essa publicação à sério. Bem, idiotas é o que não faltam nesse mundo.
Aliás, essa é a mesma ladainha de sempre, que já vimos, por exemplo, na famigerada história do 'grampo sem áudio' envolvendo o - assim chamado pela 'Veja' - 'Mosqueteiro da Ética', o ex-senador cassado DEMóstenes Torres, e o ministro do STF, Gilmar Mendes.
Então, qual seria a trama para levar adiante esse Golpe?

Resumidamente, seria a seguinte:
1) Condenar todos os membros do PT que estão sendo julgados pelo STF atualmente, com o objetivo de destruir com a imagem do partido perante o eleitorado, enfraquecendo-o fortemente.
2) Fazer uma brutal pressão sobre Marcos Valério para que o mesmo use da 'delação premiada' a fim de envolver o ex-presidente Lula no escândalo, dizendo que o mesmo era o 'chefe' e o responsável por tudo o que está relacionado ao caso da AP 470.
3) Submeter o ex-presidente Lula a um futuro julgamento no mesmo STF, condenando-o sumariamente, tal como está sendo feito atualmente, onde 'provas tênues' estão sendo consideradas mais do que suficientes para se condenar os acusados e no qual um ministro do STF, Luis Fux, disse que o ônus da prova cabe ao acusado e não ao acusador, jogando as leis brasileiras na lata de lixo.

O objetivo disso seria destruir com a imensa popularidade de Lula e, assim, inviabilizar qualquer possibilidade dele se candidatar novamente à Presidência da República ou de influenciar decisivamente na sucessão presidencial de 2014, na qual irá apoiar a presidenta Dilma, é claro.
4) Com o PT destruído, com os movimentos sociais acuados e com a imagem e a popularidade de Lula no chão, a Grande Mídia e a oposição demotucana neofascista, reacionária e golpista promoveriam uma brutal campanha contra Dilma, para forçá-la a se afastar de todos eles, tal como já tentaram fazer no início do mandato dela, inclusive.

Com o fracassso da campanha naquele momento, a Grande Mídia iniciou um processo, organizado e articulado, para derrubar os ministros que haviam sido indicados pelo ex-presidente Lula ou que haviam participado do seu governo e que continuaram em seus cargos no governo Dilma, mesmo que não houvesse prova alguma contra os mesmos, tal como aconteceu com o então ministro do Esporte, Orlando Silva, contra o qual não se provou coisa alguma.
Porém, tal plano fracassou, pois Dilma e Lula continuaram sendo aliados e a popularidade da presidenta não parou de subir desde então, já tendo atingido os 75,7% de aprovação pessoal, segundo a mais recente pesquisa. 

 5) Sem o apoio e a sustentação de Lula, dos movimentos sociais e do PT, a presidenta Dilma passaria a depender apenas de partidos conservadores e da Grande Mídia para governar, tornando-se politicamente refém dos mesmos.
6) Neste contexto, estaria aberto o caminho para que se levasse adiante um Golpe de Estado Judiciário e Midiático contra a presidenta Dilma, com características muito semelhantes ao que ocorreu recentemente no Paraguai, contra o presidente, democraticamente eleito, Fernando Lugo.

O ex-presidente Lugo não tinha um partido político progressista forte e organizado e tampouco movimentos sociais enraizados na sociedade para lhe dar sustentação política-institucional e, assim, poder governar com uma certa margem de manobra em relação às forças conservadoras, direitistas e reacionárias do país.
Sem tais forças de sustentação política de características mais progressistas (que Lula teve e Dilma também possui), Fernando Lugo tornou-se dependente do apoio de segmentos das forças conservadoras para governar o Paraguai, principalmente do PLRA, do qual o seu então Vice-Presidente, Federico Franco, é integrante.
Tudo isso acabou resultando num Golpe de Estado organizado e promovido por estas mesmas forças, que usaram de um falso pretexto para derrubá-lo.
Contra a presidenta Dilma, seria levado adiante o mesmo plano golpista.
Para que isso seja viabilizado, no entanto, é preciso destruir com o PT, reprimir e acuar os movimentos sociais e, mais ainda, acabar com a imagem e com a popularidade do ex-presidente Lula.
As forças direitistas, reacionárias e golpistas do país já perceberam que enquanto o PT, os movimentos sociais e o presidente Lula continuarem desempenhando um papel importante no país, nenhuma plano golpista para tomar o controle do governo federal será bem sucedido.
Tais forças golpistas e reacionárias desejam fazer com que a presidenta Dilma fique na mesma situação em que se encontrava o então presidente João Goulart durante o Golpe de Abril de 1964.

Durante o movimento golpista, Jango teve uma conversa com o então comandante do Segundo Exército (sediado em São Paulo), Amaury Kruel, que lhe disse (por telefone) que se ele se afastasse dos movimentos sociais (CGT, UNE, sindicatos, PTB, PCB, Brizola, Arraes, etc) ele poderia concluir o seu mandato.
Jango, é claro, se recusou a aceitar tamanha humilhação e a se afastar de seus aliados políticos, preferindo ser derrubado do que traí-los.

A jogada de 'Veja', que é uma típica representante do que existe de mais retrógrado e pré-histórico na sociedade brasileira, é essa.
Porém, eles não conseguirão atingir os seus objetivos.

O povo brasileiro sabe o que conquistou durante o governo Lula e, agora, no governo Dilma, e não está disposto a abrir mão disso em função de um discurso e de uma postura pseudo-moralista, tipicamente udenista e golpista de uma Grande Mídia totalmente desprovida de credibilidade, que se envolve com organizações criminosas com alto poder corruptor (como é o caso daquela comandada por Carlinhos Cachoeira) e que representa os interesses de meia-dúzia de gatos pingados, de uma minoria da sociedade e da população, embora os mesmos possuam um grande poder midiático e financeiro em suas mãos.

E é justamente por que ainda possuem muito poder é que tais movimentações golpistas não devem ser desprezadas. Jamais se deve desprezar a força do inimigo e o combate ao mesmo tem que ser permanente, sem trégua de qualquer espécie.
Afinal, porque a América Latina passou a ser palco de tantos Golpe de Estado nos últimos anos e em inúmeros países (Venezuela, Bolívia, Equador, Honduras, Paraguai)?
Simples: As Direitas da região já perceberam que elas não conseguem mais chegar ao poder através de eleições. As únicas maneiras que sobraram para se conseguir isso foram os Golpes de Estado (vitoriosos em Honduras, em 2009, e no Paraguai, em 2012) e as fraudes eleitorais (como as que sempre ocorrem no México, em todas as eleições presidenciais).

Na América do Sul, por exemplo, líderes e partidos progressistas foram vitoriosos nas mais recentes eleições presidenciais realizadas no Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia, Peru, Equador, Uruguai e Paraguai.
A única derrota das forças progressistas, em eleições, na região, ocorreu no Chile, mas o atual presidente direitista do país, Sebastián Piñera, tornou-se extremamente impopular e todas as pesquisas mostram um favoritismo total da ex-presidenta Michele Bachelet (que saiu do governo com cerca de 80% de aprovação) para as próximas eleições presidenciais.
Apenas na Colômbia é que as esquerdas não são uma alternativa real de poder porque sempre que elas se organizam em movimentos políticos legais e pacíficos, os seus líderes e militantes são mortos feitos moscas, aos milhares, tal como aconteceu com a Unión Patriótica na década de 1980.
Até mesmo na América Central, que desde as últimas décadas do século XIX é um tradicional e infeliz 'quintal' dos EUA, tivemos a vitória de Daniel Ortega, da FSLN, na Nicarágua, e de Mauricio Funes, da FMLN, em El Salvador, nas mais recentes eleições realizadas nestes países.
Enquanto Daniel Ortega é um forte e leal aliado de Hugo Chávez, o presidente salvadorenho Mauricio Funes é um aliado muito próximo de Lula e do governo brasileiro.
Assim, se não apelar para golpes ou fraudes, as forças direitistas, reacionárias e golpistas da América Latina terão reduzidas chances de se chegar ao poder novamente nos países da região.

E é justamente isso que explica todas essas tentativas golpistas das forças reacionárias da América Latina nos últimos anos e que não deverão cessar num futuro tão próximo (muito provavelmente, jamais cessarão).

Atualmente, muitas pessoas podem argumentar que os golpistas tupiniquins tem pouco ou quase nenhum apoio popular para levar adiante as suas tentativas golpistas. É verdade.
Mas não custa nada lembrar que isso também era verdade em Agosto-Setembro de 1961, quando setores conservadores das Forças Armadas tentaram impedir a posse de João Goulart na presidência da República e acabaram sendo derrotados devido ao surgimento da 'Rede da Legalidade', comandada por Leonel Brizola, que acabou conseguindo atrair a maioria da população para a defesa da posse de Jango na presidência da República, tal como determinava a Constituição da época.
Porém, isso não impediu que, em Abril de 1964, menos de três anos depois, os golpistas fossem vitoriosos, derrubassem Jango e implantassem uma Ditadura Militar que durou 21 anos.
Portanto, nos próximos anos, todo cuidado é pouco com as tentativas golpistas das direitas reacionárias e neofascistas latino-americanas, pois elas não irão, sob hipótese alguma, abandonar os seus planos golpistas.
No Pasarán!

Obs: Para encerrar, aqui vai um aviso ao PT, Lula, Dilma e para o Zé Dirceu:
Quem poupa o inimigo, nas mãos lhe cai. 
Fonte: Guerrilheiros do anoitecer.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Veja blefa e não tem fita gravada

247 – Algoz dos chamados “mensaleiros”, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel não comprou a estória relatada por Veja neste fim de semana, segundo a qual Marcos Valério estaria espalhando a “interlocutores” próximos a tese de que Lula era o verdadeiro chefe do mensalão. Gurgel disse que Valério é um “jogador” e que suas declarações devem ser tomadas com cautela – ainda que o advogado de Valério, Marcelo Leonardo tenha negado que seu cliente tenha dado qualquer declaração a Veja.
Ocorre que Valério não é o único “jogador”. Assim como ele, a revista Veja, de Roberto Civita, também decidiu jogar cartas. O objetivo, evidentemente, é aniquilar o ex-presidente Lula. E como numa partida de truco, Veja blefou sem ter o Zap – a carta que derruba todas as outras. No caso concreto, o Zap seria a fita com a entrevista de Marcos Valério. E a possibilidade de que essa fita exista é remotíssima, praticamente nula.

A “existência” da fita, até agora, só foi confirmada pelo jornalista Ricardo Noblat. Disse ele que Valério deu entrevista a Veja e que, depois disso, diante da discordância do advogado Marcelo Leonardo, ele teria recuado e pedido à direção da revista Veja que a publicasse de forma indireta – atribuindo suas declarações a terceiros.
Ocorre que, para que essa estória fosse verdadeira, Valério teria que ter algum poder de pressão sobre Veja. Com que argumento um empresário praticamente falido, à beira da prisão, convenceria um jornalista e uma revista que caça Lula há oito anos a não publicar uma entrevista tão bombástica? Seria impossível qualquer tipo de acordo.

Se é assim, por que o PT ou os “petralhas” (como diz Reinaldo Azevedo) então não pedem a fita? Por uma razão bastante simples. Ninguém sabe, a esta altura do campeonato, qual é o estado emocional de Marcos Valério, um empresário que serviu ao PSDB, ao PT e que, em vez de ser recompensado, está prestes a ser preso. E por muitos anos.

O truque de Veja foi simplesmente utilizar uma das artimanhas mais manjadas do jornalismo – mas com uma audácia inédita. O “disse a interlocutores próximos” sempre foi um recursos utilizados por dois tipos de jornalistas: os que simplesmente inventam “offs” e aqueles que, de boa fé, aproximam-se de fontes que possuem informações relevantes, mas não podem se identificar. Só que, nestes casos, as “declarações” não são colocadas entre aspas – e nem vendidas aos leitores, na primeira página, como uma entrevista em “on”, com fita e gravador.

A reportagem foi apenas a peça inicial de um golpe engendrado. Uma entrevista inventada, tomada por verdade por adversários de Lula na política e nos meios de comunicação, e que paira no ar como o pretexto para uma futura ação judicial contra o ex-presidente.
Um blefe. Uma trucada. Mas sem o Zap.

Fala, Valério! Fala! Fala
do Dantas e dos tucanos!

“Queria muito que o Sr. Marcos Valério viesse falar nos canais de televisão, nos jornais, não a partir de aspas inventadas”, disse o senador Jorge Viana.

O Conversa Afiada reproduz trecho do discurso corajoso (até que enfim o PT começa a abrir o bico !) do Senador Jorge Viana (veja a íntegra na TV Afiada):

(…)

Queria muito que o Sr. Marcos Valério viesse falar nos canais de televisão, nos jornais, não a partir de aspas inventadas, mas a sua própria voz, contando a origem dessa organização criminosa de desviar dinheiro público para financiar partidos e base aliada. Certamente, se isso fosse feito, se o Sr. Marcos Valério falasse…

Quem está falando aqui é um Senador do PT. Eu queria muito que nós conhecêssemos a fita ou as fitas ou ouvíssemos a voz e os escritos do Sr. Marcos Valério contando a história, que começou em 98, com o PSDB e o PFL; passou por outros partidos, que estão firmes na República, e alcançou o PT. Lamento pelos erros do meu Partido, lamento que o PT não se conteve e caiu na tentação de achar um caminho fácil para resolver o problema da difícil composição de governo em nosso País por conta da legislação.

Se o Sr. Marcos Valério falar, gravar, contar a história, eu não tenho dúvida de que vai ficar mais fácil para os Ministros do Supremo julgar sem cometer injustiça, mas eu não tenho nenhuma dúvida de que o nosso País ficará melhor, porque a hipocrisia, o faz de conta vai ficar para trás, e aqueles que tentam dar lição de moral, que moral nenhuma têm para nos dar lição de moral, vão ter que dar explicações ao País porque criaram uma organização criminosa e agora tentam jogar a culpa no Partido dos Trabalhadores e tentam trazer o Presidente Lula para um debate do qual ele está muito distante, pela vida, pelo que construiu neste País.

(…)


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Por que eles têm tanto medo do Lula?

Por que eles têm medo do Lula?

Lula virou o diabo para a direita brasileira, comandada por seu partido – a mídia privada. Pelo que ele representa e por tê-los derrotado três vezes sucessivas nas eleições presidenciais, por se manter como o maior líder popular do Brasil, apesar dos ataques e manipulações de todo tipo que os donos da mídia – que não foram eleitos por ninguém para querer falar em nome do país – não param de maquinar contra ele.
Primeiro, ele causou medo quando surgiu como líder operário, que trazia para a luta política aos trabalhadores, reprimidos e super-explorados pela ditadura durante mais de uma década e o pânico que isso causava em um empresariado já acostumado ao arrocho salarial e à intervenção nos sindicatos.

Medo de que essa política que alimentava os superlucros das grandes empresas privadas nacionais e estrangeiras – o santo do chamado “milagre econômico” -, terminasse e, com ela, a possibilidade de seguirem lucrando tanto às custas da super-exploração dos trabalhadores.

Medo também de que isso tirasse as bases de sustentação da ditadura – além das outras bases, as baionetas e o terror – e eles tivessem que voltar às situações de incerteza relativa dos regimes eleitorais.

Medo que foi se acalmando conforme, na transição do fim do seu regime de ditadura militar para o restabelecimento da democracia liberal, triunfavam os conservadores. Derrotada a campanha das diretas, o Colégio Eleitoral consagrou um novo pacto de elite no Brasil, em que se misturavam o velho e o novo, promiscuamente na aliança PMDB-PFL, para dar nascimento a uma democracia que não estendia a democracia às profundas estruturas econômicas, sociais e midiáticas do país.

Sempre havia o medo de que Lula catalizasse os descontentamentos que não deixaram de existir com o fim da ditadura, porque a questão social continuava a arder no país mais desigual do continente mais desigual do mundo. Mas os processos eleitorais pareciam permitir que as elites tradicionais retomassem o controle da vida política brasileira.

Aí veio o novo medo, que chegou a pânico, quando Lula chegou ao segundo turno contra o seu novo queridinho, Collor, o filhote da ditadura. E foi necessário usar todo o peso da manipulação midiática para evitar que a força popular levasse Lula à presidencia do Brasil, da ameaça de debandada geral dos empresários se Lula ganhasse, à edição forjada de debate, para tentar evitar a vitória popular.

O fracasso do Collor levou a que Roberto Marinho confessasse que eles já não elegeriam um presidente deles, teriam que buscar alguém no outro campo, para fazê-lo seu representante. Se tratava de usar de tudo para evitar que o Lula ganhasse. Foram buscar ao FHC, que se prestou a esse papel e parecia se erigir em antidoto permanente contra o Lula, a quem derrotou duas vezes.

Como, porém, não conseguem resolver os problemas do país, mas apenas adiá-los – como fizeram com o Plano Real -, o fantasma voltou, com o governo FHC também fracassando. Tentaram alternativas – Roseana Sarney, Ciro Gomes, Serra -, mas não houve jeito.

Trataram de criar o pânico sobre a possibilidade da vitória do Lula, com ataque especulativo, com a transformação do chamado “risco Brasil” para “risco Lula”, mas não houve jeito.

Alivio, quando acreditaram que a postura moderada do Lula ao assumir a presidência significaria sua rendição à politica econômica de FHC, ao “pensamento único”, ao Consenso de Washington. Por um lado, saudavam essa postura do Lula, por outro incentivavam os setores que denunciavam uma “traição” do Lula, para buscar enfraquecer sua liderança popular. No fundo acreditavam que Lula demoraria pouco no governo, capitularia e perderia liderança popular ou colocaria suas propostas em prática e o país se tornaria ingovernável.

Quando se deram conta que Lula se consolidava, tentaram o golpe em 2005, valendo-se de acusações multiplicadas pela maior operação de marketing político que o pais ja conheceu – desde a ofensiva contra o Getúlio, em 1954 -, buscando derrubar o Lula e sepultar por muito tempo a possibilidade de um governo de esquerda no Brasil. Colocavam em prática o que um ministro da ditadura tinha dito: Um dia o PT vai ganhar, vai fracassar e aí vamos poder governar o país sem pressão.”
Chegaram a cogitar um impeachment, mas tiveram medo do Lula, da sua capacidade de mobilização popular contra eles. Recuaram e adotaram a tática de sangrar o governo, cercando-o no Parlamento e através da mídia, até que, inviabilizado, fosse derrotado nas eleições de 2006.

Fracassaram uma vez mais, quando o Lula convocou as mobilizações populares contra os esquemas golpistas, ao mesmo tempo que a centralidade das políticas sociais – eixo do governo Lula, que a direita não enxergava, ou subestimava e tratava de esconder – começava a dar seus frutos. Como resultado, Lula triunfou na eleições de 2006, ao contrário do que a direita programava, impondo uma nova derrota grave às elites tradicionais.

O medo passou a ser que o Brasil mudasse muito, tirando suas bases de apoio tradicionais – a começar por seus feudos políticos no nordeste -, permitindo que o Lula elegesse sua sucessora. Se refugiaram no “favoritismo” do Serra nas pesquisas – confiando, uma vez mais, na certeza do Ibope de que o Lula não elegeria sua sucessora.

Foram de novo derrotados. Acumulam derrota atrás de derrota e identificam no Lula seu grande inimigo. Ainda mais que nos últimos anos do seu segundo mandato e na campanha eleitoral, Lula identificou e apontou claramente o papel das elites tradicionais, com afirmações como a de que ele demonstrou “que se pode governar o Brasil, sem almoçar e jantar com os donos de jornal”. Quando disse que “não haverá democracia no Brasil, enquanto os políticos tiverem medo da mídia”, entre outras afirmações.

Quando, depois de seminário que trouxe experiências de regulações democráticas da mídia em varias partes insuspeitas do mundo, elaborou uma proposta de lei de marco regulatório para a mídia, que democratize a formação da opinião pública, tirando o monopólio do restrito número de famílias e empresas que controlam o setor de forma antidemocrática.

Além de tudo, Lula representa para eles o sucesso de um presidente que se tornou o líder político mais popular da história do Brasil, não proveniente dos setores tradicionais, mas um operário proveniente do nordeste, que se tornou líder sindical de base desafiando a ditadura, que perdeu um dedo na máquina – trazendo no próprio corpo inscrita a sua origem e as condições de trabalho dos operários brasileiros.

Enquanto o queridinho da direita partidária e midiática brasileira, FHC, fracassou, Lula teve êxito em todos os campos – econômico, social, cultural, de políticas internacional -, elevando a auto-estima dos brasileiros e do povo brasileiro. Lula resgatou o papel do Estado – reduzido à sua mínima expressão com Collor e FHC – para um instrumento de indução do crescimento econômico e de garantia das políticas sociais. Derrotou a proposta norteamericana da Alca – fazer a América Latina uma imensa área de livre comércio, subordinada ao interesses dos EUA -, para priorizar os projetos de integração regional e os intercâmbios com o Sul do mundo.

Lula passou a representar o Brasil, a América Latina e o Sul do mundo, na luta contra a fome, contra a guerra, contra o monopólio de poder das nações centrais do sistema. Lula mostrou que é possível diminuir a desigualdade e a pobreza, terminar com a miséria no Brasil, ao contrário do que era dito e feito pelos governos tradicionais.
Lula saiu do governo com praticamente toda a mídia tradicional contra ele, mas com mais de 80% de apoio e apenas 3% de rejeição. Elegeu sua sucessora contra o “favoritismo” do candidato da direita.

Aí acreditaram que poderiam neutralizá-lo, elogiando a Dilma como contraponto a ele, até que se rendem que não conseguem promover conflitos entre eles. Temem o retorno do Lula como presidente, mas principalmente o temem como líder político, como quem melhor vocaliza os grandes temas nacionais, apontando para a direita como obstáculo para a democratização do Brasil.

Lula representa a esquerda realmente existente no Brasil, com liderança nacional, latino-americana e mundial. Lula representa o resgate da questão social no Brasil, promovendo o acesso a bens fundamentais da maioria da população, incorporando definitivamente os pobres e o mercado interno de consumo popular à vida do país.

Lula representa o líder que não foi cooptado pela direita, pela mídia, pelas nações imperiais. Por tudo isso, eles tem medo do Lula. Por tudo isso querem tentam desgastar sua imagem. Por isso 80% das referências ao Lula na mídia são negativas. Mas 69,8% dos brasileiros dizem que gostariam que ele volte a ser presidente do Brasil. Por isso eles tem tanto medo do Lula.

Postado por Emir Sader na Carta Maior em 17/09/2012.

domingo, 16 de setembro de 2012

Veja quer condenar o Lula


Veja quer condenar o Lula

Por Altamiro Borges

A revista Veja desta semana, que traz na capa o publicitário Marcos Valério e acusa o ex-presidente Lula de ser o “chefe” do mensalão, tem dois objetivos bem definidos. O primeiro, mais tático, é interferir na reta final das eleições municipais, utilizando o julgamento no STF para beneficiar os candidatos da oposição demotucana. O segundo, mais estratégico, é satanizar as forças de esquerda, centrando sua artilharia pesada contra Lula. A capa da revista é espalhafatosa, mas a “reporcagem” interna é pura especulação.

 Com os dois objetivos apontados acima, a Veja parte para o tudo ou nada. Ela não vacila em estimular abertamente uma crise institucional no país. O triste é que ela faz isto impunemente. Mais triste ainda é que muita gente alimenta este jornalismo mafioso e partidarizado. Até hoje, os chefões da Veja não foram convocados para depor na CPI do Cachoeira, apesar das provas de seus vínculos com o crime organizado. Até hoje o governo federal continua bancando milhões em publicidade nesta revista. Haja covardia!

 

'Veja' usa Valério para atacar Lula, mas publicitário desmente matéria

Publicado em Sábado, 15 Setembro 2012 22:23. Escrito por Jussara Seixas
Texto de capa da revista, construído com declarações de pessoas não identificadas, tenta envolver ex-presidente com o processo do chamado 'mensalão'


 São Paulo - O publicitário Marcos Valéria desmentiu hoje (15), por meio de seu advogado, reportagem de capa da revista Veja, segundo qual ele estaria disposto a revelar supostas histórias que comprometeriam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do chamado “mensalão”. 
A matéria é recheada de declarações entre aspas, mas seus pretensos autores são identificados genericamente com amigos e familiares. As declarações são colocadas da boca do próprio Valério, como se ele tivesse dado entrevista.
"O Marcos Valério não dá entrevistas desde 2005 e confirmou para mim hoje que não deu entrevista para a Veja e também não confirma o conteúdo da matéria", disse o advogado Marcelo Leonardo, que defende Valério no julgamento em curso no STF.
"Não sei de onde tiraram isso. Tem que perguntar para o jornalista que escreveu a matéria", afirmou o advogado. Ele disse não considerar necessário acionar Veja judicialmente. "O próprio perfil da revista torna desnecessário tomar qualquer atitude. O STF, por seus ministros, tem dito que eles julgam de acordo com a prova existente nos autos e não decidem com base em matérias que saem na imprensa. Entendo que essa matéria, que não tem conteúdo relativo a entrevista porque ele não deu nenhuma entrevista, não vai repercutir em nada no julgamento", argumentou.

Dilma cancela compromissos com grupo Abril

A informação de que Veja circularia com essa matéria em sua edição deste fim de semana teria sido o motivo pelo qual a presidenta Dilma Rousseff cancelou o almoço que teria ontem (14) com o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, bem como sua participação no evento Maiores e Melhores, da revista Exame, pertencente ao grupo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a compor uma mesa de debates durante o evento, ao lado do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman e do próprio Civita, mas levantou da mesa sem aviso prévio e também se retirou do encontro.
Com agências



Freire e Agripino excitados com Veja

Por Altamiro Borges

A edição da revista Veja desta semana, que traz na capa o publicitário Marcos Valério e acusa Lula de ser “o chefe do mensalão”, já deixou excitados os golpistas de plantão. O presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia, divulgou agora à tarde nota em que exige “explicações”. Já o deputado Roberto Freire, dono do PPS, sempre servil à oposição demotucana, pede a abertura de processo contra o ex-presidente. Como já virou hábito, a mídia direitista pauta os partidos da direita, hoje tão fragilizados.
As notas de Agripino Maia e Roberto Freire, dois políticos travestidos de vestais da ética, só confirmam que o julgamento do chamado “mensalão do PT” foi marcado nas vésperas das eleições com intento oportunista. A direita nativa não brinca em serviço e conta, em suas manobras, com a valiosa ajuda da mídia. A revista Veja publica uma capa escandalosa, as emissoras de televisão amplificam o assunto e os jornalões tratam de replicar o caso durante a semana. A jogada é velha, mas muita gente ainda não percebeu!

Imprensa hesita em repercutir Veja

247 - O título da matéria publicada no Estadão.com diz tudo. "Marcos Valério apontaria participação de Lula no Mensalão, afirma revista". Como a "bomba" de Veja contra Lula é toda construída no condicional (embora seja vendida na capa como uma entrevista real do publicitário), o título do Estadão está no futuro do pretérito. Apontaria, seria, poderia etc, etc.
A repercussão obtida pela reportagem, até agora, está restrita ao meio político, com declarações previsíveis de adversários de Lula, como Roberto Freire e Agripino Maia. Na imprensa, mesmo aquela considerada golpista pelo PT, ela tende a arrefecer, uma vez que o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, já desmentiu as afirmações atribuídas por Veja a seu cliente. Como a "bomba" de Veja contra Lula é toda no condicional, até veículos conservadores, como o Estadão, pisam no freio. Repercussão discreta também na Folha. Jornal da família Frias também não compra a história contada por Veja na suposta entrevista de Marcos Valério à publicação.

Civita deflagra operação para botar Lula na cadeia

16 de Setembro de 2012 às 04:56
247 –Reportagem ancorada em supostas declarações já negadas pelo empresário Marcos Valério produziu uma reação esperada: José Serra pediu que o Ministério Público investigasse a “entrevista” e levasse o caso ao STF. Ou seja: depois da Ação Penal 470, Lula também poderia vir a se tornar réu, ficando assim impedido de voltar à presidência.Ao longo dessa guerra santa deflagrada pela revista contra o chamado lulismo, nada foi tão ousado como a capa deste fim de semana, em que a revista sugere ter entrevistado Marcos Valério, pivô do mensalão, publicando entre aspas várias declarações já negadas pelo publicitário. Uma das aspas, a de que Lula não apenas sabia, como era o chefe de tudo e se engajava pessoalmente na arrecadação de um caixa de R$ 350 milhões do PT.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Dilma e o “Custo Brasil”

Um acerto de Dilma e o “Custo Brasil”

Renato Rabelo

Novamente o governo acerta e demonstra coerência com seu discurso de ampla resistência, a partir da pujança de nosso mercado interno, à crise financeira internacional. É neste sentido que se deve enquadrar a rotina de queda da taxa de juros, dos pacotes indutores de consumo e a atual – e significativa – redução das tarifas de energia elétrica.

Por Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB


Na média trata-se de uma redução de 20%, sendo que para a esfera da produção é de 28%. Esta medida não se encerra em si. A pauta da competitividade de nossa indústria ganhou amplo espaço desde o momento em que os Estados Unidos imputaram ao mundo uma guerra cambial, de caráter quase selvagem. Pode-se discutir sobre a velocidade e o tempo com que as medidas de defesa de nossa indústria têm ocorrido. Mas o fato é que o governo tem reagido em concordância com uma correlação de forças objetiva.

Produtividade e competitividade, em economia, são como um binômio. Aí está o alcance estratégico da redução das tarifas de energia elétrica. Sem energia elétrica barata e acessível é impossível o aumento da produtividade do trabalho e do consumo do povo. Sem produtividade do trabalho não existe competitividade. E a produtividade do trabalho e a competitividade industrial somente são possíveis nos marcos do aumento da taxa de investimentos com relação ao PIB.

Neste sentido é bom demarcarmos fronteira com a essência reacionária de determinados discursos sobre o chamado “Custo Brasil”. Não são os encargos trabalhistas ou direitos sociais conquistados que travam o desenvolvimento de nosso país. Ao contrário, são esses direitos que mantêm alguma capacidade de consumo. O problema é de outra natureza. É de aumentos dos investimentos via aumento de crédito e redução da carga fiscal sobre a produção. E é isso o que Dilma tem feito.

Economia em resistência, projeção de crescimento mais robusto para o próximo ano. O processo deve ser tomado em seu conjunto. No conjunto existem dois processos em marcha: o do enfrentamento gradual dos problemas que envolvem nossa economia, e o do acúmulo político de forças em torno de um claro discurso desenvolvimentista.

O epílogo desta luta ainda não está dado. A macroeconomia é determinante, logo, a taxa de juros precisa cair mais, o câmbio necessita caminhar a patamares mais coerentes com o nosso desenvolvimento e o fluxo de capitais externos precisa de algum controle. A racionalidade demanda compreender a complexidade de nosso país, onde as transformações são consequência de intensa luta política e que cada vez mais as transformações qualitativas dependem de ampla participação popular. É com este prisma que saúdo, mais uma vez, a disposição do governo com mais esta medida de caráter essencial. Desenvolvimento e energia elétrica são quase a mesma coisa. Acabou o tempo da vergonha nacional do "apagão".

domingo, 9 de setembro de 2012

PSDB é o partido mais corrupto do Brasil

Folha informa: petralha é lenda

Por Paulo Moreira Leite, na coluna Vamos combinar:
A liberdade de expressão permite que cada um fale o que quer e escreva como quiser mas às vezes a literatura deve ceder seus direitos a matemática.
Trazida ao mundo político durante o governo Lula, o termo “petralha” é uma falsificação, revela um levantamento da Folha de S. Paulo.
Ao juntar PETista com metRALHA, dos irmãos Metralha, de Disney, aquele que tinha simpatias pelo fascismo, o que se pretende é sugerir que o Partido dos Trabalhadores é, como diz o procurador-geral da República, uma “organização criminosa.”

Será?
Analisando os 317 políticos brasileiros que foram impedidos de se candidatar pela lei Ficha Limpa, a Folha de S. Paulo fez uma descoberta fantástica.
Os petistas tem 18 candidatos que a Justiça impediu de candidatar-se em função daquilo que em outros tempos se chamava de folha corrida. Não é pouco, certamente.
Homens públicos devem ter uma reputação sem manchas e seria preferível que nenhum candidato – do PT ou de qualquer outro partido – tivesse uma condenação nas costas.
O problema é que os supostos petralhas são apenas o 8o. partido em condenações. Se houvesse um campeonato nacional de ficha-suja, estariam desclassificados nas quartas-de-final e voltariam para casa sob vaias da torcida, que iria até o aeroporto jogar casta de laranja no desembarque da delegação.

E se você pensa que o primeiro colocado é o PMDB, tão associado às más práticas da política, símbolo do atraso, da fisiologia e da corrupção – em especial depois que se aliou a Lula, nunca antes — enganou-se. O líder é o PSDB.
Veja reportagem abaixo:


PSDB é o partido com maior número de politicos fichas sujas

Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) barraram até agora a candidatura a prefeito de 317 políticos com base na Lei da Ficha Limpa nos 26 Estados do país. O levantamento foi publicado pelo jonal Folha de S. Paulo deste sábado. Em 16 tribunais ainda há casos para serem julgados. O PSDB é o partido que possui o maior número de fichas sujas, são 56 candidatos, politicos, fichas sujas, o equivalente a 3,5% dos tucanos. O PMDB vem logo atrás, com 49. O PT tem 18 'barrados' e aparece na oitava posição, 1% do total.

-O levamento da Folha mostra, por exemplo, que até o PSD de Gilberto Kassab tem mais condenados do que os petistas. O PPS, que é muito menor do que o PT, tem 9 condenados. 

Os nomes barrados pelos TREs irão aparecer nas urnas eletrônicas niormalmente, no entanto todos os seus votos serão considerados sub judice até uma eventual decisão no TSE. No caso de o candidato ficha-suja ter mais votos e seu recurso for rejeitado, assume o segundo colocado na eleição.

Exemplo: se o ficha-suja tiver mais votos, mas seu recurso for rejeitado, assume o segundo colocado na eleição.

Entre os barrados, destacam-se o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE) e a ex-governadora Rosinha Garotinho (PR-RJ).

Severino tenta se reeleger prefeito de João Alfredo (PE) e foi enquadrado na lei por ter renunciado ao mandato de deputado federal, em 2005, sob a acusação de ter recebido propina de um concessionário da Câmara.

Já Rosinha Garotinho, atual prefeita de Campos (RJ), teve o registro negado sob a acusação de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação nas eleições de 2008.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Lula tem pé quente: sua fôrça política está confirmada

Lula, de ‘louco’ a ‘gênio’ em contados 15 dias 

Quando o horário político na tevê completa duas semanas, imagem do ex-presidente leva candidato Fernando Haddad, sua maior aposta, a dobrar de tamanho em SP; em BH, Patrus sobe; Lula resgata a reticente presidente Dilma, a rebelde senadora Marta e até o presidente do PSB, Eduardo Campos; reputação de raposa mais felpuda da política brasileira está salva

06 de Setembro de 2012 às 14:56
247 – Depois de estar seriamente ameçada, em razão do que pareceu uma teimosia, quase um capricho, a reputação de raposa mais felpuda da política brasileira está preservada para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o peso de sua imagem, mesmo com menos cabelo e a voz em fase de recuperação, Lula fez o que prometeu: catapultou seu candidato a prefeito da maior cidade do País, Fernando Haddad, em São Paulo, do bolo dos sem chance para a briga direta pela entrada no segundo turno.
Mais ainda, em razão da escalada que patrocinou, Lula quebrou a resistência da senadora Marta Suplicy, que se recusava a entrar numa campanha que se anunciava inexpressiva, e trouxe para ainda mais perto de si a presidente Dilma Rousseff.

Inicialmente, diante da perfomance pífia de Haddad antes do horário eleitoral, Dilma mandou avisar que não iria participar da campanha. Mais tarde, com a aproximação da inauguração dos programas políticos, fez saber que participaria pontualmente, mas não mergulharia de cabeça em nenhuma delas. De quebra, na polêmica instalada pelo ex-presidente Fernando Henrique, Dilma fez profissão de fé inquestionável a favor de Lula, numa nota oficial elegante e, ao mesmo tempo, desconcertante para os tucanos.
Agora, quando o ex-ministro da Educação de Dilma (e de Lula) aparece nas pesquisas com o dobro das intenções de voto que tinha antes de ser conhecido como 'o candidato do Lula', Dilma tomou ontem o avião da Presidência da República para almoçar com Lula e combinar, nos termos do ex-presidente, sua participação na campanha.

Pelo Brasil, Lula também colhe uma grande vitória, a esta altura da eleição, quando o candidato a prefeito de Belo Horizonte que, a exemplo de Haddad, ele impôs ao partido, o ex-ministro Patrus Ananias dá um salto de sete pontos nas pesquisas e passa a consolidar um cenário de segundo turno na terra do tucano Aécio Neves.

Apesar da trombada de frente com o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, consumada com o lançamento do igualmente seu ex-ministro Humberto Costa à Prefeitura de Recife, Lula outra vez vai se saindo bem. Ele convidou, e Campos já aceitou participar de um ato público pró-Haddad em São Paulo. E ainda fez frase para dizer que jamais pensou – e pensou – em trair sua aliança com o ex-presidente: "Jamais me distanciei de Lula", disse Campos.

Sem ter olhos azuis, corpo esguio, português escorreito e, neste momento, caneta para nomear e exonerar, o que todos veem em Lula são os votos que ele carrega – e sua força política, a esta altura das eleições municipais, ainda que seus candidatos não vençam os respectivos pleitos, está confirmada. Com o baiano, como todos o chamavam nos seus tempos de líder metalúrgico no ABC, não se brinca.

 

Patrus cresce sete pontos. Aécio treme!

Por Altamiro Borges
Lula tem pé quente. O ex-presidente esteve em Belo Horizonte na semana passada, no seu primeiro comício após o tratamento do câncer. Fez um discurso duro contra os tucanos - afirmando que o PSDB "quebrou" Minas Gerais - e ainda fustigou o prefeito Marcio Lacerda (PSB), que tenta a reeleição como apêndice do presidenciável Aécio Neves. Não deu outra. A pesquisa Ibope divulgada no final desta quarta-feira indica que o ex-ministro Patrus Ananias (PT) cresceu sete pontos e que o candidato dos tucanos perdeu dois.
 
Nada está definido nas eleições para a prefeitura de Belo Horizonte. Lacerda segue na frente, com 44% das intenções de voto, mas Patrus cresceu na última pesquisa - atingindo 30% das preferências do eleitor -e já ameaça estragar a festa dos tucanos na capital mineira, forçando o segundo turno. Antes da visita de Lula, as sondagens apontavam uma definição da eleição já o primeiro turno. Agora, ninguém tem mais segurança. Pelo jeito, Aécio Neves será obrigado a abandonar suas gandaias no Rio de Janeiro. Os garçons cariocas lamentam. Não vão mais receber R$ 100 de gorjeta!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A resposta dura de Dilma a FHC

Publicado em 03/09/2012

Dilma defende Lula e chama FHC de ressentido

“Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.”



A propósito de um artigo divulgado no PIG (*) em que demonstra seu ilimitado tartufismo e ousa dizer que o Nunca Dantes deixou uma “herança maldita”, a presidenta Dilma Rousseff reduziu o Farol de Alexandria às suas mínimas proporções.

Saiu no Blog do Planalto:

Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita, afirma Dilma Rousseff em nota oficial


A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (3), em nota oficial, ter recebido uma herança bendita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma afirmou ter recebido um país com economia sólida, crescimento robusto e inflação sob controle. Leia abaixo a íntegra da nota:

Nota Oficial

Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.

Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.

Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.

Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.

Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.

Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil

Emir Sader: FHC sofre de dependência da dor de cotovelo

publicado em 3 de setembro de 2012 às 14:20
 Emir Sader, no seu blog

O governo Lula recebeu uma herança maldita do governo FHC, refletida numa profunda e prolongada recessão, no desmonte do Estado, na multiplicação por 11 da dívida pública, no descontrole inflacionário. O controle da inflação jogou-a para baixo do tapete: transferiu-a para essa multiplicação da dívida pública.

O povo entendeu, rejeitou FHC e derrotou os seus candidatos: Serra duas vezes e Alckmin. Isso é história, tanto no sentido que é verdade incorporada à história do Brasil, como história porque o governo Lula, com grande esforços, superou a recessão profunda e prolongada herdada e conduziu o Brasil ao ciclo expansivo que dura até hoje.
Para não aguçar o clima de instabilidade que a direita pretendia impor no começo do seu governo, Lula preferiu não fazer o dossiê do governo FHC, que incluísse tudo o que foi mencionado, mais os escândalos das privatizações, da compra de votos para a reeleição, da tentativa de privatização da Petrobras, entre outros.

Não por acaso FHC é o político mais repudiado pelos brasileiros. Já na eleição de 2002, Serra tratou de distanciar-se do FHC. Em 2006, as privatizações, colocadas como tema central no segundo turno, levaram a uma derrota acachapante do Alckmin. Em 2010, de novo, o Serra nem mencionou FHC, tentou aparecer como o melhor continuador do governo Lula, para a desmoralização definitiva do governo FHC.
Ao lado disso, economistas da ultra-esquerda esposaram a bizarra tese de que não havia herança maldita, que o governo Lula era continuidade do governo FHC, que mantinha o modelo neoliberal. Além de se chocarem com a realidade das transformações econômicas e sociais do país, foram derrotados politicamente pelo total falta de apoio a essas teses no final do governo Lula, quando o candidato que defendeu essas posições, apesar de toda a exposição midiática, teve 1% dos votos.

FHC não ouve ninguém, despreza os que o cercam, mas sofre da teoria da dependência da dor de cotovelo. Dedica as pouco claras forças mentais que lhe restam para atacar Lula, cujo sucesso – espelhada no apoio de 69,8% dos brasileiros que querem Lula de volta como presidente em 2014 e nenhuma pesquisa sequer faz a mesma consulta sobre o FHC, para não espezinhá-lo ainda mais – fere seu orgulho à morte.

Esses amigos tentam convencê-lo a não escrever mais, a não se expor ainda mais à execração pública – com efeitos diminutos, porque ele não ouve, seu orgulho ferido é o maior dos sentimentos que ele tem, mas também porque ninguém lê seus artigos – a se retirar definitivamente da vida pública. Cada vez que ele se pronuncia, aumentam os apoios ao Lula e à Dilma.
A história diz, inequivocamente, que o Lula é um triunfador e FHC um perdedor. Isso a direita e seu segmento midiático não perdoam, mas é uma batalha perdida para todos eles.

PS do Viomundo: O legado de FHC é o José Serra, que não leva FHC para a campanha porque FHC é uma herança pesada… (FHC disse que Dilma recebeu "Herança pesada" de seu antecessor)

Dilma Rousseff entre o peso de suas duas heranças

04 de Setembro de 2012 às 08:46
247 – O tema das heranças malditas voltou a inflamar o País. E tudo começou no último domingo, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acusou seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, de legar uma “herança maldita” à presidente Dilma Rousseff. Como se sabe, FHC jamais perdoou Lula por ter também atribuído a ele uma herança maldita em 2002. Como Lula teria sido ingrato, segundo FHC, seria a vez de dar o troco. No debate econômico, nada melhor do que os números.


A eles:
Dívida pública – FHC a recebeu em 30% do PIB, em dezembro 1994, e a elevou para mais de 55% do PIB, em 2002, mesmo tendo vendido algumas “jóias da coroa”, como a Vale, com a privatização. O principal motivo para a alta da dívida foi a política de juros altíssimos, que remunerava investidores com ganhos reais acima de 20% ao ano. Nos oito anos de governo Lula, a dívida interna caiu para menos de 40% do PIB e hoje está em 36%. Tende a cair ainda mais com a política de juros baixos colocada em prática pela presidente Dilma.
Risco Brasil – Nos dois governos FHC, o Risco-Brasil bateu em 2,7 mil pontos e o País foi socorrido três vezes pelo Fundo Monetário Internacional. Com Lula, caiu a 200 pontos e o Brasil foi promovido a grau de investimento. Os tucanos alegam que, em seu período, o mundo sofreu com as crises do México, da Argentina, da Rússia e da Ásia. Petistas rebatem afirmando que enfrentaram, em 2008, uma crise nos Estados Unidos, o coração do capitalismo.
Dólar – No fim do governo FHC, o dólar foi a quase quatro reais e a inflação anualizada já era de dois dígitos. O Banco Central, de Armínio Fraga, atribuía ao risco Lula a alta do dólar e a disparada dos preços. Com Lula, e o BC nas mãos de Henrique Meirelles, a dívida pública em dólar foi zerada, o real se valorizou fortemente, as reservas internacionais somaram mais de U$S 250 bilhões e o Brasil passou a cumprir sua meta de inflação.
Emprego e transferência de renda – O saldo de empregos criados com carteira assinada no governo FHC foi de 700 mil postos de trabalho. Na era Lula, somaram mais de 11 milhões de vagas. Programas de transferência de renda, criados no governo FHC, foram acentuados na era Lula sob o guarda-chuva do Bolsa-Família. Com resultado, 23 milhões de pessoas cruzaram a linha da pobreza.

domingo, 2 de setembro de 2012

STF: para condenar basta "provas mais tênues"

Denúncia anônima é tênue? Preto, pobre, p…, petista e …

Esse negócio de querer fazer censura pela mão dos juízes está começando a dar na vista …
Do amigo navegante Cabral:

Não estou entendendo mais nada: as provas podem ser tênues para condenar uma pessoa, mas denúncia anônima, mesmo que o crime seja comprovado com fatos não tem validade!?!??!??!??! Só no Brasil mesmo!
Em tempo: a ilustração é contribuição de amigo navegante cuja identidade é tão tênue que não foi possível caracterizá-la.

Mas, a questão em jogo é de gravissima relevância.
As provas, o batom na cueca, como já se observou aqui, não seriam mais indispensáveis ?
Ou essa Suprema irrelevância dos fatos só vale para julgar petista ?
Ou o batom na cueca será rigorosamente indispensável ao julgar os tucanos ?
Vai ser preciso filmar o Cerra em Cayman, ao administrar a Privataria da fiha do genro, do primo e do sócio -  com uma câmera que o Daniel Dantas considere “legal”, fática ?
No caso dos tucanos, a verdade não poderá ser uma quimera ?

Mas, há o risco de o Supremo inovar dramaticamente, mesmo assim.
Especialmente quanto à necessidade de provas.
Disse o Ministro Fux que a Verdade é “uma quimera”.


Ficou ontem estabelecido que na “corrupção ativa” não é preciso um “ato de ofício” – ou seja, um documento, uma prova de que houve a corrupção.
Um ato do agente público que comprove que meteu a grana no bolso.
Para usar uma linguagem que todo mundo entenda – “ato de ofício” é o batom na cueca.
Aparentemente, agora, não é mais preciso acontecer isso.


Pelo jeito, o Supremo, nesse mensalão, está a reformar as Sete Leis de Newton.
Paulo Henrique Amorim

Gurgel quer condenar Dirceu com qualquer prova?

Não há juridiquês Supremo que transforme prova “tênue” em “espessa” para condenar Dirceu
Saiu na Folha (*):

“Para Procurador, STF está a caminho de punir Dirceu”

(…)

Gurgel também afirmou que as decisões tomadas até agora representam uma “guinada”, pois possibilitam a aceitação de “provas mais tênues” para condenar pessoas acusadas por crimes como corrupção e peculato.

“Independentemente do resultado, a decisão parcial é muito importante para toda a Justiça Penal, pois reconhece que não podemos buscar o mesmo tipo de provas obtidas em crimes comuns, como roubo, assassinato”, disse, após a posse do novo presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Felix Fischer.

O procurador foi questionado se as provas contra Dirceu não seriam mais tênues do que as que levaram à punição de João Paulo Cunha.

“Isso também está sendo discutido. Na medida em que sobe a hierarquia na organização criminosa, as provas vão ficando mais e mais tênues. O mandante não aparece. Não quero ficar fazendo previsões, mas acho que estamos num bom caminho.”

Questionado se ele se referia ao caminho para a condenação de José Dirceu, Gurgel respondeu: “Exatamente”.

“Tênue” vem do latim “tenuis, -e” – adjetivo. Sentido próprio: 1) tênue, fino, delgado; 2) Sutil, delicado; 3) Pequeno, sem importância, fraco, de condição humilde; 4) Pequeno, estreito, pouco elevado, pouco profundo; 5) Pouco numeroso, pouco abundante, frugal;
“Tênue” é de “pouco valor”, “sem importância” ao se tratar de “argumento” – registra também o Houaiss. É assim que o brindeiro Gurgel quer condenar o Dirceu – e, portanto, o Lula e a Dilma.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
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Aécio usa mensalão em BH e faz sua ode ao cinismo

 

Ao lado de Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte que, em 2002, sacou R$ 1,3 milhão das empresas de Marcos Valério, o senador Aécio Neves introduz o mensalão na campanha mineira. Será que esqueceu em que estado, em que governo e em que partido a tecnologia de financiamento de campanhas das agências de publicidade DNA e SMP&B foi criada?

02 de Setembro de 2012 às 06:14

Minas 247 – Era de se esperar que o senador mineiro Aécio Neves não explorasse o tema do mensalão na campanha municipal de Belo Horizonte. Seria mais prudente. Não só porque o esquema foi criado na tentativa frustrada de reeleição do tucano Eduardo Azeredo, correligionário de Aécio, em 1998, mas também porque seu atual aliado, o prefeito Marcio Lacerda, de Belo Horizonte, poderia ter sido um dos réus da Ação Penal 470.Em 2002, Márcio Lacerda coordenava a campanha presidencial de Ciro Gomes, que não passou para o segundo turno. Naquela edição, Lula venceu José Serra. A campanha de Ciro, no entanto, deixou dívidas pesadas. E foi Marcio Lacerda quem sacou R$ 1,3 milhão das empresas de Marcos Valério para quitá-las. Não se tornou um dos personagens da CPI dos Correios em decorrência de um acordo político ainda hoje mal explicado.
Se isso não bastasse, o mensalão mineiro, ou mensalão tucano, foi abastecido com recursos de várias estatais do Estado, como a Copasa e a Cemig, que adquiriram patrocínios inexistentes num evento de motociclismo chamado de “Enduro da Independência”. Dali saiu boa parte dos recursos da campanha de Azeredo, coordenada por Walfrido dos Mares Guia (que coordena a de Marcio Lacerda), para o chamado mensalão mineiro.
Uma declaração como a de Aécio neste sábado deixa a dúvida: o Brasil está mesmo sendo limpo, purificado, ou é só uma maré de cinismo e hipocrisia?
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novojornal .: Política .: Notícia             Publicado em 28/08/2012 às 11:58:32
Pagot: Alexandre Silveira deu 108 obras a Delta em dois anos
“O responsável pela entrega em apenas dois anos de quase a metade das obras do DNIT à Delta foi meu antecessor Alexandre Silveira”

As declarações foram dadas na exposição inicial de Pagot à CPI. Diferentemente de outros depoentes, Pagot dispensou habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) e a presença de advogados ao seu lado durante o depoimento.
Apresentando um relatório contendo as obras que teriam sido entregues pelo DNIT à Construtora Delta. Informou que entre 2004 e 2005, período que Alexandre Silveira de Oliveira ocupava o Cargo de Diretor Geral do DNIT, 43% (quarenta e três por cento) das obras emergenciais ocorridas no período contratos nº 08 00007/2005, 15 00017/2005, 03 00003/2004, 08 00004/2004, 08 00005/2004, foram entregues sem licitação a Delta.Outra informação constante do mesmo relatório, informa que 48% das obras obtidas pela Delta junto ao DNIT nos últimos 10 anos foram conseguidas no período da gestão de Alexandre Silveira de Oliveira. Em apenas dois anos foram 108 obras
Durante as investigações da Operação Monte Carlo, a Polícia Federal gravou conversas entre Carlinhos Cachoeira e Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, nas quais eles articulavam, antes da crise no Ministério dos Transportes, uma maneira de tirar Pagot do comando do Dnit.

sábado, 1 de setembro de 2012

Montadoras lucram mais no Brasil

CTB: Multinacionais exploram o trabalhador e sangram a nação

A economia brasileira atravessa um perigoso processo de desnacionalização. Somente no primeiro semestre deste ano, de acordo com informações da empresa de consultoria internacional KPMG, 167 companhias cujos proprietários eram brasileiros foram compradas por multinacionais de outros países através de operações de fusões e aquisições. Atualmente, capitalistas estrangeiros controlam mais de 50% do parque industrial do Brasil.

Por Wagner Gomes*


O problema não é novo. Tem raiz na história da formação tardia e dependente do capitalismo brasileiro. Mas, ganhou nova dimensão nas últimas décadas, principalmente após o governo neoliberal de FHC, que realizou um escandaloso programa de privatizações e tratou de apagar, por meio de reforma constitucional, as diferenças jurídicas entre empresas estrangeiras e nacionais definidas na Carta Magna.

Hoje em dia, transnacionais como a GM, a Ford, a Fiat, a Volks, a Monsanto, entre outras, são consideradas e tratadas como empresas nacionais. O comportamento desses monopólios, porém, não condiz com o status concedido com espírito entreguista por FHC, infelizmente mantido nos governos Lula e Dilma. Os interesses das multinacionais nem sempre coincidem e no mais das vezes colidem de modo escandaloso com os da nação. Isto transparece na análise de alguns indicadores fundamentais da nossa economia.

É o caso das remessas de lucros e dividendos, que crescem na proporção direta da desnacionalização. Aumentaram 262,92% entre 2003 e 2011, ano em que a riqueza enviada pelas multinacionais ao exterior bateu novo recorde, alcançando US$ 38,1 bilhões, sangria que se transformou na principal causa do déficit na conta corrente do balanço de pagamentos. Cabe destacar o ramo automobilístico, que transferiu US$ 5,58 bilhões, 36,1% a mais que em 2010.

O Brasil é um verdadeiro paraíso para as multinacionais do carro, que por aqui obtêm uma taxa de lucros três vezes maior que nos EUA e pelo menos duas vezes superior à média mundial - estimada em 10% pelos especialistas, depois de deduzidos os custos de produção e impostos. A explicação está no preço absurdo dos veículos, impostos pelos oligopólios, que supera em mais de 200% o valor praticado no exterior. “Lucro de montadora no Brasil é maior do que em qualquer lugar do mundo”, conforme o diretor-gerente de consultoria IHS Automotive do Brasil.

As operadoras também contam com a generosa redução do IPI para automóveis, cuja prorrogação até o final de outubro foi anunciada quarta-feira, 29, pelo Ministério da Fazenda. Nada disto impede que as multinacionais reservem aos seus operários um tratamento carregado de desprezo e arrogância, demitindo em massa ou ameaçando demitir no primeiro sinal de crise, como a GM em São José dos Campos.

Os lucros e dividendos remetidos pelas transnacionais ao exterior são subtraídos dos investimentos líquidos realizados na economia brasileira e contribuem de forma considerável para a redução do potencial de desenvolvimento nacional, além de causar o rombo na conta corrente do balanço de pagamentos. Por esta e outras razões é urgente colocar um freio em tais remessas, ampliando as taxações e os mecanismos de restrição.

É igualmente necessário combater a liberdade incondicional dos oligopólios na formação dos preços. Não se justifica a distância abissal da taxa de lucros no Brasil, que é o quarto maior consumidor de automóveis do globo, em relação ao resto do planeta. É evidente que falta ao governo uma política industrial soberana para reverter a desindustrialização em marcha, deter a desnacionalização, conter a sangria provocada pelas remessas e estabelecer novas regras no relacionamento com as multinacionais. O excesso de liberalismo herdado dos governos tucanos é nocivo aos interesses nacionais e deve ser rechaçado.

A desnacionalização em curso não pode ser encarada como um fenômeno natural e inevitável, pois depende do rumo da política econômica. O tema reclama um debate mais profundo dos movimentos sociais e das forças progressistas.

*Presidente da CTB


Montadoras lucram mais no Brasil

Por Altamiro Borges
O terrorismo das poderosas multinacionais do automóvel deu certo. Elas ameaçaram demitir milhares de metalúrgicos e fechar várias unidades fabris. A estadunidense GM foi a mais agressiva, gerando pânico em São José dos Campos, no interior paulista. Diante da forte pressão, o governo federal recuou. Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recuou no que já havia divulgado e anunciou a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os automóveis até 31 de outubro.  

O ministro justificou a “bondade” dizendo que as montadoras “se comprometeram a manter o nível de emprego e a repassar a redução da tributação ao consumidor”. Alguém acredita? O governo também prorrogou o IPI menor para os produtos da chamada linha branca. No total, a renúncia fiscal será de R$ 361 milhões de setembro a novembro – dinheiro que poderia ser investido em infraestrutura e nos serviços públicos. Na solenidade, Mantega até criticou os altos preços dos automóveis no país. Mas nada mais incisivo!
Carro mais caro do mundo
Um levantamento realizado pela consultoria IHS Automotive, publicado no jornal O Globo, comprova que os carros vendidos no Brasil custam bem mais do que em outros países. A diferença pode chegar a 106%. O Honda Fit, por exemplo, é vendido aqui por R$ 57.480, enquanto que na França ele custa R$ 27.898. O estudo, que comparou os preços no Brasil, Argentina, EUA, França e Japão, também revelou que os custos com mão de obra, matérias-primas e logística são parecidos – o que desmente a propaganda da mídia nativa.
Segundo o estudo, os custos de um carro produzido no Brasil equivalem a 58% de seu preço na venda, enquanto que nos EUA eles vão de 88% a 91%. Nos outros países os custos chegam a 79% do preço do veículo. O que torna os carros mais caros no Brasil é a elevada taxa de lucro das empresas. Ela atinge 10% neste paraíso das multinacionais, contra 3% nos EUA e 5% nos outros países. “O lucro das montadoras no Brasil é maior que em qualquer lugar do mundo, pelo menos o dobro", garante o diretor-gerente da IHS Automotive.
O paraíso das multinacionais
O levantamento comprova que as indústrias automobilísticas não tem do que reclamar no Brasil. Elas fizeram chantagem e terrorismo apenas para elevar ainda mais sua taxa de lucro, via redução de custos operacionais através da renúncia fiscal. Se elas quisessem, de fato, elevar a sua produção e vendas, bastaria abrir mão de parte dos seus lucros. Mas elas preferem repassar esta conta para o povo brasileiro, prejudicando ainda mais os cofres públicos. E o governo Dilma, sem força e coragem, cede à pressão das multinacionais!