domingo, 30 de dezembro de 2012

Americanismo e decadência do Império

O americanismo e seu sistema de difusão de ideologia

Por Fabio de Oliveira Ribeiro
Re: Ideologia e a indústria de entretenimento dos EUA

É praticamente impossível avaliar com acuidade e precisão uma ideologia e seu sistema de produção e difusão enquanto a mesma está sendo produzida e acreditada. O resultado da observação tende a ser contaminado pela aversão ou atracão que a ideologia analisada provoca no observador.
A Historia, contudo, nos ensina que nenhuma ideologia ou sistema de produção e difusão ideológico é permanente ou imune à contradições e influencias externas.
Roma combateu ferozmente o cristianismo no século I d.C, mas acabou sendo conquistada por esta religião séculos mais tarde. Por fim, sucumbiu porque, entre outras coisas, havia uma contradição grave e insuperável entre a ideologia romana e sua difusão (que possibilitou o nascimento e o crescimento de Roma) e a moral cristã que prevaleceu entre os romanos. Antes da queda de Roma até mesmo o objeto ideológico mais valorizado em épocas anteriores (a cidadania romana) havia perdido seu atrativo.
Apesar da intensa propaganda o Reich nazista, que segundo seus ideólogos deveria durar 1000 anos, foi completamente destroçado em pouco mais de uma década. A conquista do espaço vital, o desdém pelas democracias parlamentares europeias, o desprezo por raças consideradas inferiores e o ódio ao comunismo (fundamentos ideológicos do nazismo), levaram Hitler a uma guerra que uniu capitalistas liberais e comunistas contra a Alemanha e decretou o fim antecipado do império de terror construído pelos nazistas.

A ideologia norte-americana (o americanismo) é vigorosamente divulgada dentro e fora dos EUA por uma imensa maquina de produção e difusão de entretenimento. Filmes, programas de TV, livros, revistas, jornais, games, HQs e produtos industriais relacionados se encarregam de difundir as idéias básicas do americanismo. Entre estas destacam-se: a superioridade moral dos EUA e seu poder militar insuperável; a incrível inteligência e adaptabilidade dos norte-americanos em situações limite (guerras, catástrofes, epidemias, etc...) e sua bondade inerente; a missão civilizatória dos EUA e seu destino manifesto; o culto das armas e a vitória do capitalismo; os benefícios do Estado mínimo e a generosidade nata do povo norte-americano; a moral protestante e o trabalho duro reconhecido. As contradições, entretanto, afloram e em todas as áreas são visíveis.

O poder militar dos EUA não assegurou sua vitoria no Vietnam. Durante aquela guerra infame (nascida do anti-comunismo crescente no americanismo durante a Guerra Fria) centenas de toneladas de ópio foram enviadas do sudoeste da Ásia para os EUA em aviões militares norte-americanos, produzindo uma explosão de tráfico e consumo de drogas nos EUA com resultados dolorosos para os familiares dos dependentes. Certamente isto não pode ser creditado à bondade inerente dos corrompidos militares norte-americanos que carregavam e pilotavam os aviões carregados de ópio.
O culto as armas e a facilidade de comprá-las dentro dos EUA (outro elemento importante do americanismo) produzem incidentes com atiradores cada vez mais previsíveis e traumáticos. O Estado mínimo gera descontentamento entre norte-americanos pobres. O custo crescente das guerras externas americanas (chamadas pela mídia de "humanitárias ou civilizatórias", com evidente apropriação do vocabulário nazista) drenam cada vez mais recursos públicos levando o Estado a beira de um colapso. Seitas e milícias perigosas surgem de tempos em tempos nos EUA e já ocorreu pelo menos um grande atentado terrorista em solo norte-americano planejado e executado por norte-americanos. O Relatório Oficial sobre o 11 de setembro não é acreditado por muitos cidadãos norte-americanos, que comparam a demolição deliberada do WTC ao incidente no Golfo de Tonkim (um trabalho interno que levou os EUA à Guerra do Vietnan).

O capitalismo neoliberal empobreceu dezenas de milhões de norte-americanos e provocou a crise financeira em curso. O final desta crise é incerto e deliberadamente protelado pelos políticos norte-americanos. A verdade nua e crua é que o sistema financeiro detém substancial parcela do poder político nos EUA e não quer ser regulado. Os banqueiros norte-americanos não reconhecem mais o valor do trabalho duro e até desaprovam a moral protestante. Tanto que muitos deles receberam bônus milionários apesar de levarem seus bancos à falência.

Tudo isto é bastante trivial. Os sinais e indícios de decadência dos EUA são evidentes. Seu sistema de produção e difusão de ideologia, contudo, não tem dado sinais de enfraquecimento. É verdade que atores, diretores, estúdios de cinema e redes de TV norte-americanos perderam dinheiro com a crise financeira. Mas isto não acarretou nenhuma interrupção na produção e distribuição de ideologia americanista. A razão disto é absolutamente singela: os vetores do americanismo (filmes, programas de TV, livros, HQs, etc...) são consumidos no planeta inteiro e há imensas zonas econômicas que não sentiram muito os efeitos da crise financeira e continuam comprando produtos culturais "made in USA" e alimentando com recursos a indústria de entretenimento ideologizado dos EUA.
Ninguém é capaz de prever o futuro. Algumas tendências, entretanto, podem ser antecipadas.

O aprofundamento da crise financeira pode, em algum momento, afetar seriamente a industria norte-americana de entretenimento ideologizado, especialmente caso as zonas de prosperidade entrem em recessão ou depressão econômica e reduzam ou parem de importar produtos culturais dos EUA. Com menos consumo de americanismo (especialmente nos BRICs) haverá espaço para o surgimento ou o fortalecimento de ideologias alternativas ao americanismo em escala planetária. De produtores de entretenimento ideologizado, os norte-americanos podem passar a consumidores de produtos culturais importados. São evidentes as vantagens comparativas que os BRICs terão numa situação de crise econômica generalizada com decadência da indústria cultural norte-americana.

É difícil dizer quando e como um império vai cair. A História nos ensina, porém, que a ruína de todo império não começa nos campos de batalha. Começa no campo da produção e difusão de sua ideologia. Quando não traz dentro de si as sementes ideológicas nocivas de sua própria destruição (caso do Reich nazista), um império pode se tornar vítima das contradições decorrentes da absorção de uma ideologia importada incompatível com sua existência (caso de Roma). Não podemos excluir a possibilidade de um império cair em virtude da incapacidade de seguir difundindo a sua própria ideologia.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Mídia udenista quer destruir lulopetismo

Nunca houve tanto ódio na mídia conservadora do Brasil


Os textos de Demétrio Magnoli, Ricardo Noblat, Merval Pereira, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Eliane Cantanhêde, entre outros, são fontes preciosas para as futuras gerações de jornalistas e estudiosos da comunicação entenderem o que Perseu Abramo chamou apropriadamente de “padrões de manipulação” na mídia brasileira.

Por Jaime Amparo Alves*


Os brasileiros no exterior que acompanham o noticiário brasileiro pela internet têm a impressão de que o país nunca esteve tão mal. Explodem os casos de corrupção, a crise ronda a economia, a inflação está de volta, e o país vive imerso no caos moral. Isso é o que querem nos fazer crer as redações jornalísticas do eixo Rio-São Paulo.  
Com seus gatekeepers escolhidos a dedo, Folha de S. Paulo, Estadão, Veja e O Globo investem pesadamente no caos com duas intenções: inviabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff e destruir a imagem pública do ex-presidente Lula da Silva. Até aí nada novo.

Tanto Lula quanto Dilma sabem que a mídia não lhes dará trégua, embora não tenham – nem terão – a coragem de uma Cristina Kirchner de levar a cabo uma nova legislação que democratize os meios de comunicação e redistribua as verbas para o setor. Pelo contrário, a Polícia Federal segue perseguindo as rádios comunitárias e os conglomerados de mídia Globo/Veja celebram os recordes de cotas de publicidade governamentais. O PT sofre da síndrome de Estocolmo (aquela na qual o sequestrado se apaixona pelo sequestrador) e o exemplo mais emblemático disso é a posição de Marta Suplicy como colunista de um jornal cuja marca tem sido o linchamento e a inviabilização política das duas administrações petistas em São Paulo.

O que chama a atenção na nova onda conservadora é o time de intelectuais e artistas com uma retórica que amedronta. Que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso use a gramática sociológica para confundir os menos atentos já era de se esperar, como é o caso das análises de Demétrio Magnoli, especialista sênior da imprensa em todas as áreas do conhecimento. Nunca alguém assumiu com tanta maestria e com tanta desenvoltura papel tão medíocre quanto Magnoli: especialista em políticas públicas, cotas raciais, sindicalismo, movimentos sociais, comunicação, direitos humanos, política internacional… Demétrio Magnoli é o porta-voz maior do que a direita brasileira tem de pior, ainda que seus artigos não resistam a uma análise crítica.

Agora, a nova cruzada moral recebe, além dos já conhecidos defensores dos “valores civilizatórios”, nomes como Ferreira Gullar e João Ubaldo Ribeiro. A raiva com que escrevem poderia ser canalizada para causas bem mais nobres se ambos não se deixassem cativar pelo canto da sereia. Eles assumiram a construção midiática do escândalo, e do que chamam de degenerescência moral, com o fato. E, porque estão convencidos de que o país está em perigo, de que o ex-presidente Lula é a encarnação do mal, e de que o PT deve ser extinguido para que o país sobreviva, reproduzem a retórica dos conglomerados de mídia com uma ingenuidade inconcebível para quem tanto nos inspirou com sua imaginação literária.

Ferreira Gullar e João Ubaldo Ribeiro fazem parte agora daquela intelligentsia nacional que dá legitimidade científica a uma insidiosa prática jornalística que tem na Veja sua maior expressão. Para além das divergências ideológicas com o projeto político do PT – as quais eu também tenho –, o discurso político que emana dos colunistas dos jornalões paulistanos/cariocas impressiona pela brutalidade. Os mais sofisticados sugerem que a exemplo de Getúlio Vargas, o ex-presidente Lula cometa suicídio; os menos cínicos celebraram o “câncer” como a única forma de imobilizá-lo. Os leitores de tais jornais, claro, celebram seus argumentos com comentários irreproduzíveis aqui.

Quais os limites da retórica de ódio contra o ex-presidente metalúrgico? Seria o ódio contra o seu papel político, a sua condição nordestina, o lugar que ocupa no imaginário das elites? Como figuras públicas tão preparadas para a leitura social do mundo se juntam ao coro de um discurso tão cruel e tão covarde já fartamente reproduzido pelos colunistas de sempre? Se a morte biológica do inimigo político já é celebrada abertamente – e a morte simbólica ritualizada cotidianamente nos discursos desumanizadores – estaríamos inaugurando uma nova etapa no jornalismo lombrosiano?

Para além da nossa condenação aos crimes cometidos por dirigentes dos partidos políticos na era Lula, os textos de Demétrio Magnoli , Marco Antonio Villa, Ricardo Noblat, Merval Pereira, Dora Kramer, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Eliane Cantanhêde, além dos que agora se somam a eles, são fontes preciosas para as futuras gerações de jornalistas e estudiosos da comunicação entenderem o que Perseu Abramo chamou apropriadamente de “padrões de manipulação” na mídia brasileira. Seus textos serão utilizados nas disciplinas de ontologia jornalística não apenas com o exemplos concretos da falência ética do jornalismo tal qual entendíamos até aqui, mas também como sintoma dos novos desafios para uma profissão cada vez mais dominada por uma economia da moralidade que confere legitimidade a práticas corporativas inquisitoriais vendidas como de interesse público.

O chamado “mensalão” tem recebido a projeção de uma bomba de Hiroshima não porque os barões da mídia e os seus gatekeepers estejam ultrajados em sua sensibilidade humana. Bobagem! Tamanha diligência não se viu em relação à série de assaltos à nação empreendidos no governo do presidente sociólogo! A verdade é que o “mensalão” surge como a oportunidade histórica para que se faça o que a oposição – que nas palavras de um dos colunistas da Veja “se recusa a fazer o seu papel” – não conseguiu até aqui: destruir a biografia do presidente metalúrgico, inviabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff e reconduzir o projeto da elite "sudestina" ao Palácio do Planalto.

Minha esperança ingênua e utópica é que o Partido dos Trabalhadores aprenda a lição e leve adiante as propostas de refundação do país abandonadas com o acordo tácito para uma trégua da mídia. Não haverá trégua, ainda que a nova ministra da Cultura se sinta tentada a corroborar com o lobby da Folha de S. Paulo pela lei dos direitos autorais, ou que o governo Dilma continue derramando milhões de reais nos cofres das organizações Globo e Abril via publicidade oficial. Não é o PT, o Congresso Nacional ou o governo federal que estão nas mãos da mídia.

Somos todos reféns da meia dúzia de jornais que definem o que é notícia, as práticas de corrupção que merecem ser condenadas, e, incrivelmente, quais e como devem ser julgadas pela mais alta corte de Justiça do país. Na última sessão do julgamento da Ação Penal 470, por exemplo, um furioso ministro-relator exigia a distribuição antecipada do voto do ministro-revisor para agilizar o trabalho da imprensa (!). O STF se transformou na nova arena midiática onde o enredo jornalístico do espetáculo da punição exemplar vai sendo sancionado.

Depois de cinco anos morando fora do país, estou menos convencido por que diabos tenho um diploma de jornalismo em minhas mãos. Por outro lado, estou mais convencido de que estou melhor informado sobre o Brasil assistindo à imprensa internacional. Foi pelas agências de notícias internacionais que informei aos meus amigos no Brasil de que a política externa do ex-presidente metalúrgico se transformou em tema padrão na cobertura jornalística por aqui. Informei-lhes que o protagonismo político do Brasil na mediação de um acordo nuclear entre Irã e Turquia recebeu atenção muito mais generosa da mídia estadunidense, ainda que boicotado na mídia nacional. Informei-lhes que acompanhei daqui o presidente analfabeto receber o título de doutor honoris causa em instituições européias, e avisei-lhes que por causa da política soberana do governo do presidente metalúrgico, ser brasileiro no exterior passou a ter uma outra conotação. O Brasil finalmente recebeu um status de respeitabilidade e o presidente nordestino projetou para o mundo nossa estratégia de uma America Latina soberana.

Meus amigos no Brasil são privados do direito à informação e continuarão a ser porque nem o governo federal nem o Congresso Nacional estão dispostos a pagar o preço por uma “reforma” em área tão estratégica e tão fundamental para o exercício da cidadania. Com 70% de aprovação popular, e com os movimentos sociais nas ruas, Lula da Silva não teve coragem de enfrentar o monstro e agora paga caro por sua covardia.Terá a Dilma coragem com aprovação semelhante, ou nossa meia dúzia de Murdochs seguirão intocáveis sob o manto da liberdade de e(i)mprensa?

(*) Jaime Amparo Alves é jornalista, doutor em Antropologia Social, Universidade do Texas em Austin – amparoalves@gmail.com

Fonte: Sul21 / Pragmatismo Político

domingo, 23 de dezembro de 2012

Aécio entrega Nióbio a estrangeiros

CBMM vende à estatal japonesa poder de veto sobre o Nióbio  
Briga entre as famílias Neves e Faria provoca crise institucional ao eliminar a soberania nacional sobre o mineral mais estratégico e raro do mundo.
http://www.novojornal.com/politica/noticia/cbmm-vende-a-estatal-japonesa-poder-de-veto-sobre-o-niobio-21-12-2012.html 
 
O Nióbio, riqueza que poderia significar a redenção da economia mineira e nacional, foi entregue, através de operação bilionária e ilegal, a empresa estatal japonesa, Japan Oil, Gas and Metals National Corporation, em parceria com um fundo de investimento coreano que representa os interesses da China. Este é o final de um ruidoso conflito instalado no centro do Poder de Minas Gerais que vem sendo, nos últimos dois anos, de maneira omissa e silenciosa, testemunhado pelo governador Antônio Anastásia.
Desde 2002 o então governador e atual senador Aécio Neves entregou a condução das principais decisões e atividades econômicas do Estado de Minas a Oswaldo Borges da Costa, que assumiu a função estratégica de presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). Criou um governo paralelo, onde as principais decisões sobre obras e investimentos das estatais CEMIG, COPASA, DER/MG, DEOP e das autarquias de MG ficaram a cargo de “Oswaldinho”.
Para sede da CODEMIG, caminharam nos últimos 10 anos investidores internacionais que tinham interesse no Estado. O Palácio da Liberdade transformou-se apenas em cartão postal e símbolo de marketing publicitário de milionárias campanhas veiculadas na mídia. Por trás deste cenário artificial operou um esquema de corrupção, que contou com a cumplicidade até mesmo da Procuradoria Geral de Justiça, que impedia a atuação do Ministério Público Estadual.
Foi necessária esta longa introdução, uma vez que à imprensa mineira jamais foi permitido tocar neste assunto para que se entenda o que agora, uma década depois, está ocorrendo.

Após a morte do banqueiro Gilberto Faria, casado em segunda núpcias com Inês Maria, mãe de Aécio, iniciou uma disputa entre a família Faria e a mãe de Aécio, sob a divisão do patrimônio deixado. Oswaldo Borges da Costa, casado com uma das herdeiras de Gilberto Faria, passou a comandar inclusive judicialmente esta disputa.
Diante deste quadro beligerante, as relações entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa acabaram, o que seria natural, pois Aécio fatalmente ficaria solidário com sua mãe. Mais entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa é público que existia muito mais, desta forma deu-se início a divisão do que avaliam ser uma fortuna incalculável.
No meio desta divisão estaria “a renda” conseguida e a conseguir através da diferença entre a venda subfaturada e o valor real no exterior do Nióbio. Peça chave neste esquema, a CBMM pertencente ao Grupo Moreira Salles, que sem qualquer licitação ou custo renovou o contrato de arrendamento para exploração da mina de Nióbio de Araxá pertencente ao Governo de Minas Gerais por mais 30 anos. Meses depois venderia parte de seu capital a um fundo Coreano, que representa investidores, não identificáveis.

Para se ter idéia do que significou, em matéria de ganho, a renovação para Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que tem com atividade exclusiva a exploração da mina de Nióbio de Araxá - sem a mina cessa sua atividade - depois da renovação a empresa vendeu 15% de suas ações por R$ 2 bilhões, ou seja, levando em conta apenas o valor de suas ações a empresa valeria hoje R$ 28 bilhões, R$ 4 bilhões a menos que o Estado de Minas Gerais arrecada através de todos os impostos e taxas em um ano. Mas esta operação já havia causado desconfiança principalmente nas forças nacionalistas que acompanhavam de perto a movimentação.
“A CBMM tem o capital dividido entre o "Grupo Moreira Sales" e a "Molybdenium Corporation - Molycorp", subsidiária da "Union Oil", por seu turno, empresa do grupo "Occidental Petroleum - Oxxi", muito embora seja fácil deduzir a prevalência do grupo alienígena, pelo histórico do banqueiro Walther Moreira Sales, tradicional "homem de palha" de capitalistas estrangeiros, inclusive de Nelson Aldridge Rockefeller, que tanto se intrometeu na política do Brasil”, afirmou à reportagem do Novojornal o Contra-Almirante Reformado Roberto Gama e Silva.
Acrescentando: “Circula por aí versão segundo a qual só as jazidas de nióbio dos "Seis Lagos" valem em torno de 1 trilhão de dólares. Necessário esclarecer que por sua localização e facilidade de exploração a jazida de Araxá vale muito mais que a “Seis Lagos”.

Evidente que o Ministério Público mineiro já está investigando esta renovação do arrendamento celebrado pela CODEMIG, porém, ela nada significa perto do crime praticado contra a soberania nacional que foi a venda de parte das ações da CBMM, dando poder de veto a uma empresa estatal japonesa. Foi uma operação cheia de irregularidades com a questionável participação de órgãos que deveriam fiscalizar este tipo de operação como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), subordinado ao Ministério da Justiça.
A operação foi aprovada em prazo recorde e com base em um parecer de folha única, que desrespeitou toda legislação existente no País. A menor das irregularidades cometidas foi conceder “Confidencialidade” aos termos da operação aprovada. Foi desrespeitada a determinação legal para que não ocorra a cassação da autorização da sociedade estrangeira funcionar no País; esta deverá tornar público todos os seus dados econômicos, societários e administrativos, inclusive de suas sucursais (art. 1.140, CC).
E mais, conforme constante do artigo 1.134 do Código Civil, se faz necessária para que a sociedade estrangeira possa funcionar no território brasileiro prévio exame da legitimidade de sua constituição no exterior e a verificação de que suas atividades não sejam contrárias a ordem pública no Brasil.

O Poder Executivo poderá, ou não, conceder a autorização para uma sociedade estrangeira funcionar no Brasil, estabelecendo condições que considerar convenientes à defesa dos interesses nacionais (art. 1.135, CC). Segundo a assessoria de imprensa do CADE, na tramitação da analise foi-se observado o regimento, evidente que um regimento não pode se sobrepor a lei.
Nada disto foi observado e agora, a exemplo da briga instaurada entre as famílias Faria e Neves, o divorcio entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa fatalmente se transformará num dos maiores escândalos da historia recente do País e poderá levar Minas Gerais a perder a propriedade sobre a jazida de Nióbio. 
Principalmente as Forças Armadas veem promovendo gestões para federalizar, a exemplo da Petrobras, a exploração de Nióbio. Relatórios confidenciais da Abim e da área de inteligência do Exército demonstram como operou o esquema criminoso de subfaturamento montado pela CODEMIG/ CBMM, através da Cia de Pirocloro de Araxá. A assessoria de imprensa da CBMM, da CODEMIG e do senador Aécio Neves foram procuradas e não quiseram comentar o assunto.
O assunto “Nióbio” é amplo, não tendo como esgotá-lo em apenas uma matéria, desta forma Novojornal publicará uma série de reportagens ouvindo as diversas áreas envolvidas no tema.

Nota da Redação (atualizado às 15:26 de 21/12/2012)
O valor da venda de 15% da CBMM, ao contrário dos R$ 2 bilhões de reais, constante na matéria, foi de US$ 2 bilhões de dólares. Desta forma, 100% das ações da CBMM equivalem a US$ 28 bilhões de dólares, levando em conta que a arrecadação total anual do Estado de Minas Gerais é de R$ 32 bilhões de reais, o valor das ações da CBMM representa quase o dobro do arrecadado.
(US$ 28 bilhões de dólares x R$ 2 reais = R$ 56 bilhões de reais)

sábado, 22 de dezembro de 2012

O preço do imobilismo

O preço do imobilismo

Em artigo exclusivo para o 247, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, denuncia a covardia da sociedade brasileira diante da escalada autoritária promovida por meios de comunicação, Poder Judiciário e oposição; Lula e Dilma são os alvos mais visíveis, mas todos estão em risco quando poucos se levantam contra o golpismo que está em marcha
22 de Dezembro de 2012  

Por Eduardo Guimarães, exclusivo para o Brasil 247
A cada dia diminui a margem de manobra para reagir ao avanço dessa direita latina cuja bocarra de presas afiadas e baba raivosa há muito entortou pelo uso crônico do mais escancarado golpismo. E é sob essa reflexão que, a convite do Brasil 247, escrevo este artigo exclusivamente para aquele que vem se revelando um dos espaços de notícias e debates políticos mais dinâmicos da internet. 

Vimos assistindo, impassíveis, a um tribunal de exceção se instalar e condenar políticos sem provas enquanto parte daquela Corte se desmanchava em discursos politizados – ou politiqueiros – com o objetivo escancarado de criminalizar um partido político, deixando no ar a impressão de que a qualquer momento pediriam que fosse colocado na ilegalidade.

Dia após dia, vemos o maior líder político do país – e um dos maiores do mundo –, o qual deixou seu governo de oito anos com aprovação vibrante da quase totalidade dos brasileiros, ser tratado pela grande imprensa como se fosse um criminoso condenado, com insultos pesados – não críticas, insultos – sendo publicadas por grandes meios de comunicação como se fossem receitas de bolo.

Em São Paulo, a direita midiática, encastelada no governo do Estado há quase 20 anos, monta um exército ensandecido que sai executando bandidos à vista de todos, praticamente institucionalizando a pena de morte no Brasil, e os criminosos decidem reagir. Eclode, então, uma guerra civil em que a população tomba como pinos de boliche enquanto o Estado mais rico da Federação mergulha em um virtual Estado de Sítio. E ninguém diz um A.

Por diferença de 1 voto, o Supremo Tribunal Federal manda a Constituição Federal para o inferno e invade as prerrogativas do Poder Legislativo. E essa maioria precária daquela Corte que comete esse feito se dá ao desfrute de fazer ameaças de prisão ao presidente da Câmara dos Deputados ao melhor estilo de qualquer republiqueta ditatorial bananeira.

O governo federal anuncia uma medida cujo benefício para a sociedade ninguém de posse de suas faculdades mentais negaria, a redução da conta de luz para consumidores residenciais e empresas, e essa medida é sabotada pela oposição midiática, onerando em centenas de milhões de reais os cofres públicos. E ninguém faz nada contra essa agressão à sociedade.

Poderia ficar escrevendo uma lauda após a outra sem parar, mas nada do que estou dizendo é novidade para alguém. Nem, tampouco, o fato de que partidos, sindicatos, movimentos sociais e autoridades que se propõem a ser a voz da sociedade violam esse dever e se calam, calando, assim, a todos os que neles acreditaram quando esperaram, um dia, que fossem a sua voz.

Então você, reacionário distraído, perguntará como é que me arvoro em porta-voz da sociedade. Não me arvoro coisa nenhuma, a sociedade vem sendo sondada e os resultados dessas sondagens mostram que ela está desaprovando o processo totalitário que a cúpula do Judiciário e a mídia estão conduzindo de braços dados.

Ou você não se lembra de que, sob fogo cerrado, o PT, no processo eleitoral de 2012, tornou-se o partido que mais recebeu votos no Brasil? 
Ou você não se lembra de que, há menos de uma semana, dois dos quatro maiores institutos de pesquisa de opinião do país mostraram que Lula, o alvo principal dessa artilharia, enquanto é tratado pela mídia como criminoso condenado continua sendo apoiado por uma parcela esmagadoramente majoritária da sociedade que ignora escancaradamente a artilharia midiática?

Ou você não se lembra de que nessas mesmas pesquisas, em contraste com o aumento da popularidade de Lula, de Dilma e, consequentemente, do PT, o nível de desconfiança na imprensa disparou?

Eis por que, leitor, afirmo que a sociedade está indignada com mídia, oposição e Judiciário por conta do que essas forças hoje discricionárias estão perpetrando contra a democracia. E o que é que a sociedade recebe dos que prometeram representá-la? Deram vazão à sua voz? Não, acovardaram-se miseravelmente. E o pior é que não pagarão sozinhos um preço desse imobilismo que terá que ser pago.

 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Lula sai das cordas

Caso Escola Base: Globo terá de pagar R$ 1,35 mi


A Rede Globo foi condenada a pagar R$ 1,35 milhão para reparar os danos morais sofridos pelos donos e pelo motorista da Escola Base de São Paulo. Icushiro Shimada, Maria Aparecida Shimada e Maurício Monteiro de Alvarenga devem receber, cada um, o equivalente a 1,5 mil salários mínimos (R$ 450 mil).
A assessoria de imprensa da Globo afirmou que a emissora "está recorrendo e que não divulga a informação por questão de estratégia jurídica"
.
Os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e a revista IstoÉ também já foram condenados. Em todos os casos já julgados, ainda não houve decisões do Superior Tribunal de Justiça.Segundo o site Espaço Vital, a decisão contra a Globo foi tomada por unanimidade na manhã de quarta-feira pela 7ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP. O TJ entendeu que a atuação da imprensa deve se pautar pelo cuidado na divulgação ou veiculação de fatos ofensivos à dignidade e aos direitos de cidadania.
Em março de 1994, a imprensa publicou reportagens sobre seis pessoas que estariam envolvidas no abuso sexual de crianças, alunas da Escola Base, localizada no Bairro da Aclimação, em São Paulo. Jornais, revistas, emissoras de rádio e de tevê basearam-se em "ouvir dizer"  sem investigar o caso . Quando foi descoberto, a escola já havia sido depredada, os donos estavam falidos e eram ameaçados de morte em telefonemas anônimos.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Datena: “VALÉRIO FEZ O QUE FEZ E A MÍDIA AINDA LHE DÁ MORAL”

José Luiz Datena
Por Eduardo Guimarães


“Na edição da última quarta-feira (12) do programa da TV Bandeirantes “Brasil Urgente”, o jornalista e apresentador José Luiz Datena defendeu Lula e atacou a mídia de forma indignada. A abordagem que fez, aliás, talvez seja a mais perfeita que se fez, até aqui, para esse processo de verdadeira caça ao ex-presidente. Confira, abaixo, as palavras textuais do jornalista.

Marcos Valério tenta manchar a vida de Lula, o presidente de maior aceitação deste país. Valério não tem moral. Quem é Marcos Valério para acusar Lula? Acho até que Lula deve se defender com mais veemência; gostei da resposta do governo… Valério fez o que fez e a mídia ainda dá moral p’ra um bandido desse?”

Esse é o ponto. Datena, na mesma argumentação, falou em “inversão de valores”. A qualquer um que não viva no Brasil e que não acompanhe sua política, será difícil explicar o clima que se criou na mídia contra um presidente que deixou o poder aprovado por 80% dos brasileiros.

O estrangeiro desinformado sobre a realidade pátria por certo inferiria que aquele homem que está sendo apresentado nas primeiras páginas dos jornais como culpado das acusações que lhe faz um escroque que transitou por todos os partidos com seus esquemas de corrupção, os quais distribuiu absolutamente sem preconceitos de ideologia ou orientação política, certamente foi um governante muito malsucedido.

Se você explicar ao neófito em política tupiniquim que, muito ao contrário, durante os oito anos de Lula o Brasil se tornou uma potência emergente, pagou a dívida externa, descobriu uma das maiores reservas de petróleo do planeta, viu a renda de sua população disparar, o desemprego praticamente sumir, a pobreza e a concentração de renda finalmente refluírem como nunca antes na história deste país, aí é que o observador alienígena entrará em parafuso.

Por fim, você dará o golpe de misericórdia na vítima desavisada da politicagem à brasileira: dirá que esse homem que há menos de dois anos elegeu candidata que escolheu monocraticamente e que, há pouco, bancou outro “poste” e o elegeu de forma brilhante no maior colégio eleitoral do país, está sendo acusado por um criminoso condenado.

Um detalhezinho aos que dirão que o PT participou dos esquemas desse escroque: os políticos que esses caras-de-pau apoiam, os do PSDB, envolveram-se com Marcos Valério da mesma forma que tantos outros. Se os esquemas de Valério não enlameiam todos os tucanos, tampouco enlameiam todos os petistas.

Datena está coberto de razão, pois. É bom essa gente ir tratando de respeitar essa maioria esmagadora que continua apoiando o ex-presidente Lula, dando-lhe enorme aprovação, inclusive em pesquisas recentes em que aparece como favorito para disputar a sucessão de Dilma ou só perdendo para aquela que ele mesmo, afinal, foi quem indicou aos brasileiros.”

FONTE: escrito por Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania”  (http://www.blogdacidadania.com.br/2012/12/datena-valerio-fez-o-que-fez-e-a-midia-ainda-lhe-da-moral/).
Postado por

"O povo vai se mobilizar em defesa do Lula"

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho grava vídeo em defesa do ex-presidente Lula, alvo de ataques decorrentes do julgamento do mensalão e da Operação Porto Seguro. Declarações de Carvalho, que foi chefe de Gabinente da Presidência de Lula, reforçam impressão de que o ex-presidente, que recebeu mais um prêmio, desta vez em Barcelona, nesta semana (foto), pode ser o candidato do PT em 2014
247-  trecho do discurso de Gilberto Carvalho.........."
"Vocês sabem o que está acontecendo neste final de ano, vocês sabem dos ataques sem limites que estão fazendo ao nosso querido presidente Lula e que tem um único objetivo: destruir nosso projeto, destruir o nosso PT, destruir o nosso governo. Por tanto, vamos nos preparar para assim que passarem as festas, a gente ir para as ruas. Temos que defender nosso projeto porque eles sabem o que estão perdendo. Mas o povo sabe o que está ganhando de dignidade, de reconhecimento, de esperança, de respeito e de um novo Brasil, de uma nova sociedade que estamos construindo......"

"Escândalos"(do PIG) não abalam imagem de Dilma ou Lula

Pesquisa Datafolha que será divulgada neste domingo aponta que, num hipotético cenário eleitoral de 2014, tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Lula seriam eleitos no primeiro turno, mesmo após tantas denúncias de corrupção. Percentual de eleitores que diz não haver corrupção no governo caiu de 34% para 20%, mas a maioria do eleitorado ainda votaria neles.247 - A pesquisa sai neste domingo: se a eleição presidencial de 2014 ocorresse hoje, a presidente Dilma Rousseff estaria reeleita, com um percentual que variaria de 53% a 57% dos votos a depender de seus adversários. Já no único cenário projetado com Luiz Inácio Lula da Silva no lugar de Dilma, o ex-presidente venceria o pleito com 56% dos votos.
A pesquisa traz um dado curioso: o percentual de eleitores que diz não haver corrupção no governo caiu de 34% para 20%. Ou seja, a população está dando mais atenção ao tema, provavelmente provocada pela intensa cobertura da imprensa sobre o assunto, mas isso não é o bastante para prejudicar a força eleitoral de Dilma e de Lula, o que dá ao PT duas fortes opções em 2014.
O melhor cenário para Dilma é o projetado apenas com a ex-ministra Marina Silva, que deve criar um novo partido em 2013, e o senador Aércio Neves (PSDB-MG). Dilma teria 57% dos votos, contra 18% de Marina e 14% de Aécio. Quando o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), entra no páreo, a presidente fica com 54% dos votos, Marina mantém os 18%, Aécio cai para 12% e Campos aparece com 4%.

Lula sai das cordas


LEONARDO ATTUCH 15 de Dezembro de 2012

No melhor estilo Muhammad Ali, que se deixava imprensar nas cordas com a guarda baixa para velozmente dar um drible de corpo e voltar saltitante ao centro do ringue aplicando golpes demolidores, o ex-presidente Lula retomou seu papel de protagonista na política brasileira.
De um momento para o outro, em Paris, com apenas uma frase dentro de um discurso, Lula se esquivou, bem ao seu modo, da saraivada de ataques envolvendo acusações de corrupção sobre ele próprio, lançadas pelo publicitário Marcos Valério em depoimento à Procuradoria-Geral da República e com repercussão geral entre os políticos. Para se livrar dessas bordoadas, bastou-lhe lembrar que pode ser candidato a presidente outra vez. A luta mudou.

Quando fala em retomar as Caravanas da Cidadania, com as quais percorreu o Brasil mais de uma vez num ônibus que arrastava atrás de si toda a mídia nacional e enorme atenção no estrangeiro, Lula machuca seus adversários onde mais dói, no voto......Enquanto os adversários querem vê-lo pelejar nas sombras da Justiça, Lula disse que escolhe a luz das vias públicas como melhor terreno para bater sem ser atingido. É a sua volta ao lugar de origem.
Ao quebrar um longo silêncio, Lula disse exatamente o que os adversários mais temiam.....O PT, que já parecia nocauteado pelos golpes ao chefe, acordou e igualmente passou a atacar os adversários tucanos com uma lista de Furnas na mão e o mensalão do PSDB na cabeça. Nas redes sociais, militantes dispersos já começam a se reorganizar em torno de slogans do tipo “mexeu com o Lula, mexeu comigo”.  
 
O ex-presidente, agora sabem todos, está de volta, despertou a torcida e, logo, em suas andanças, levará seu público à euforia. A luta do século entre o establishment e o metalúrgico pau de arara poderá ter, em 2014, mais uma emocionante edição.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Lula reage e a mídia sente o tranco

O PAÍS SABE QUE QUEREM DESTRUIR LULA


É INÚTIL. O PAÍS SABE QUE QUEREM DESTRUIR LULA

Por Eduardo Guimarães


Vai se cumprindo o script. É tudo tão previsível que chega a dar preguiça de comentar. Lula não é menos alvo hoje do que era há dois, quatro, seis, oito, dez, vinte ou vinte e dois anos. Entre 1989 e 2012, ele foi acusado de ser racista, abortista, ladrão, pedófilo, estuprador e assassino, entre outros. Não se consegue lembrar acusação que não tenha sofrido.

A cada manchete contendo uma “bomba” contra Lula, quase é possível ouvir os barões da mídia, seus pistoleiros e a oposição partidária de direita exclamarem “Agora vai”, ou seja, que, desta vez, desmoralizarão o retirante nordestino que se tornou um dos maiores líderes políticos do mundo.

Os mesmos jornais, revistas, rádios e televisões que, dia após dia, sem um único intervalo, durante as últimas duas décadas, tratam de tentar desmoralizar esse homem com todo tipo possível e imaginável de acusação, renovam suas esperanças pérfidas a cada nova tentativa.

Já usaram, até, uma ex-namorada de Lula para destruir sua imagem pública – ela o acusou de abortista e de racista. Já publicaram acusação de que ele tentou estuprar um garoto de 15 anos; já disseram que assassinou 200 passageiros de um voo comercial que terminou em tragédia.

Os brasileiros estão sempre esperando uma nova acusação contra Lula. Ele foi acusado até quando contraiu câncer, por não se tratar no sistema público de saúde. Afinal, como pode um retirante nordestino querer se tratar em hospitais que deveriam ser exclusividade de políticos com pedigree, como Fernando Henrique Cardoso?

Alguém imagina que, se um dia o ex-presidente tucano adoecer gravemente, a oposição midiática irá cobrar dele que se trate em hospitais públicos? Alguém irá cobrar o mesmo de José Serra ou de Geraldo Alckmin?

Contra Lula, argumentam que deveria se tratar no sistema público porque, durante seu governo, exaltava as obras que fez no setor, como se todo governante não fizesse o mesmo. A diferença é que um eventual câncer de FHC ou de outros políticos “com pedigree” nem seria noticiado.

Sobre Marcos Valério, chega a ser ridículo ter que explicar que ele está à beira do desespero por estar prestes a voltar às masmorras em que já sofreu toda sorte de sevícias. Sua estratégia para tentar escapar é oferecer ao Judiciário partidarizado e à mídia oposicionista o que mais desejam: uma acusação que permita a abertura de um processo contra Lula.

A direita midiática, claro, não conseguirá indispor Lula com o povo. Já houve acusações piores e nunca deram certo. Mas o objetivo não esse.

A esperança é a de que o inquérito que o atual Procurador-Geral da República certamente irá instalar antes de agosto, quando deixará o cargo, crie constrangimento para uma candidatura de Lula à Presidência ou até ao governo de São Paulo, ainda que, sem condenação em primeira instância, uma eventual candidatura sua não possa ser impedida pela “lei da ficha limpa”.

Enfim, nada de novo no front. Por falta de votos, a direita midiática tenta conseguir no tapetão o que não consegue nas urnas. Será inútil, mais uma vez. A maioria dos brasileiros não irá arriscar o bem-estar social que conquistou em troca de discursos “éticos” em favor de políticos como os tucanos, contra os quais pesa tanto ou mais do que contra os petistas.

A única esperança para essa direita midiática retomar o poder seria a crise mundial produzir desemprego, queda dos salários e inflação por aqui. A chance, porém, é muito pequena. Os governos Lula e Dilma provaram ao país que é possível atravessar crises sem empurrar a conta para a maioria. Portanto, esse novo “plano infalível” terá o mesmo destino dos outros.”

FONTE: escrito por Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania”  (http://www.blogdacidadania.com.br/2012/12/e-inutil-o-pais-sabe-que-querem-destruir-lula/).

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ofensiva contra Lula não tem mais limites

Ofensiva contra Lula não tem limites

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Julgamento do mensalão, Operação Porto Seguro e agora o vazamento na imprensa de novo depoimento feito à Procuradoria-Geral da República por Marcos Valério, réu condenado a 40 anos de prisão: a ofensiva contra o ex-presidente Lula não tem mais limites, é uma guerra sem quartel, sem data para acabar.


Em texto publicado aqui mesmo no Balaio no último dia 2 de novembro, eu já previa: "O alvo agora é Lula na guerra sem fim".

Não bastava condenar os dirigentes do PT acusados no processo do mensalão. O objetivo maior era demolir a imagem do principal líder do partido que completa dez anos no governo central agora em janeiro.

Os antigos donos do poder simplesmente não se conformam de ter perdido o controle do país depois de 500 anos de domínio.

Como não conseguiram recuperá-lo em sucessivas eleições, buscam agora outros meios para impedir a reeleição da presidente Dilma Rousseff, atingindo o seu principal eleitor, o ex-presidente Lula.

Para atingir este objetivo, tentam desde o início do governo Dilma jogar um contra o outro, buscando desqualificar o PT e as forças sociais que o levaram à vitória em 2002.

Até hoje não funcionou. Ainda ontem, durante visita oficial à França, a presidente Dilma foi a primeira autoridade brasileira a sair em defesa de Lula:
"É sabida a minha admiração, meu respeito e a minha amizade pelo presidente Lula. Portanto, eu repudio todas as tentativas - e esta não será a primeira vez - de tentar destituí-lo da imensa carga de respeito que o povo brasileiro lhe tem".

A iniciativa do debate político no país para a discussão dos grandes temas nacionais deixou de ser do Executivo e do Legislativo e hoje é determinado por uma ação coordenada entre a mídia e as instituições jurídico-policiais, que estabelecem a pauta do noticiário.

Na mesma terça-feira em que uma reportagem do "Estadão" vazou as declarações feitas por Marcos Valério em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em setembro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ao ser indagado sobre a necessidade da abertura de novas investigações, não pensou duas vezes: "Creio que sim".

Foi o quer bastou para que a concorrente "Folha" saísse com a manchete garrafal: "Presidente do Supremo quer Lula investigado no mensalão".

Faltando ainda dois anos para as eleições presidenciais de 2014, só posso atribuir esta ofensiva contra Lula agora ao desespero de setores alijados do poder pelo PT que não conseguem encontrar um candidato viável e confiável. Na falta de um candidato, procuram destruir o outro lado.
Cada vez que sai uma nova pesquisa de opinião mostrando a força de Dilma e Lula no eleitorado e a fragilidade dos candidatos da oposição, parece aumentar o furor dos que não se conformam com as conquistas sociais e econômicas dos últimos anos que garantem a alta popularidade dos líderes petistas, apesar do bombardeio sofrido nos últimos meses.

Desta forma, antes mesmo do julgamento do mensalão terminar, vai começar tudo de novo, quem sabe esticando o caso até as próximas eleições presidenciais, enquanto repousam no Supremo Tribunal Federal toneladas de processos antigos envolvendo outros políticos de outros partidos.
 

"Meu nome também é Lula"

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Estando em pleno gozo de todos os direitos políticos e de todas as demais garantias individuais concernentes à cidadania brasileira, diante da campanha hedionda de difamação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ora promovida por seus adversários políticos (declarados e enrustidos), venho fazer uma declaração.

Acompanho a trajetória de vida do ex-presidente desde a campanha eleitoral de 1989. Dá quase um quarto de século. A cada dia desses 23 anos, com intervalos de nem uma centena de dias, se tanto, vi e ouvi todo tipo de acusação contra ele. Todo tipo que se possa imaginar.

Naquele 1989, os mesmos grandes meios de comunicação que hoje, após tanto tempo, continuam lançando acusações análogas às de outrora contra o ex-operário, chegaram a convencer o Brasil de que ele era mais rico do que o adversário Fernando Collor por morar em uma casa emprestada por um empresário.

Acompanhei a vida de Lula, desde então. Como tantos sabem, sobretudo seus inimigos, ele não enriqueceu com a política. Muito pelo contrário, seu patrimônio – sobre o qual seus adversários construíram tantas farsas – não é tão maior do que era quando disputou a primeira eleição presidencial, há 23 anos.

Lula poderia ter tirado quanto quisesse da política, se quisesse…

Ele nunca se desviou do caminho que aquele que acompanhou a sua vida sabe que era o que verdadeiramente perseguia, o de dar ao filho do “peão” oportunidades menos inferiores às dos filhos dos janotas empertigados que se julgam melhores do que o resto por terem um sobrenome de origem européia e um canudo de papel outorgado por uma universidade.

Esse homem, com sua instrução rudimentar, ainda na minha juventude fez com que eu, que estudei nas melhores escolas de São Paulo, pudesse entender que um país injusto como o Brasil não é bom para ninguém, e que só com a igualdade de oportunidades é que poderia fazer jus ao conceito fundamental de nação.

É inevitável fazer a analogia entre a luta de Lula contra legítimos impérios empresariais e as mais poderosas forças políticas – começando por uma ditadura – e o conto bíblico da vitória do jovem e franzino David sobre o poderoso gigante Golias. Afinal, Lula venceu um gigante monstruoso. E venceu três vezes.

Dirão que construí, para mim, uma imagem romanceada de um político como qualquer outro. Mais uma vez provo que estão errados. Tenho todas as justificativas racionais do universo para dizer que Luiz Inácio Lula da Silva jamais traiu a minha confiança. O poder não o mudou e ele cumpriu todas as promessas que me fez ao fazê-las a todos os cidadãos.

Lula fez seu povo – como ele mesmo diz, os feios, os desprezados, os pobres e desesperançados – melhorar de vida como jamais ocorrera e alçou o Brasil a uma era de ouro. E o principal: devolveu a auto-estima aos brasileiros.

Agora, querem se vingar das derrotas acachapantes que Lula lhes impôs. Querem macular seu legado com acusações farsescas, irresponsáveis, criminosas. Querem, se possível, vê-lo encarcerado, pois foi sempre isso que fizeram com adversários políticos desde que atiraram o país em uma ditadura sangrenta.

Pois se essa afronta prosperar, dividirei, orgulhosamente, o banco dos réus com o ex-presidente. E serei acompanhado por milhões. Mas como só posso falar por mim, juro que, se Lula for a um tribunal, estarei ao seu lado. E quando lhe perguntarem o nome, levantar-me-ei e direi que o meu também é Lula.


O golpe tardio de Marcos Valério

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
Uma das características mais interessantes do golpismo midiático é o endeusamento de bandidos. Desde que estes se prestem a servir a “causa”, ganham ilimitado espaço nos grandes meios de comunicação. Quem irá esquecer os oito minutos que o Jornal Nacional, às vésperas de uma eleição presidencial, deu àquele bandidinho de segunda, que havia acabado de sair da cadeia, Rubnei Quicoli, onde ele acusava a Casa Civil de lhe ajudar a obter um empréstimo de 8 bilhões junto ao BNDES?


Não há santos em política. Não é preciso muita imaginação para supor a quantidade estonteante de chantagens, pressões indevidas, tráficos de influência, subornos, caixa 2, ameaças, que acontecem nos bastidores de Brasília. Se há poder envolvido, tem-se necessariamente um jogo pesado.

Nem PT nem Lula escapam dessa lógica. Eles não têm o poder mágico de remover a podridão humana, nem a alheia, nem a própria.

Dito isto, qualquer acusação contra Lula merece ser analisada com triplo cuidado, porque faz parte do jogo político, desde priscas eras, acusar o adversário das piores felonias.

Hoje o Estadão volta com uma acusação que ele mesmo havia feito há alguns meses, mas acrescentando detalhes que implicariam a pessoa do Lula.

A matéria informa que Valério diz que o esquema pagou despesas pessoais de Lula, e que o presidente deu ok aos empréstimos que o publicitário fez em nome do PT. A acusação, porém, tem as seguintes falhas:

- Como sempre faltam provas. E, segundo o próprio Valério, não há provas de que o dinheiro se destinou a pagar despesas pessoais de Lula, visto que não foi depositado na conta do ex-presidente.
- Lula já era presidente, a maior parte de suas contas poderia ser paga, regularmente, por seu gabinete. Não tem sentido esperar dinheiro de Marcos Valério. Se Valério falasse que depositou milhões para Lula em conta no exterior, haveria sentido, que era o enriquecimento ilícito. Mas pagar contas?
- Quanto ao aval sobre o empréstimo, aí é que não faz sentido mesmo. Em primeiro lugar, foi um empréstimo, que o PT inclusive já quitou. O STF criminalizou um empréstimo legal. Tentou-se, desde o início, pintar o PT como um partido inadimplente e falido, o que é um contrassenso: o PT havia acabado de sair vitorioso de uma eleição onde vencera em estados, além da vitória maior, a presidência. Qualquer banco privado emprestaria ao PT por este motivo.
- Marcos Valério, obviamente, está desesperado com a possibilidade de ficar em cana por décadas. Isso é motivo para, no mínimo, se desconfiar de suas intenções. Além do mais, todo bandido brasileiro da área política já entendeu que basta dar umas cacetadas no PT e, sobretudo, em Lula, para receber a solidariedade inconteste e definitiva da grande mídia.
- Quanto às “ameaças de morte” que teria recebido de Paulo Okamoto, pode-se tratar de uma estratégia astuta para se pintar como vítima.

Felizmente, o golpe em Lula, o milionésimo, chegou tarde. O ex-presidente teve tempo de fazer o que tinha de fazer: melhorar a vida do brasileiro, sobretudo o mais pobre. Para milhões de brasileiros, liberdade de expressão não é apenas poder falar o que quiser, mas também obter as proteínas e a dignidade necessárias para fazê-lo de cabeça erguida.
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A mídia e o retorno de Marcos Valério

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
E lá vem ele de novo, Marcos Valério.
Pobre leitor.
Mais uma vez, o que é apresentado – a título de “revelações” – é um blablablá conspiratório e repetitivo em que não existe uma única e escassa evidência.
Tudo se resume às palavras de Marcos Valério. Jornalisticamente, isso é suficiente para você publicar acusações graves?

Imagine, apenas por hipótese, que Marcos Valério, ou quem for, acusasse você, leitor. Sem provas. Numa sociedade avançada, você está defendido pela legislação. A palavra de Valério, ou de quem for, vale exatamente o que palavras valem, nada – a não ser que haja provas.
Já falei algumas vezes de um caso que demonstra isso brilhantemente. Paulo Francis acusou diretores da Petrobras de corrupção. Como as acusações – não “revelações” – foram feitas em solo americano, no programa Manhattan Connection, a Petrobras pôde processar Francis nos Estados Unidos.
No Brasil, o processo daria em nada, evidentemente. Mas nos Estados Unidos a justiça pediu a Francis provas. Ele tinha apenas palavras. Não era suficiente. Francis teria morrido do pavor de ser condenado a pagar uma indenização que o quebraria financeira e moralmente.Por que nos Estados Unidos você tem que apresentar provas quando faz acusações graves, e no Brasil bastam palavras?
Por uma razão simples: a justiça brasileira é atrasada e facilmente influenciável pela mídia. Se Francis fosse processado no Brasil, haveria uma série interminável de artigos dizendo que a liberdade de imprensa estava em jogo e outras pataquadas do gênero.
Um episódio recente conta muito: foi amplamente noticiado que teriam sido interceptadas 122 ligações ‘comprometedoras’ entre Lula e Rose. No calor, o jornalista Ricardo Setti publicou em seu blog na Veja até uma fotomontagem em que Lula aparecia festivamente entre Rose e Mariza. (Depois, apanhado em erro, pediu triunfalmente desculpas.)
Bem, as tais 122 ligações foram cabalmente desmentidas. A procuradora Suzana Fairbanks afirmou a jornalistas:”Conversa dela [Rose]com o Lula não existe. Nem conversa, nem áudio e nem e-mail. Não sei de onde saiu isso. Vocês podem virar de ponta cabeça o inquérito”.

Tudo bem publicar, antes, as ’122 ligações’ sem evidências? Faça isso nos Estados Unidos, e você saberá, na prática, o tormento pelo qual passou Francis.
Uma justiça mais moderna forçaria, no Brasil, a imprensa a ser mais responsável na publicação de escândalos atrás dos quais muitas vezes a razão primária é a necessidade de vender mais e repercutir mais.
Provas são fundamentais em acusações. Quando isso estiver consolidado na rotina do jornalismo e da justiça brasileira, a sociedade estará mais bem defendida do que está hoje.
 
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Saiu na Folha (*):

Procuradoras não confiam em depoimento


Segundo elas, empresário já tentou manipular o Ministério Público para reduzir pena

MATHEUS LEITÃO  RUBENS VALENTE   FELIPE SELIGMAN   DE BRASÍLIA

As duas procuradoras da República que tomaram o novo depoimento do empresário Marcos Valério de Souza, Claudia Sampaio e Raquel Branquinho, não confiam plenamente no que o operador do mensalão disse e temem ser manipuladas.
Em conversas reservadas, elas informaram que em outras ocasiões Valério tentou usar o Ministério Público Federal para conseguir diminuição de pena ou delação premiada sem apresentar provas daquilo que denunciava.
A Folha apurou que elas viram inconsistência no histórico de declarações do condenado e cobraram de Valério mais detalhes e provas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PT perdeu capacidade de reagir

Leitor Euler: PT perdeu capacidade de reagir

publicado em 12 de dezembro de 2012 às 0:54 n
Em comentário no site  Viomundo.com.br

Ao que parece, de tão golpeado, o PT perdeu a capacidade de lutar e de reagir aos ataques da direita. Uma nota de repúdio, apenas, é algo ridículo diante do que tem sido vítima diariamente. Se o PT não reagir à altura (ou à baixeza dos inimigos), será melhor pedir perdão aos brasileiros e entregar o governo.

É inaceitável, nestes 10 anos de governo federal, que o PT não tenha conseguido uma mídia de grande alcance para se defender. Poderia incentivar um grupo de jornalistas independentes, em cooperativa, a adquirir uma TV nacional, rádios e jornais regionais, com o patrocínio de bancos e empresas estatais. Até o bispo Macedo conseguiu montar uma máquina midiática nacional para se defender dos ataques da Globo; só o PT leva cacete dia e noite e permanece incapaz de reagir.
O PT não consegue sensibilizar e mobilizar a militância e nem tampouco os aliados, mesmo os fisiológicos, que disputam cargos no governo, mas se abstêm de defender as lideranças e o governo federal.
Ora, o que está em jogo, por parte da mídia dos tucanos (Globo, Folha, Veja, Estadão, jornais e rádios regionais) e do STF majoritariamente tucano (apesar ter sido indicado majoritariamente pelos governos petistas) é a destruição da imagem do principal líder do PT, do próprio PT e do governo Dilma. Uma coisa é a crítica à esquerda ao governo do PT, por não ter tido a coragem de enfrentar as elites em questões fundamentais, como: reforma agrária, investimento na Educação básica, monopólio da mídia, juros da dívida interna, etc; outra coisa é esse agressivo ataque moralista da direita udenista. Até quando o PT vai engolir isso sem esboçar uma reação que mereça o respeito da maioria dos brasileiros?
Pode ser que essa incapacidade de combate se deva à inexistência de quadros políticos capazes de conduzir este enfrentamento com a direita. Algumas das principais lideranças do PT foram feridas de morte com o processo do mensalão. O partido foi tomado em grande parte por oportunistas que sabem apenas defender os seus interesses pessoais e dos grupos que os apoiam eleitoralmente.
O principal líder do partido está sendo diariamente massacrado pela mídia, inclusive em assuntos pessoais. E a presidenta Dilma talvez tenha se dado conta de que não conta com uma força política capaz de defender seu governo, e com isso tenta, em vão, salvar-se com uma certa distância dos fatos. Mas é claro que ela está na mira da direita, que já se prepara para golpeá-la, como agora fazem com Lula e outras lideranças.
Ao aceitar jogar o jogo da direita fazendo todas as concessões, o PT se tornou muito igual aos partidos das elites; e o que ganhou em votos para eleger prefeitos e presidentes, parece ter perdido em apoio social dos movimentos organizados. Hoje, quem defende o governo federal são alguns poucos jornalistas independentes, através da Internet. Os sindicatos e centrais sindicais, ao agirem como autarquias do governo, perderam credibilidade e não conseguem mobilizar os trabalhadores em defesa do governo federal – que por sua vez, não consegue discutir um projeto de política social mais radical, capaz de empolgar os movimentos sociais.
Neste dramático quadro, se a economia declinar, a direita terá condições de derrotar o governo do PT. O que representará um enorme retrocesso para a maioria da população. Não pelo fim em si do governo petista, que muito deixa a desejar, mas pelo retorno das piores forças do atraso ao governo federal.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Veja ataca Niemeyer porque se envergonha do Brasil

Oscar Niemeyer, a Veja online e o Escaravelho

A revista Veja se compraz em desfazer as figuras que melhor mostram nossa cultura e que mais penetraram na alma do povo brasileiro. Essa revista parece se envergonhar do Brasil, porque gostaria que ele fosse aquilo que não é e não quer ser: um xerox distorcido da cultura norte-americana.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Veja - a revista que atacou Niemeyer

Veja enfrenta onda de protestos por chamar Niemeyer de ‘idiota’


Enquanto a mídia de todo o mundo exaltou o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, um dos principais colunistas da revista Veja, Reinaldo Azevedo, publicou um post com o seguinte título: “Morre Oscar Niemeyer, metade gênio e metade idiota”. Não demorou para que uma onda de protestos corresse a internet e apontasse os 100% de idiotice da revista Veja e de Reinaldo Azevedo. O pior é que Azevedo não parou por aí.

Por Carla Santos


O perfeito idiota não se contentou em atacar Oscar Niemeyer -- um dos maiores gênios que o mundo já produziu -- apenas por um dia. Na sexta (7) ele voltou à carga para argumentar mais sobre a "metade idiota" de Niemeyer.

Segue o primeiro parágrafo de Reinaldo Azevedo para justificar a “metade idiota” de Niemeyer: “A metade idiota de Niemeyer colaborou com os narcoterroristas das Farc, chamava de ‘líder fantástico’ o assassino de 40 milhões, via no tirano Hugo Chávez um grande homem e justificava todos os crimes de Fidel bem pensados, sua genialidade ocupava apenas um terço do seu caráter... Se eu tiver de voltar ao assunto, reduzo para um quarto... Ou: ‘Idoso de esquerda tem problema’” (íntegra do artigo aqui).

Em resposta, os protestos aumentaram, especialmente no Facebook. “Quando morre um grande homem é uma chance única para pequenos idiotas. Para abrir espaço e ganhar efêmera notoriedade, basta achincalhar o grande homem que morreu. Ainda que isso seja imoral e aético, assegura aos idiotas de plantão seus quinze minutos de fama. É isso que vejo na imprensa brasileira hoje: oportunistas tentando diminuir a extraordinária trajetória de Oscar Niemeyer. Não convidados à festa litúrgica do reconhecimento e da admiração, tentam ascender, ainda que pela porta dos fundos, ao espaço privilegiado que Niemeyer conquistou em mais de um século de talento e ousadia”, protestou o internauta Antonio Veronese.

“Essa revista representa exatamente o setor da sociedade que sempre viu o país como uma colônia, querendo apenas sugar suas riquezas ou vendê-las para os imperialistas. É uma elite deslumbrada pela aristocracia europeia, tão estúpida que reverencia somente o que vem de fora, enquanto os próprios europeus reconhecem a importância de um homem como Niemeyer e de outros brasileiros que a Veja faz questão de cuspir em cima”, comentou Ivan De Angelis.

Um comunista


Tanto ódio tem um motivo claro, como bem identificou o navegante José Luís Zasso: “mas ser chamado de idiota pelo Reinaldo Azevedo/Veja não deixa de ser um bom reconhecimento público. Eu me surpreenderia se a Veja o chamasse de ‘camarada’. Eric Hobsbawn, o maior historiador do século 20 foi chamado de ‘idiota moral’ pela mesma Veja. Assim como Niemeyer, era comunista”.

O mais triste de todo episódio é que, ao se folhear a revista, o que muito se vê são anúncios de empresas públicas estatais. Até quando o governo federal ajudará a sustentar veículos como esse? E o marco regulatório da mídia, continuará na gaveta?

Que o Brasil ouça o apelo que vem da Argentina, que a presidenta daqui se inspire na presidenta de lá e faça valer o direito à comunicação, este bem tão precioso a qualquer nação que se considere verdadeiramente soberana, democrática e representativa.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Tucanos preferiram acionistas ao povo

Conta de luz: MAB diz que tucanos preferiram acionistas ao povo

publicado em 7 de dezembro de 2012 às 2:55
Governadores do PSDB se colocaram contra a redução da tarifa de energia elétrica
O MAB [Movimento dos Atingidos por Barragens] vem a público denunciar o Governo Alckmin e também os governadores do PSDB de Minas Gerais e do Paraná por terem se posicionado contra a redução das tarifas de energia elétrica ao povo brasileiro. Não temos dúvida nenhuma que estes governadores e a base parlamentar – deputados e senadores – que se somaram a esta posição, agiram para beneficiar os setores rentistas, os especuladores.
A CESP (São Paulo), a CEMIG (Minas Gerais) e a COPEL (Paraná) não aderiram a renovação das concessões por orientação de seus governadores e de sua base parlamentar aliada porque cerca de 70% das ações destas empresas já estão privatizadas e juntas, em 2011, tiveram um lucro próximo a R$ 4 bilhões. No mesmo ano remeteram aproximadamente R$ 3 bilhões de lucro aos acionistas. Para continuar atendendo aos interesses dos especuladores, não aderiram à renovação e não aceitaram reduzir as tarifas de energia. Ou seja, preferiram ficar contra o povo e a favor dos acionistas das bolsas de valores.

Depois do processo de privatização do setor elétrico brasileiro nos anos 90 realizado pelo PSDB de FHC, as tarifas de energia elétrica aumentaram muito, a tal ponto que a população brasileira paga uma das tarifas mais altas do mundo, mesmo que tenhamos um custo de produção dos mais baixos. Os lucros passaram ser extraordinários. Somente a transnacional francesa Suez Tractebel enviou para fora do Brasil cerca de R$ 8 bilhões nos últimos anos. Além disso, das doze empresas que mais remetem lucro aos acionistas, nove são do setor elétrico. Isso revela o alto grau de exploração que o povo brasileiro tem sofrido através das tarifas de energia elétrica.

Nós do MAB reconhecemos que a renovação das concessões às empresas estatais e a redução das tarifas é uma vitória dos trabalhadores sobre os setores que defendem a privataria. No entanto, constatamos que os setores industriais foram mais beneficiados que os trabalhadores, houve uma enorme transferência de valor do estado aos setores industriais. Muitas questões devem ser melhoradas, principalmente no que tange aos interesses dos atingidos pelas usinas hidrelétricas e dos trabalhadores do setor. Mas nossa posição e as lutas que realizamos foram pela renovação, pela redução das tarifas e pela defesa dos direitos dos trabalhadores e atingidos.
Por fim, convocamos toda população brasileira a se somar na luta para cobrar dos governadores de São Paulo, Minas Gerais e Paraná para que revejam sua posição e busquem aceitar a redução das tarifas de energia elétrica ao povo brasileiro.
06 de dezembro de 2012
Coordenação Nacional do MAB

Skaf acusa Cesp, Cemig e Copel: Estão jogando contra todos os brasileiros

publicado em 7 de dezembro de 2012
Nota à imprensa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), via e-mail
“O governo federal não deve reabrir negociações com quem não aderiu à antecipação de contratos prevista na MP 579, que possibilita o desconto nas contas de luz. Deve levar esses ativos a leilão no final dos contratos, e garantir a redução de 20% para todos. Não se pode frustrar o povo brasileiro trocando esses 20%, uma vitória de todos nós, por 16,7%.”
Essa foi a reação do presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf, à notícia de que três estatais do setor elétrico – Cemig (MG), Copel (PR) e Cesp (SP) –  decidiram recusar a antecipação de contratos com desconto, proposta pelo governo federal.
“A presidente Dilma Rousseff anunciou 20% de desconto médio em rede nacional. As estatais que se recusam a aderir ao desconto vão ter que arcar com as consequências de frustrar os brasileiros e mais ainda: de não colaborar para que o Brasil se torne um país mais competitivo.”

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Tucanos sabotam redução na conta de luz

Sabotagem na conta de luz
explica crise tucana

“Estão sendo penalizadas as populações de SP, MG e PR pela decisão que essas empresas tomaram”, afirmou Márcio Zimmermann.


Saiu no Blog da Cidadania texto de Eduardo Guimarães:


Sabotagem da redução do preço da energia explica crise do PSDB



De 2003 para cá, eleição após eleição a oposição ao governo federal vem minguando em termos de representação parlamentar no Congresso Nacional e do eleitorado que governa. O caso mais grave é o do DEM, que está à beira da extinção, mas o PSDB também tem perdido apoio da sociedade, tendo hoje menos da metade do tamanho que tinha há uma década.

Nas eleições deste ano, enquanto o PT cresceu em número de prefeituras, de vereadores e de munícipes governados, a oposição diminuiu. Inclusive vêm surgindo especulações sobre fusão de PSDB, DEM e PPS, de forma a evitar que se tornem partidos “nanicos”.

Não há melhor explicação para esse fenômeno do que a atitude inexplicável de três governadores do PSDB que tentam sabotar iniciativa do governo Dilma Rousseff que poderia reduzir fortemente o valor das contas de luz de empresas e de pessoas físicas.
A queda no preço da luz poderá ser bem menor do que os 16,2% previstos pela presidente Dilma em setembro, quando anunciou a redução das tarifas.

As populações e as empresas de São Paulo, Minas Gerais e Paraná serão as únicas do país que não irão se beneficiar do programa federal de redução das contas de luz porque os governadores tucanos Geraldo Alckmin, Antonio Anastasia e Beto Richa estão sabotando abertamente a iniciativa da presidente Dilma Rousseff.

As empresas Cesp, Cemig e Copel, sob controle do PSDB de São Paulo, de Minas Gerais e do Paraná optaram por não prorrogar os contratos de suas hidrelétricas nos moldes propostos pela União.

O mais grave é que, do total de geradoras, 60% aderiram ao plano de Dilma.Todas as nove empresas de transmissão aceitaram renovar agora as concessões que venceriam entre 2015 e 2017.

Veja, abaixo, trecho de matéria da Folha de São Paulo desta quarta-feira (5):

“O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que a opção de Cesp, Cemig e Copel -estatais de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, Estados administrados pelo PSDB, principal partido de oposição ao governo federal- pune também a população desses Estados e que as companhias olharam apenas para o curto prazo.

‘Elas estão causando diretamente o impacto de não atingir os 20,2%. Estão sendo penalizadas as populações de São Paulo, Minas Gerais e Paraná pela decisão que essas empresas tomaram de não aceitar essas regras’, afirmou Zimmermann”

Se fosse preciso encontrar uma explicação para a débâcle oposicionista na última década, ela se resumiria a esse episódio inacreditável. Vejam que, de Norte a Sul, de Leste a Oeste do país, só as empresas geradoras de energia controladas pelo PSDB foram de encontro ao programa do governo federal.
Fica fácil entender que os governadores tucanos acham que podem impedir que o povo e os empresários dos Estados que governam fiquem sabendo que a promessa de Dilma não se concretizou nesses Estados porque eles sabotaram o programa que a materializaria.

Não é à toa que São Paulo, Minas Gerais e Paraná são Estados em que a vida vem piorando enquanto que, no resto do Brasil, melhora a cada ano. Todos os principais programas federais que têm impacto direto junto à população vêm sendo bloqueados.

Em São Paulo, particularmente, governadores como Geraldo Alckmin e José Serra rejeitaram programas federais para a Segurança Pública, para a Saúde, para a Educação, só para evitar que a logomarca do governo federal figurasse nesses programas.

Confiando na aliança com grandes grupos de comunicação, o PSDB e o DEM vêm prejudicando as populações dos Estados e Municípios que governam por razões puramente eleitoreiras. Porém, como se viu na recente eleição no maior colégio eleitoral do país (São Paulo), essas populações já começam a entender que esses partidos são nefastos para o país.