MARXISMO
OCIDENTAL X MARXISMO ORIENTAL.
Notas
e comentários sobre o livro “O Marxismo Ocidental “ de Domenico
Losurdo.
O
MARXISMO OCIDENTAL ATACA E CONDENA O MARXISMO ORIENTAL.
O
livro do cientista político historiador e filósofo italiano
Domenico Losurdo (O Marxismo Ocidental – como nasceu, como
morreu, como pode renascer. Boi Tempo. 2018) discute uma
interessante abordagem entre os dois tipos de marxismo que deveriam
ser um só. Ele critica os marxistas ocidentais por analisarem o
mundo num tipo de abordagem eurocêntrica,
centrada
apenas na visão do desenvolvimento capitalista na Europa (feudalismo
> capitalismo > socialismo > comunismo), diferente da
abordagem do marxismo
oriental,
que sem esquecer a luta de classes centra sua abordagem na luta
anti-colonial e anti-imperialista. O marxismo ocidental queria
excomungar o marxismo oriental, mas acabou sendo excomungado. Ele
mesmo se definha e praticamente morre absorvendo parte da doutrina
burguesa liberal, se contradiz e acaba concordando com as críticas
liberais burguesas ao analisarem as experiências orientais. Os
marxistas ocidentais no pós-guerra fria abominaram as experiências
soviéticas e chinesas e desta forma sucubem à sua própria
interpretação, pois ficaram presos às suas críticas tipicamente
liberais burguesas.
Dentre estes intelectuais eurocêntricos, o autor cita Perry
Anderson
(trotskista contra a União Soviética), Hannah
Arendt,
Michel Foucault,
Giorgio Agamben,
Antonio Negri,
Slavoj Zizek,
Max Horkheimer,
Althusser,
Marcuse,
Adorno,
Bloch,
etc. Perry Anderson foi o
primeiro a separar os dois marxismos,
ao publicar em 1976, o livro “Considerações
sobre o marxismo ocidental”
elogiando o ocidental e condenando o marxismo oriental, mas ao fazer
isso estava premeditando o seu suicídio. Deve-se reconhecer ao
filósofo francês Maurice
Merleau Ponty
o primeiro a estabelecer as
diferenças principais entre os dois marxismos. No
Oriente (e na prática em todos os países onde os comunistas
conquistaram o poder) o problema prioritário para os dirigentes
políticos não era promover a “desintegração do aparelho
estatal”, mas outro bem diferente : como evitar o perigo da
submissão colonial ou semicolonial e de que maneira superar o atraso
em relação aos países industrialmente mais avançados.
O
Ocidente ao ganhar a guerra fria, praticamente mata o marxismo
ocidental. Existia a visão de
que o Ocidente era livre e democrático e o Oriente dominado por
ditaduras totalitárias e cruéis.
Daí que os marxistas sumiram durante um bom tempo na Europa. E
vários marxistas ocidentais assumiram esta visão condenando os
regimes orientais. Só agora, os ocidentais estão percebendo as
diferenças entre os dois e começando a entender que a luta deveria
na verdade, ser uma só.
MARXISMO
OCIDENTAL DEFENDE O IMPERIALISMO “DEMOCRÁTICO” QUE IMPÕE
DITADURAS E ESCRAVIDÃO NO TERCEIRO MUNDO.
Acontece
que os marxistas no Ocidente negaram em suas análises, que as
potências capitalistas ocidentais na verdade colocavam em prática
políticas discriminatórias imperialistas tão ou pior do que os
regimes totalitários.
Bastava analisar suas relações com o Terceiro Mundo, com as
colônias e semi-colônias e até mesmo dentro de seus próprios
países e continentes. Estes países praticavam a escravidão em suas
colônias com a maior naturalidade e justificativas aceitáveis. E a
escravidão durou séculos, até recentemente. A escravidão é uma
prática dominadora repressiva extremamente cruel que discriminava os
negros e até povos orientais como seres inferiores ou como animais
sem alma ou dignidade. E fazia parte das engrenagens do capitalismo
para desenvolver, arrancar mais-valia e lucros extraordinários que
por sua vez proporcionava grande impulso à acumulação de capital.
No centro
do capitalismo, desenvolvimento econômico acelerado, inovações
tecnológicas e melhoria das condições de vida da população com
as “migalhas” que vinham do Terceiro Mundo; enquanto que na
periferia
deste a exploração era selvagem, ditatorial e sub-humana. Hitler
não faria melhor.
Os
próprios liberais burgueses denunciavam esta situação ao longo dos
séculos e descobriram as situações mais cruéis e terroristas do
mundo. Um deles dizia que o imperialismo britânico mandava para a
linha de frente de suas batalhas e guerras, servos e escravos numa
quantidade enorme, para servir de contenção das linhas inimigas.
Cerca de 50 milhões de africanos e 250 milhões de indianos morreram
nessas lutas imperialistas, segundo um historiador britânico
conservador A.J.P. Taylor, citado por Losurdo
(p.197). Na Bélgica liberal os colonizadores reduziram a população
indígena do Congo, de 20-40 milhões em 1890 para 8 milhões em
1911. Porque tratavam as populações de suas colônias como sendo
inferiores ou de raças inferiores, portanto sujeitas a qualquer tipo
de exploração, com total decisão sobre suas vidas e mortes….
Quando um povo possui a decisão de controlar vida e morte de seus
subjugados, é claro que é uma decisão extrema, de controle
total….ou seja totalitário, onde se elimina qualquer tipo de
liberdade. É O PODER DA
ESCRAVIDÃO….
O
genocídio americano
é considerado o Holocausto mais longo da história da humanidade,
também conhecido como “os quinhentos anos de guerra”, quando
foram dizimados 95% dos 114
milhões de indígenas americanos do atual território dos EUA e do
Canadá.
Hitler
é um filhote de cachorro em comparação com os "conquistadores
da América”.
Os americanos usaram de tudo para destruir os nativos americanos :
destruição em massa, guerra biológica (disseminando varíola nas
roupas dos índios), matando dezenas de milhões de búfalos (base
alimentar dos índios), esterilizando as mulheres indígenas
(esterilização cirúrgica forçada), proibição de realização de
serviços religiosos, etc…. A
“solução
final”
do problema dos índios da América do Norte se tornou modelo para os
posteriores Holocausto judeu (Hitler) e o apartheid sul-africano.
Hitler se propunha imitar a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, pois
pretendia estabelecer as “Índias alemãs” na Europa oriental e
promover ali uma expansão colonial semelhante àquela do Faroeste da
República norte-americana. Foi ao longo da opressão colonial e
racial posta em prática justamente pelos EUA contra os nativos e
negros que vieram à tona as palavras que depois se tornariam as
palavras chaves da ideologia nazista : ultimate
solution/endlosung,
(solução
final).
O
império colonial germânico devia ser construído graças ao
trabalho forçado dos “indígenas”, dos eslavos praticamente
reduzidos à condição de escravos, obrigados a trabalhar para
manter o aparato produtivo necessário para a condução da guerra.
Com o fim da Guerra de Secessão, os escravos negros foram
substituídos pelos coolies,
isto é, semi-escravos “amarelos”, provenientes da Índia e
China. O expansionismo colonial, conduzido pelos países liberais,
implicou a imposição de formas modernas de escravidão ou
semiescravidão em detrimento dos povos dominados. Foi por isso que
Lênin se referia ao conflito entre as grandes potências
capitalistas e colonialistas da Primeira Guerra Mundial como guerra
“entre proprietários de escravos para a consolidação e o
fortalecimento da escravidão”.
Se
o que define a escravidão é o poder de vida e de morte exercido
pelo patrão, a definição de Lênin mostra-se oportuna: as grandes
potências coloniais se atribuíam o poder de vida e de morte sobre
os povos que dominavam!
O
horror do sistema colonialista decerto não termina com a derrota do
Terceiro Reich e de seus aliados. Em vez de citar Argélia e o
Vietnã, o autor cita duas tragédias menos conhecidas : Quênia
(colônia britânica) e
América Latina
(quintal dos EUA). Na primeira ele se refere à Revolta dos Mau Mau,
nos anos 50 no Quênia, onde o governo de Londres emprega métodos
bárbaros para restabelecer a ordem na colônia , tipo campo
de concentração de mulheres
em Kamiti onde eram chicoteadas, interrogadas, reduzidas à inanição
e trabalho forçado que incluia construção de valas comuns para
enterrar cadáveres de outros campos de concentração. Na segunda, o
autor se refere à América Latina, onde nesta época (anos 1950) se
via os EUA instaurando ferozes ditaduras militares, mas também
promovendo atos de genocídio, p.ex. como o citado pela Comissão da
Verdade da Guatemala se referindo ao destino dos índios Maya,
culpados por simpatizarem com opositores do regime apoiado por
Washington.
MARXISMO
ORIENTAL COMEÇA A INFLUENCIAR POSITIVAMENTE MOVIMENTOS DENTRO DO
CAMPO DO MARXISMO OCIDENTAL.
Esse
mundo, feito de escravidão, semiescravidão, relações servis de
trabalho, formas monstruosas de sujeição, discriminações
gritantes e terríveis cláusulas de exclusão ratificadas ou
toleradas também no plano legal, depois de ter sofrido os primeiros
duros golpes por obra dos jacobinos de
Paris
e, sobretudo dos jacobinos negros de São Domingos (onde os escravos
tomaram o poder), foi posto em crise apenas pelo movimento comunista,
graças à sua ação direta e à influência por ele exercida. É
uma influência que se fez sentir no próprio coração da metrópole
capitalista, como é o caso dos afro-americanos. Eles eram oprimidos
por um regime de white
supremacy
terrorista
no momento em que eclodia a Revolução de Outubro, difusora de um
espírito novo entre os povos de origem colonial. Os negros decididos
a se libertar do jugo colonial e racial foram se filiando ao Partido
Comunista formando um componente essencial deste. Durante os anos da
Grande Depressão, do desemprego e da miséria em massa, aumentava a
luta contra o regime de white
supremacy. A
absurda perseguição e discriminação racial contra os negros na
América, mobilizou nos anos 1950 um movimento para que a Corte
Suprema acabasse com a discriminação. O ministro da Justiça do
governo escreveu uma carta à Corte: “A discriminação racial leva
água para o moinho da propaganda comunista e suscita dúvidas também
entre as nações amigas quanto à intensidade da nossa devoção à
fé democrática.” Foi movida por tais preocupações que a Corte
Suprema declarou inconstitucional a segregação racial nas escolas
públicas. CONCLUSÂO
: não é possível compreender o desmantelamento nos EUA do regime
de white
supremacy
(herança tenaz do sistema colonialista-escravista mundial) sem o
desafio da Revolução de Outubro e do movimento comunista.
DIFERENÇAS
BÁSICAS ENTRE OS DOIS MARXISMOS.
O
autor, Domenico Losurdo, também distingue duas diferenças
importantes entre os dois marxismos, mas não necessariamente
contraditórias. O marxismo oriental
tem o foco mais voltado para o futuro em curso ou futuro
próximo, mais imediato, na transição pós-capitalista a
curto prazo ; enquanto que o marxismo
ocidental tem o foco mais importante voltado para o futuro
mais remoto e utópico, portanto mais distante no futuro,
na concepção mais final do comunismo a longo prazo. Marx e Engels
já haviam previsto estes dois aspectos da transição
pós-capitalista ou destas duas definições do “comunismo”, que
na verdade, são duas fases. Uma fase de curto prazo , intermediária
ou “socialista” e uma fase mais avançada ou fase final ou
“comunista”. É como se fosse construída
uma ponte entre futuro em curso e futuro remoto. Segundo
o autor, o marxismo ocidental, se quiser renascer, deve saber
construir esta ponte entre estas duas diferentes temporalidades.
Os
países que adotaram o marxismo oriental, como a China p.ex., ainda
não concluíram a etapa do futuro próximo, ou seja, basicamente a
revolução anti-colonial e a destruição do sistema
colonialista-escravista mundial. Países centrais desenvolvidos que
na verdade são países imperialistas desencadeiam guerras em todos
os cantos do mundo, reabilitando explicitamente o colonialismo e o
imperialismo e invocando de antemão guerras desnecessárias para
silenciar os que ousam desafiar a pax
americana.
Guerras encadeadas, recentemente contra : Iraque, Afeganistão,
Iugoslávia, Síria, inclusive a Palestina, etc. Vários
intelectuais do marxismo ocidental apoiavam estas guerras, ao mesmo
tempo que proclamavam a realização da utopia de um mundo sem
guerras ? Até Zizek faz desdém pela luta anti-imperialista.
O
EXEMPLO DO COMBATE AO COVID-19. O
combate ao Coronavírus, indica a nível mundial, a importância que
cada país proporciona à saúde de sua população. Ficou claro que
o Ocidente prefere privilegiar a economia em detrimento da saúde de
seu povo – ou seja priorizam os empresários e não a população
em geral. Os exemplos estão aí: Itália, EUA, países ocidentais em
geral. Enquanto que no Oriente, especialmente os países comunistas
como China, Vietnã, Coréia, incluindo Cuba, todos eles priorizaram
a saúde da população em detrimento da economia. Também foram
muito mais eficientes no combate à pandemia. Tomaram medidas super
restritivas para controlar rapidamente a propagação do vírus. E
quem dá aval à estas informações é a OMS, organismo da ONU que
elogiou as medidas e os resultados dos países do Oriente. Não se
pode dizer que eles foram parciais, porque usaram os mesmos critérios
para analisar todos os países – China, EUA, França, Vietnã, etc.
OCIDENTE
DEMOCRÁTICO E ORIENTE TOTALITÁRIO ?
Hoje
seria um absurdo dizer que os países comunistas seriam totalmente
autoritários e os países ocidentais seriam totalmente democráticos.
Quem conhece a gestão dos países como China e Cuba, sabem que os
governos possuem um grande feed back com a população, possuem
comitês de bairros e comitês representativos dentro dos
partidos...e a prova disso é que 80% da população aprovam as
medidas populares de seus governos. Afinal quem tem os níveis mais
elevados de educação são estes países e a prova são as
avaliações internacionais (que são neutras), tipo PISA da OCDE (avaliam alunos de cursos básicos de 79 países) que colocam os alunos
dos países orientais com as notas mais altas.Na última avaliação de 2019, a China está em primeiro lugar nos três níveis (leitura, matemática e ciência) com 555 pontos (leitura), 591 (matemática) e 590 (ciência); os EUA conseguiram 505 (leitura - 13º), 478 (matemática - 38º) e 502 (ciência -18º). A solidariedade entre
as pessoas são mais elevadas nestes países e a pandemia do COVID
provou isso – voluntários organizavam pessoas em cada conjunto de
apartamentos para fazer compras e monitorar os doentes em isolamento.
Enquanto que no Ocidente, o individualismo é preponderante. Países
orientais ofereceram ajuda com médicos e equipamentos aos países
ocidentais (China e Cuba enviaram ajuda à Itália; Vietnã enviou
ajuda para a França - que colonizou o Vietnã), enquanto que os EUA
confiscavam equipamentos médicos vindos da China que passavam em seu
território.
E
quem disse que os países ocidentais são totalmente democráticos ?
Que democracia é essa em que os políticos são representantes de
grandes corporações ? Em que as principais decisões dos governos
atendem interesses destes grandes grupos corporativos ? O resultado
disso está na distribuição de renda e poder destes países,
altamente concentrada nas mãos de uma minoria que controla os
governos e toda a economia. Nos países orientais a distribuição de
renda é muito mais justa e igualitária e não existe discriminação
quanto ao atendimento de serviços essenciais como educação e saúde
que são socializados à população em geral, enquanto que nos
países ocidentais boa parte da educação e saúde são privatizados
e não atendem a maioria.
MAS
AS PESSOAS SÃO LIVRES PARA COMPRAR O QUE QUISEREM E FAZER O QUE
QUISEREM. SÃO MESMO ? São
livres para comprar os produtos que grandes empresas interessadas em
aumentar lucro oferecem para você num leque de opções manipuladas
pelas grandes empresas de propaganda e publicidade, que também
precisam vender.
Empresas direcionam produtos com taxas maiores de lucro e boa parte
destes produtos são supérfluos e/ou de luxo. As
pessoas são estimuladas a consumir produtos que não precisam e não
são as melhores opções para elas.
Milhões de pessoas consomem produtos que prejudicam sua saúde,
aumentam a obesidade e até provocam doenças crônicas. No Brasil a
maioria dos alimentos que as pessoas consomem estão envenenados com
agrotóxicos que provocam doenças e câncer. Então elas procuram os
médicos que receitam remédios que não curam imediatamente mas que
você tem que tomar o resto da vida. Farmacêuticas produzem remédios
que dão lucro – determinados remédios os pacientes precisam tomar
sempre, para manter o nível de vendas e de lucros das grandes
farmacêuticas. Por que não produzem remédios que curam de uma vez
? Ou remédios para doenças crônicas que atingem minorias da
população ? Por que não dão lucro. O
sistema não está interessado em curar nem melhorar a saúde das
pessoas – porque estas coisas não dão lucro.
AS PESSOAS PODEM FAZER O QUE QUISEREM ? SIM, desde que não
prejudiquem o lucro das empresas que dominam o mercado, elegem
políticos e mandam no governo, protegidas por leis aprovadas por
políticos que elas elegeram.
O
EXEMPLO DA CHINA, HOJE O MAIOR PIB DO MUNDO
O
Partido comunista chinês, com Mao, promovia uma leitura de
“significação” do marxismo, para dar impulso à luta
anti-colonial e para um desenvolvimento das fôrças produtivas capaz
de possibilitar a realização da independência também no plano
econômico e tecnológico, para o rejuvenescimento de uma nação
submetida ao colonialismo e ao imperialismo por séculos de
humilhações desde as guerras do ópio. Longe de ser negada, a
perspectiva socialista e comunista é orgulhosamente proclamada pelos
dirigentes da República Popular da China. Sua realização está
ligada a um processo histórico muito longo, no decorrer do qual a
emancipação social não pode ser separada da emancipação
nacional. O marxismo ocidental ainda fustiga o marxismo oriental, não
reconhecendo a dependência do condicionamento material
(desenvolvimento das fôrças produtivas). Mesma coisa o marxismo
ocidental fez com o Vietnã e Cuba. Cuba que hoje faz concessões ao
mercado e à propriedade privada, inspirando-se de modo bastante
cauteloso no modelo chinês. Cuba luta pela independência econômica
e tecnológica e mesmo assim recebe o desdém dos marxistas
ocidentais. O marxismo oriental não pode abrir mão de concluir,
em todos os níveis, a revolução anticolonial, mesmo apesar dos
contratempos e erros eventuais surgidos durante o processo.
A
China era
um país pobre, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 150 bilhões
e uma população de 800 milhões de pessoas, em 1978. Hoje, são
1,38 bilhão de habitantes e um PIB de US$ 12 trilhões, segundo
dados da ONU.
Segundo dados do FMI/BANCO MUNDIAL em 2018, a China tinha um PIB de
US$13 trilhões e os EUA um PIB de US$20 trilhões. Mas
em dólares PPC (paridade do poder de compra) que mede os reais
valores das moedas locais (já que o dólar é uma medida cambial e
altera os valores dos preços em cada país), a China teria um PIB de
US$23 trilhões, o maior do mundo; e os EUA teria um PIB de US$19
trilhões.
A partir de 1978, Deng Xiaoping, secretário do PCC inicia o
processo de modernização econômica da China, abrindo o mercado
para investimentos estrangeiros e permitindo a competição
capitalista, aprendendo com as potências estrangeiras, abrindo para
o exterior, fomentando novos métodos de gestão. A China
desenvolveu aceleradamente suas fôrças produtivas, desde então,
crescendo a taxas bem elevadas; no início 20% a.a., depois caindo
para 15% e hoje continua crescendo a taxas de 6-8% a.a., ainda
elevadas em termos ocidentais. Mas não devemos esquecer que o
governo mantém o controle das regras do jogo econômico, possui
grandes estatais, poder de polícia e promove investimentos
importantes em educação, saúde, pesquisa e tecnologia,
infra-estrutura, etc. No início das reformas, anos 1980, mais de
90% dos chineses viviam em condições de pobreza e miséria. Em
2017, apenas 2% dos chineses vivem nestas condições e o governo
prometeu acabar com a pobreza neste ano de 2020. O desenvolvimento
tecnológico também acelerou, hoje a China registra patentes em
quantidade mais de duas vezes maior do que os EUA registram. Em
2014, a China havia alcançado o número extraordinário de 801 mil
patentes, metade do total do planeta inteiro, contra apenas 285 mil
dos americanos
Possui mais pesquisadores PhD que os EUA. Em junho de 2020 a China
lançará um foguete que colocará um rover em Marte, sendo o segundo
país a fazer isso – os EUA já colocaram 4 rover neste planeta.
Também colocou um satélite no lado oculto da lua, nenhum outro país
tinham ousado fazer isso.
Obs:
sobre a ascensão da China, era Colombiana, governos anti-coloniais e
marxismo oriental, veja também o vídeo de Jones Manoel no
Youtube:……e outros dele sobre o mesmo assunto.
Daniel
Miranda Soares, economista pela UFMG, mestrado pela UFV, ex-professor
universitário.
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