NEOLIBERALISMO
- resumo
O Neoliberalismo é
uma doutrina econômica/política que retoma os antigos ideais
do liberalismo
clássico do
séc. XIX ao preconizar a mínima intervenção do Estado na
economia, o laissez-faire,
acreditando que o mercado resolveria
tudo através da livre concorrência espontânea. Principais
pensadores : Leopold Von Wiese, Friedrich Hayek, da Escola Austríaca,
Ludwig Von Mises e Milton Friedman, anos 1950/60,
da Escola de Chicago e também Monetarista.
Os
neoliberais combatem, principalmente, a política do Estado
de Bem-Estar Social,
um dos preceitos básicos da social
democracia, que aconteceu pela política
keynesiana,
hegemônica
a partir da crise de 1929 até fins dos anos 1970….Foi neste
período que a economia mais cresceu - o dobro da média neoliberal
(1980-2019)…. Para os keynesianos a intervenção do Estado na
economia, estimula o crescimento do mercado (via aumento da massa
salarial) da renda e da produção e corrige as imperfeições
naturais do mercado “livre”, amenizando
bastante as
crises econômicas. Neste período houve um fortalecimento das leis
trabalhistas, com consequente aumento dos salários, melhoria da
distribuição de renda e do bem estar social. Aliás a política
keynesiana surgiu para resolver o problema das crises constantes
provocadas pelas políticas liberais até 1930.
A
partir da crise do Petróleo (anos
1970)
os neoliberais conseguiram
uma boa desculpa para pregar a volta do “mercado livre”. A
crítica direcionada pelo neoliberalismo a esse sistema é a de que o
“Estado forte” é oneroso e limita as ações comerciais,
prejudicando aquilo que chamam de “liberdade econômica”. Além
disso, a elevação dos salários e o consequente fortalecimento das
organizações sindicais são vistos como ameaças à economia,
aumentando os custos com mão de obra. Os neoliberais defendem a
máxima desregulamentação da força de trabalho, com a diminuição
da renda e a flexibilização do processo produtivo.
Em
1989, o Consenso
de Washington definiu
algumas
particularidades do
neoliberalismo, tais
como:
- diminuição da cobrança de impostos das grandes empresas, de modo que aumentem seus lucros (reforma fiscal);
- abertura comercial para aumentar as importações e exportações, a partir da diminuição das tarifas alfandegárias;
- privatização das empresas estatais, com o objetivo de diminuir a presença do Estado no mercado;
- redução dos gastos do Estado, com corte de funcionários, terceirização de serviços;
- diminuição de leis trabalhistas para diminuir custos dos empresários;
- oposição à doutrina marxista;
- crítica ao keynesianismo;
- incentivo à competitividade de mercado;
- repressão às organizações sindicais e movimentos populares;
- controle dos ideais neoliberais por meio de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Banco Mundial (BM).
Porém,
muitas dessas mudanças passaram por cima das políticas
sociais,
causando o desemprego, a fome e a miséria de vários povos em
países
subdesenvolvidos e
maior presença das multinacionais controlando ex-estatais e os
recursos naturais destes países. O neoliberalismo fez o capital
financeiro internacional crescer bastante. As indústrias se
transferiram para os países com salários mais baixos e o mercado
trabalhista desregulamentado. A média do crescimento econômico caiu
muito no mundo ocidental, aumentando a concentração do capital e da
renda. A ideologia deste modelo difundiu-se em universidades e
instituições civis, servindo-se como pensamento único, sem
contestações, camuflados com mentiras fajutas, tipo “o mercado
livre resolve tudo”. Em vez de livre
concorrência
o que houve foi concentração
do capital financeiro/produtivo
nas mãos de grandes conglomerados.
E
o pior
desta história é
que o Estado nunca deixou de intervir na economia, privilegiando as
grandes corporações, aumentando o poder de grandes grupos
monopolistas e oligopolistas, gastando muito dinheiro para socorrer
bancos, financiar conglomerados do complexo industrial-militar e
pesquisas tecnológicas; onde
foram parar cerca de 20% do orçamento do governo americano.
TUDO
COM DINHEIRO DOS CONTRIBUINTES.
As inovações
tecnológicas nos ramos mais avançados da indústria (eletrônica,
informática, naval, aeroespacial, química, nuclear, etc.) foram
financiadas pelos governos dos EUA e Europa, assim como os altíssimos
subsídios da política agrícola desses países, pagos
pelos contribuintes…
ONDE
ESTÁ O NEOLIBERALISMO NESTAS POLÍTICAS ?.
Enquanto
eles protegem seus investimentos e suas grandes empresas, o Terceiro
Mundo
continua sendo enganado com esta política fajuta neoliberal que nem
eles acreditam, abrindo suas portas às grandes corporações
estrangeiras, privatizando suas estatais, voltando a exportar
matérias-primas com salários mais baixos e desemprego, aumentando a
fome, a miséria com cortes substanciais nos programas sociais e
reprimindo os movimentos sociais e sindicais, além
das intervenções políticas promovendo direta e indiretamente
golpes militares e golpes jurídicos e até derrubando governos
democráticos. O NEOLIBERALISMO PREFERE DITADURAS E GOVERNOS
AUTORITÁRIOS DO QUE A DEMOCRACIA. Por que a democracia controla seus
excessos.
Resumindo:
O neoliberalismo usa o discurso do livre mercado, do mercado
espontâneo, do mercado acima do Estado, de que o mercado é mais
eficiente, etc.etc.etc.….MAS NUNCA LEVOU ISSO A SÉRIO…. Na
verdade o objetivo do NEOLIBERALISMO é reprimir os salários e
apagar todos os direitos trabalhistas e sindicais para deixar a
classe trabalhadora bem enfraquecida e vulnerável às suas políticas
de maximização dos lucros dos grandes monopólios e oligopólios.
MÁXIMA DELES: o lucro acima de tudo e de todos; quanto menos
direitos sociais e sindicais melhor. Daí o controle da mídia para
divulgar seus pseudos ideais
de
que o Estado é ineficiente e as
empresas
privadas são muito mais
eficientes.
Daniel
Miranda Soares – economista, mestre pela UFV e ex-professor
universitário aposentado.
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