sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

 

PELÉ DESTRUIU ESTIGMAS RACIAIS E INFLUENCIOU A IDENTIDADE BRASILEIRA


Pelé 'destruiu estigmas raciais' e influenciou identidade brasileira, dizem pesquisadores

SPUTNIK BRASIL….30.12.2022 (atualizado: 08:51 30.12.2022)….Solon Neto.

https://sputniknewsbrasil.com.br/20221230/pele-destruiu-estigmas-raciais-e-influenciou-identidade-brasileira-dizem-pesquisadores-26705843.html


Sputnik - Nesta quinta-feira (29), Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, tricampeão mundial e sinônimo de futebol, faleceu aos 82 anos. A Sputnik Brasil ouviu jornalistas e pesquisadores para discutir o legado da carreira do eterno camisa 10 para o esporte, para a construção da identidade nacional e para população negra do Brasil.

Há semanas internado no hospital Albert Einstein, na capital paulista, onde tratava um câncer no cólon, Pelé morreu nesta quinta-feira (29). Sendo uma das figuras mais famosas do século XX, a morte do ex-jogador repercutiu mundialmente.


Com uma carreira brilhante, Pelé conquistou, ao lado da Seleção Brasileira, as Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970. No Santos, onde jogou praticamente a carreira toda, também empilhou títulos, entre eles duas Libertadores e dois Mundiais de Clubes, viajando o mundo inteiro em partidas de exibição com a equipe. Em um dos episódios mais notórios dessa trajetória no clube, chegou a paralisar uma guerra civil na Nigéria.

Para discutir o legado do "atleta do século", a Sputnik Brasil ouviu pesquisadores de diversas áreas, que apontaram as contribuições de Pelé para além dos campos de futebol, desde sua ascensão em meio a um mundo ainda marcado pela segregação racial, à sua contribuição para a profissionalização do esporte e a formação da identidade brasileira.

Pelé foi um 'destruidor de estigmas' racistas

Apesar de Pelé não ter sido conhecido como um ativista contra o racismo, especialistas na questão racial brasileira atribuem a ele um legado importante nessa frente. Na avaliação do pesquisador Juarez Tadeu de Paula Xavier, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e militante histórico do movimento negro, "o legado de Pelé para população negra brasileira é extraordinário, enorme".

Segundo o professor, é preciso observar que o Brasil construiu políticas públicas de segregação e violência contra a população negra a partir do século XIX, incluindo a negação da humanidade e estigma dos negros brasileiros. Nesse sentido, Pelé quebrou com a lógica racista dessa visão. 

"O Pelé desmonta tudo isso com a sua genialidade, especialmente a partir de 1959, quando se torna um ícone mundial. Então toda a ideia que se tinha de o negro ser incapaz de ser criativo, o Pelé destruiu; incapaz de compreender os processos políticos, econômicos, sociais, o Pelé destruiu; incapaz de expressar de forma ampla a sua humanidade, o Pelé destruiu. Então a figura dele destruiu, destroçou, todos os preconceitos e estigmas de discriminação em relação à população negra", explica o pesquisador à Sputnik Brasil. 

Xavier aponta que com o surgimento e o sucesso inegável da figura de Pelé, caem "o mito da fabulação da incapacidade da população negra" e a ideia de que o negro não seria um sujeito de direitos.

"Esse é o grande legado de Pelé para o Brasil, de modo geral, e para a população negra, em especial. É o fim dos estigmas. Ele questiona os estigmas com a sua genialidade, ele provoca a necessidade de uma mudança, de pensar o negro a partir de um novo prisma, diferente do que vigia até o século XIX nesse país. Ele abre possibilidade para que o negro, como cidadão, reivindique políticas públicas e ele mostra a iniquidade do racismo na sociedade brasileira, em que mais de 60% da população é negra. Então ele deu uma grande contribuição nesse sentido", afirma.

O pesquisador salienta que a Seleção Brasileira que venceu a Copa de 1958 com Pelé quebrou um paradigma racial que vigia no Brasil até então. Xavier lembra que a presença negra chegou a ser proibida no time nos anos 1920 por decisão do então presidente brasileiro, Epitácio Pessoa.

Essa estigmatização ficou explícita também em episódios posteriores, como o massacre da opinião pública contra o goleiro Barbosa, um homem negro, responsabilizado pela derrota brasileira na final de 1950 da Copa do Mundo, e em declarações de dirigentes do futebol brasileiro nos anos seguintes.

 "E aí vem 1958 e um menino 17 anos muda tudo. Provoca uma mudança em tudo, mostra genialidade, competência, destreza, inteligência, estratégia — tudo aquilo que fora negado até 1954, Pelé destrói isso com a sua genialidade. E isso traz questões importantes porque, a partir de 1958, todo jogador negro — garoto, criança — queria ser Pelé", aponta, acrescentando que a trajetória do gênio do futebol mudou a lógica anterior e tornou a presença negra no futebol algo positivo.

Para Xavier, apesar da importância inegável de Pelé para o futebol brasileiro, o racismo ainda será uma questão importante na disputa pela memória e pelo legado do eterno jogador.

"Nesse sentido, acho que o movimento negro tem que ter uma ação política. Não, obviamente, inventando a imagem Pelé, mas problematizando essa questão para compreender a dialética do que ele provocou em relação à presença do negro [...]. Precisamos ir além da aparência e observar a essência do fenômeno Pelé [...]. Pelé teve um papel importante na humanização do negro na sociedade brasileira. Isso eu não tenho dúvida alguma", diz o professor.

'Um inventor da brasilidade'

Em entrevista à Sputnik Brasil, o escritor e historiador Luiz Antonio Simas, autor de "Maracanã: quando a cidade era terreiro", afirma que Pelé talvez represente o ápice de "um futebol de sonho, de imaginação".

"Pelé talvez tenha sido o primeiro jogador — e acho que ninguém conseguiu isso tanto como ele, até hoje — que consolidou a relação, a união, entre o sonho e o concreto. Era um tremendo de um atleta e ao mesmo tempo era um mágico com a bola nos pés. Então é por isso que ele é alçado à categoria do maior de todos", avalia Simas.

Na visão do escritor, Pelé, além de um excelente atleta, é também um dos responsáveis pela criação da identidade brasileira.

"O Pelé, mais do que um jogador de futebol, é um inventor da brasilidade. Isso porque, em um país com quatro séculos de escravidão ver um descendente de pessoas que foram escravizadas furar a bolha da exclusão social — que sempre caracterizou a nossa história — e chegar ao auge de ser o brasileiro mais conhecido de todos os tempos, se para o futebol, o Pelé é o ápice, para o Brasil, o Pelé é um inventor da brasilidade, é um dos inventores de um país que a gente sonha que seja mais generoso, mais imaginativo. Pelé é tudo isso", avalia.


Pelé marcou ruptura no futebol profissional

O sociólogo Ronaldo Helal, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte (LEME), acredita que Pelé, além do talento, revolucionou o futebol profissional em relação à importância da preparação física.

 "O Pelé, não só para o Brasil, mas mundialmente, marcou uma ruptura na forma de se encarar é o futebol profissional. No caso brasileiro, eu diria que — apesar de ele ter sido muito cobrado durante toda a sua carreira de que ele poderia ter feito mais pelos projetos no Brasil — acho que a imagem dele foi extremamente importante, de mostrar para o mundo um atleta negro e tricampeão, o atleta do século. Então nesse sentido, é um ícone, fantástico, incomparável do Brasil e para o mundo", avalia Helal em entrevista à Sputnik Brasil.

O sociólogo aponta que o Brasil saiu da década de 1930 "com uma certa fragilidade na noção do que era ser brasileiro". Helal, lembra que a ideia de brasilidade passou a ser discutida por diversos autores, como o jornalista Mário Filho e os escritores Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e José Lins do Rêgo. Segundo ele, o pensamento brasileiro passou a enxergar no futebol um "motor para juntar uma nação de dimensão continental como o Brasil". Nesse sentido, o sucesso de Pelé a partir de 1958 ajuda a formar a identidade brasileira.

"Essa equação de Seleção Brasileira e nação brasileira, identidade nacional, praticamente se consolida ali. Eu digo sempre que essa equação vai perdendo força nas últimas décadas por conta da globalização, da ida dos melhores jogadores para a Europa, mas acho até que hoje em dia ela não é tão importante quanto foi naquele momento. Naquele momento, era importante você ter essa noção de brasilidade e o futebol, muito por conta do Pelé, acabou sendo bastante exitoso nessa construção de identidade nacional", afirma.

Sinônimo de excelência

O jornalista Leandro Iamin descreve Pelé como o "mais impactante atleta e jogador do século XX" e lembra que o brasileiro é uma das figuras midiáticas globais mais conhecidas do planeta. Iamin ressalta que a permanência do "atleta do século" por quase toda a carreira no futebol brasileiro, algo incomum para os grandes talentos da atualidade, foi também uma vitória para o esporte do país.

"A gente conseguiu ter o Pelé a carreira quase inteira aqui no Brasil. Ele não precisou ir à Europa, não quis à Europa, quis ficar aqui e a gente conseguiu viabilizar isso. Então é uma grande vitória do futebol brasileiro. É uma história de vitória do futebol brasileiro em campo, mas a vitória brasileira que representa o Pelé é também para autoestima, para a ideia do atleta de elite, para o atleta negro brasileiro", afirma Iamin em entrevista à Sputnik Brasil.

O jornalista afirma que, apesar de que a notícia da morte de Pelé já era esperada devido ao seu quadro de saúde, está de coração partido ao recebê-la. Para Iamin, seria necessário inventar uma nova palavra para classificar a importância do tricampeão mundial.

"Muitas vezes a gente fala sobre alguém que é muito bom em alguma coisa que 'esse cara é o Pelé de determinada coisa', porque o Pelé não tem um adjetivo que possa defini-lo, então que o adjetivo vire Pelé", conclui Iamin.







domingo, 18 de dezembro de 2022

A TEORIA DA DEPENDÊNCIA DE ANDRÉ GUNDER FRANK

 


TEORIA DA DEPENDENCIA DE ANDRÉ GUNDER FRANK


Este post é um breve resumo da visão da Teoria da Dependência sobre Desenvolvimento e Subdesenvolvimento. É, em termos gerais, uma teoria marxista do desenvolvimento, desenvolvida pelo economista alemão André Gunder Frank, um dos criadores da Teoria da Dependência, ao lado dos brasileiros Theotônio dos Santos, Ruy Mauro Marini, Vânia Bambirra e outros.


Teoria da Dependência

A teoria da dependência é uma teoria que nega os benefícios do comércio internacional propostos pela escola clássica e explica o subdesenvolvimento através da subordinação ou submissão que ocorre aos países desenvolvidos.

Sem dúvida, esta teoria tenta encontrar uma resposta teórica para o porquê da estagnação econômica nos países latino-americanos no século XX. Começou a se formar durante os anos de 1950 a 1970, quando um grupo de especialistas latino-americanos se preocupava com a estagnação socioeconômica que ocorria na América Latina.

Acima de tudo, parte-se do pressuposto de que a economia mundial está gerando um sistema de desigualdade para os países subdesenvolvidos e, portanto, prejudicial. As economias dos países desenvolvidos estão crescendo e se tornando mais fortes, enquanto as economias dos países subdesenvolvidos estão se tornando mais frágeis e fracas.

Além disso, afirma que existe um eixo ou um país que atua como centro. Trata-se de um país desenvolvido e dotado de alto nível de investimento em sua infraestrutura produtiva. Por isso, os bens e serviços que produzem são manufaturados e possuem alto grau de agregação de valor.

Os teóricos da dependência argumentam que os países ricos acumularam sua riqueza explorando os países mais pobres. Inicialmente, isso foi através do colonialismo e da escravidão, mais tarde através do neocolonialismo. Para se desenvolver, os países mais pobres precisam se livrar dessas relações exploradoras.

Andre Gunder Frank (1971), um dos principais teóricos da 'teoria da dependência', argumentou que as nações em desenvolvimento falharam em se desenvolver não por causa de 'barreiras internas ao desenvolvimento' como argumentam os teóricos da modernização, mas porque o Ocidente desenvolvido sistematicamente as subdesenvolveu, mantendo num estado de dependência (daí a 'teoria da dependência').

Frank argumentou que um sistema capitalista mundial surgiu no século 16, que progressivamente prendeu a América Latina, Ásia e África em um relacionamento desigual e explorador com as nações européias mais poderosas.

Este sistema capitalista mundial é organizado como uma cadeia interligada: de um lado estão as ricas “metrópoles” ou nações “centrais” (nações europeias), e do outro estão as nações subdesenvolvidas “satélites” ou “periféricas”. As nações centrais são capazes de explorar as nações periféricas por causa de seu poder econômico e militar superior.

Da perspectiva da dependência de Frank, a história mundial de 1500 até a década de 1960 é melhor compreendida como um processo pelo qual as nações europeias mais ricas acumularam enorme riqueza por meio da extração de recursos naturais do mundo em desenvolvimento, cujos lucros pagaram por sua industrialização e desenvolvimento econômico e social, enquanto o os países em desenvolvimento ficaram desamparados no processo. Escrevendo no final dos anos 1960, Frank argumentou que as nações desenvolvidas tinham interesse em manter os países pobres em um estado de subdesenvolvimento para que pudessem continuar a se beneficiar de sua fraqueza econômica – países desesperados estão preparados para vender matérias-primas por um preço mais barato e os trabalhadores trabalharão por menos do que pessoas em países economicamente mais poderosos.

De acordo com Frank, as nações desenvolvidas realmente temem o desenvolvimento dos países mais pobres porque seu desenvolvimento ameaça o domínio e a prosperidade do Ocidente. E explora seus recursos em benefício próprio. Sob o domínio colonial, as colônias são efetivamente vistas como parte da metrópole e não como entidades independentes por si mesmas. O colonialismo está fundamentalmente ligado ao processo de “construção do Império” ou “Imperialismo”.

De acordo com Frank, o principal período de expansão colonial foi de 1650 a 1900, quando as potências européias, com a Grã-Bretanha à frente, usaram sua tecnologia naval e militar superior para conquistar e colonizar a maior parte do resto do mundo. Durante esse período de 250 anos, as potências das “metrópoles” europeias basicamente viam o resto do mundo como um lugar de onde extrair recursos e, portanto, riqueza.

Em algumas regiões, a extração assumia a forma simples de mineração de metais ou recursos preciosos – nos primórdios do colonialismo, por exemplo, os portugueses e espanhóis extraíam enormes volumes de ouro e prata das colônias da América do Sul e, mais tarde, com a revolução industrial decolou na Europa, a Bélgica lucrou enormemente com a extração de borracha (para pneus de carros) de sua colônia na RDC e o Reino Unido lucrou com as reservas de petróleo no que hoje é a Arábia Saudita. Em outras partes do mundo (onde não havia matérias-primas a serem extraídas), as potências coloniais européias estabeleceram plantações em suas colônias, com cada colônia produzindo diferentes produtos agrícolas para exportação de volta à “terra mãe”.

À medida que o colonialismo evoluiu, diferentes colônias se especializaram na produção de diferentes matérias-primas (dependentes do clima) – Bananas e Cana-de-Açúcar do Caribe, Cacau (e, claro, escravos) da África Ocidental, Café da África Oriental, Chá da Índia, e especiarias como a noz-moscada da Indonésia.

Tudo isso resultou em grandes mudanças sociais nas regiões coloniais: para estabelecer suas plantações e extrair recursos, as potências coloniais tiveram que estabelecer sistemas locais de governo para organizar o trabalho e manter a ordem social – às vezes a força bruta era usada para fazer isso. Isso, mas uma tática mais eficiente era empregar nativos dispostos a administrar o governo local em nome das potências coloniais, recompensando-os com dinheiro e status por manter a paz e os recursos que fluíam do território colonial e voltavam para a metrópole.

Os teóricos da dependência argumentam que tais políticas aumentaram as divisões entre grupos étnicos e semearam as sementes do conflito étnico nos anos seguintes, após a independência do domínio colonial. Em Ruanda, por exemplo, os belgas transformaram a minoria tutsis na elite governante, dando-lhes poder sobre a maioria hutu.

Antes do domínio colonial, havia muito pouca tensão entre esses dois grupos, mas as tensões aumentaram progressivamente quando os belgas definiram os tutsis como politicamente superiores. Após a independência, foi essa divisão étnica que alimentou o genocídio de Ruanda na década de 1990.


Uma relação desigual e dependente

O que muitas vezes é esquecido na história mundial é o fato de que, antes do início do colonialismo, havia vários sistemas políticos e econômicos em bom funcionamento em todo o mundo, a maioria deles baseados na agricultura de subsistência em pequena escala. 400 anos de colonialismo acabaram com tudo isso.

O colonialismo destruiu as economias locais que eram autossuficientes e independentes e as substituiu por economias monocultoras de plantação voltadas para a exportação de um produto para a metrópole. Isso significava que populações inteiras haviam efetivamente deixado de cultivar seus próprios alimentos e produzir seus próprios bens para ganhar salários cultivando e colhendo açúcar, chá ou café para exportação para a Europa.

Como resultado disso, algumas colônias tornaram-se realmente dependentes de seus mestres coloniais para a importação de alimentos, o que obviamente resultou em ainda mais lucro para as potências coloniais, pois esses alimentos tinham que ser comprados com os escassos salários ganhos pelas colônias. A riqueza que fluiu da América Latina, Ásia e África para os países europeus forneceu os fundos para iniciar a revolução industrial, que permitiu aos países europeus começar a produzir bens manufaturados de maior valor para exportação, o que acelerou ainda mais a capacidade de geração de riqueza das potências coloniais , e conduzem a uma desigualdade crescente entre a Europa e o resto do mundo.

Os produtos fabricados pela industrialização acabaram chegando aos mercados dos países em desenvolvimento, o que prejudicou ainda mais as economias locais, bem como a capacidade desses países de se desenvolverem em seus próprios termos. Um bom exemplo disso está na Índia nas décadas de 1930 e 1940, onde as importações baratas de têxteis fabricados na Grã-Bretanha prejudicaram as indústrias locais de tecelagem manual. Foi precisamente a esse processo que Gandhi resistiu como figura principal do movimento de independência da Índia.

Na década de 1960, a maioria das colônias alcançou sua independência, mas as nações européias continuaram a ver os países em desenvolvimento como fontes de matérias-primas e mão de obra baratas e, de acordo com a Teoria da Dependência, não tinham interesse em desenvolvê-los porque continuaram a se beneficiar de sua pobreza.

A exploração continuou via neocolonialismo – que descreve uma situação em que as potências europeias não têm mais controle político direto sobre os países da América Latina, Ásia e África, mas continuam a explorá-los economicamente de maneiras mais sutis. Três tipos principais de neocolonialismo: Frank identificou três tipos principais: Em primeiro lugar, os termos de troca continuam a beneficiar os interesses ocidentais.

Após o colonialismo, muitas das ex-colônias dependiam de produtos primários para suas receitas de exportação, principalmente culturas agrícolas de rendimento, como café ou chá, que têm muito pouco valor em si mesmas – é o processamento dessas matérias-primas que agrega valor a elas, e o processamento ocorre principalmente no oeste.

Em segundo lugar, Frank destaca o crescente domínio das Corporações Transnacionais na exploração de mão de obra e recursos em países pobres – como essas empresas são globalmente móveis, elas são capazes de fazer os países pobres competirem em uma 'corrida para baixo' na qual oferecem salários cada vez mais baixos para atrair a empresa, o que não promove o desenvolvimento.

Finalmente, Frank argumenta que o dinheiro da ajuda ocidental é outro meio pelo qual os países ricos continuam a explorar os países pobres e mantê-los dependentes deles – a ajuda é, de fato, muitas vezes na forma de empréstimos, que vêm com condições anexadas, como exigir que os pobres países abrem seus mercados para corporações ocidentais.

FONTE: página do Facebook Time To Change Colonization Mind

18-12-2022

Teresa