sábado, 28 de junho de 2025

COMO O DÓLAR ACELEROU A HEGEMONIA DOS EUA COM O RESTO DO MUNDO

 

COMO O DÓLAR ACELEROU A HEGEMONIA ECONÔMICA E MILITAR DOS EUA COM O RESTO DO MUNDO.

Textos do documentário “1971: o ano em que os EUA escravizaram a humanidade”.

Excelente documentário, em linguagem simples e fácil de entender ele explica como os EUA, aproveitando e abusando de sua situação econômica vantajosa depois da 2ª GM, quando detinha metade do PIB do planeta, impõe regras ao mercado financeiro mundial e a partir daí controla a sua moeda de forma a direcionar o mercado internacional a seu favor,  concentrando  riqueza econômica, poder político e a geopolítica mundial ,  na chamada “era de ouro do capitalismo” (1945-1970),  e  aumentando bastante o seu poderio militar. É claro que este período termina, mas a partir dos anos 1980 o império continua dominando o mundo e aumentando suas contradições internas e externas. Veja o documentário “1971: O Ano em que os EUA Escravizaram a Humanidade”  produzido pelo site Inteligência Visionária no Youtube, no seguinte endereço

Fonte : https://www.youtube.com/watch?v=sDCzp6HoWV4

 

1971 não foi apenas mais um ano, foi o ano em que correntes invisíveis prenderam a humanidade, eu e você.  E  ainda estamos acorrentados num sistema de servidão imperceptível e que impacta  nossas vidas até hoje. Naquele ano aconteceu uma mudança completa no funcionamento da sociedade. Fomos escravizados e sequer percebemos que um único país sempre esteve por trás de tudo isso.  Para entender como tudo começou precisamos voltar um pouquinho no tempo.

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1945 o mundo estava em ruínas físicas morais econômicas. Depois do fim da Segunda Guerra Mundial a Europa estava devastada e endividada. Era preciso reconstruir tudo.  Enquanto isso, muito graças à proteção dos oceanos, os Estados Unidos era o maior credor do mundo e estava sentado no trono de país mais rico e poderoso de todos os tempos, metade do PIB mundial, metade da riqueza do planeta estava em suas mãos. Eles possuíam 75% das reservas de ouro do mundo.  Só que antes mesmo de acabar a guerra em 1944, 44 países se reuniram numa pequena cidade dos Estados Unidos, Bretton Woods , ali nasceu uma Nova Ordem Mundial,  um sistema que parecia prometer estabilidade,  mas que já carregava em seu DNA um germe de dominação.

 

As moedas do mundo seriam atreladas ao dólar a uma taxa de câmbio fixa e o dólar ao ouro sob um lastro fixo de 35 dólares por onça Troy. Na teoria isso garantiria confiança e equilíbrio no sistema financeiro internacional.  E por um tempo funcionou durante os 30 anos seguinte que ficaram conhecidos como “a era de ouro do capitalismo”.  Crescimento econômico, emprego, desenvolvimento massivo de novas tecnologias, dos Estados Unidos à Europa Ocidental  passando até por partes da América Latina e do Leste asiático. O mundo prosperava sob as regras de Bretton Woods.. 

Mas havia uma rachadura invisível nesse sistema, um vício de origem que o economista belga Robert Triffin foi um dos primeiros a prever. Sua descoberta ficou conhecida como dilema de Triffing em uma aula feita para o Congresso americano, ele profetizou que o sistema tinha uma falha.....  se você quer crescimento do comercio e da produção para evitar o desemprego e tudo o mais  você tambem precisa do crescimento da oferta de dinheiro. Para haver mais comercio voce precisa de mais dinheiro e para que haja mais comercio internacional voce precisa de mais dinheiro internacional. E se as reservas globais nâo continuassem crescendo com base no déficit dos EUA o mundo enfrentaria uma deflação global,  esse era um lado do dilema.  O outro lado do dilema era se o crescimento das reservas globais dependesse de um volume adequado de deficit dos EUA o dólar começaria a enfrentar uma serie de problemas e os EUA não seria mais capazes de converter as crescentes pilhas de dolares estrangeiros em pilhas cada vez menores de ouro em Fort Knox.”

 

Então uma armadilha estrutural do sistema Breton Woods foi exposta, era um jogo impossível:  ou os Estados Unidos salvavam o sistema ou salvavam a si mesmos e eles é claro escolheram a segunda opção. O ex-presidente da França, Charles de Gaulle, fez um discurso indignado, chamando o sistema de um escândalo, um país que podia comprar o mundo imprimindo papel Um privilégio exorbitante que transformou os Estados Unidos em deuses monetários e o resto do planeta em reféns da sua dívida externa. 

 

Eu sei que parece confuso entender tudo isso mas para compreender melhor esse privilégio exorbitante é necessário entender como funciona a conta corrente de um país, a conta corrente é o registro de todas as transações financeiras que um país realiza com os demais. Tirando os detalhes, basicamente mede o quanto o país importou e exportou no geral. Países que tem déficit na conta corrente, via de regra são pobres ou considerados em desenvolvimento justamente porque o país tem que se endividar para cobrir os déficits.   A exceção à regra é justamente os Estados Unidos eles podem possuir uma base de déficits astronômicos e mesmo assim manter a saúde econômica do país firme e forte.   

 

Na maioria dos paises pobres do Sul Global, o padrão de vida dos trabalhadores cai porque eles não conseguem mais pagar pelas importações então suas moedas se desvalorizam em relação ao dolar. Mas os EUA estão comprando suas importações em sua própria moeda. Se os EUA quisessem comprar carros estrangeiros, petróleo ou qualquer tecnologia que queiram agora , os EUA podem simplesmente imprimir dólares  para importar esses produtos e então exportar inflação para o resto do mundo. Esse é o privilégio exorbitante do dólar americano

 

Isso na prática mostra que a economia dos Estados Unidos viveu e está vivendo na verdade da riqueza produzida por outras economias ao redor do mundo. Esse foi um dos motivos que a partir dos anos 1980 levaram os Estados Unidos a se desindustrializar e exportar suas fábricas para o mundo. A ideia era produzir onde os salários eram mais baixos e consequentemente conseguir importar tudo que consumiam bem mais barato.  Isso beneficiou muitos americanos e eles desfrutaram demais do seu privilégio exorbitante.  Financiaram guerras, pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias militares e espacial que os empurraram para o topo dos países mais desenvolvidos do mundo.    Tudo pelo privilégio de imprimir dinheiro e exportar inflação.

 

 Só que em 1971 os Estados Unidos tinham reservas de ouro em Fort Knox equivalente a 10 bilhões de dólares, mas havia cerca de 60 bilhões de dólares circulando no mundo. isso quer dizer que o número de dólares em circulação era muito maior do que o equivalente em ouro, ou seja uma situação complicada e que colocaria em risco a existência do sistema que eles montaram em Bretton Woods e por consequência acabaria com seu privilégio exorbitante.

Só que os Estados Unidos tinham uma carta na manga para lidar com esse problema. Era 15 de agosto de 1971 e naquela noite de domingo o presidente Richard Nixon apareceu na televisão sem consultar aliados, sem aviso prévio, ele simplesmente quebrou o acordo de Bretton Woods, anunciou o fim da convertibilidade do dólar em ouro e ainda teve a cara de pau de chamar a medida de solução temporária contra especuladores.

 

Então o mundo acordou no dia seguinte sem padrão ouro sem âncora.  Mas ao contrário do que se esperava o sistema não colapsou porque todos os países já estavam presos ao dólar como vicio em uma droga, sabiam que estavam sendo explorados mas não conseguiam se libertar, existe um truque ainda mais engenhoso quase invisível aos olhos da população, um truque que transforma até a exportação de petróleo brasileiro em uma máquina de financiar o império norte-americano. Funciona assim quando a Petrobras, para usar ela de exemplo, vende petróleo, ela recebe em dólares mas esses dólares não ficam com ela por muito tempo, pois para pagar salários fornecedores e impostos  no Brasil ela precisa convertê-los em reais. É aí que o jogo começa, ela vende os dólares para um banco brasileiro, o que geraria uma tendência de valorização no real, esse banco por sua vez repassa os dólares ao Banco Central que não quer que o real se valorize demais pois isso prejudicaria as exportações brasileiras. Lembre-se quanto maior o dólar melhor é o cenário para exportadores brasileiros,  então o Banco Central aplicando sua política monetária, compra esses dólares, mas ele também não vai deixá-los mofando em uma conta, então  ele os reinveste,  adivinha onde?  nos títulos da dívida americana.  Em outras palavras o Brasil vende petróleo e o dinheiro volta para financiar o governo dos Estados Unidos. É claro que isso foi um exemplo simplificado, mas isso realmente acontece, isso é o que o economista Michael  Hudson  chamou de sistema do almoço grátis.

 

Os Estados Unidos importam bens, exportam dólares e recebem de volta investimentos nos seus próprios títulos da dívida que servem dentre várias coisas para financiar seu altíssimo orçamento militar .  Assim, segundo Michael Hudson,  “havia um novo meio de controlar o mundo e abandonar o ouro, na verdade, consolidou o dominio americano, porque ao forçar outros Bancos Centrais a não comprarem mais ouro, o que restava para eles? Tudo o que podiam fazer era reciclar os excedentes de dólares que estavam recebendo, comprando títulos do Tesouro dos EUA porque é isso o que os Bancos Centrais compram. Eles compram títulos públicos.”

 

Eles fazem isso com o mundo inteiro especialmente com o Japão, porque todos os países estão presos nessa dependência do câmbio flutuante, um círculo vicioso que faz o resto do mundo trabalhar, exportar e suar para manter o privilégio de uma única nação e se você acha que o processo de dominação estadunidense resume a isso você está profundamente enganado .

 

A escravidão não atingiu só os países pobres apesar de até 1971 os Estados Unidos verem seu país progredir insanamente e formar uma classe média minimamente decente , mas atualmente o povo comum virou servo de um sistema invisível desde 1971, a produtividade disparou mas os salários estagnaram, o preço das casas subiram absurdamente, o 1% mais rico abocanhou quase todo o crescimento econômico enquanto o americano médio se afundava em dívidas , aluguel,  planos de saúde e desesperança, apenas os ricos passaram a ficar mais ricos .

Thomas Piquet escreveu: "Quando a taxa de retorno do capital supera o crescimento da economia, a desigualdade aumenta inevitavelmente. “

E  é exatamente isso que vemos,  crescimento para poucos, estagnação para muitos,  escravidão silenciosa.

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FONTE: 

https://www.youtube.com/watch?v=sDCzp6HoWV4

 

quarta-feira, 21 de maio de 2025

O CAPITALISMO PODE ACABAR COM O PLANETA EM UMA DÉCADA

 O CAPITALISMO PODE PROVOCAR UM IMINENTE DESASTRE ECOLÓGICO EM POUCO TEMPO.  

No livro do Prof. Luiz Marques, da UNICAMP, baseados em dados científicos, chamado "O Decênio Decisivo", o professor afirma que no ritmo atual, o sistema capitalista pode acabar com a vida no planeta Terra em pouco mais de uma década.  

O livro é citado por Rita von Hunt, em seu post CAPITALISMO SEM MÁSCARA, cujo endereço no youtube é   https://www.youtube.com/watch?v=3wPK89c9JgE.    

No post Rita cita constantemente Raymond Williams que escreveu sobre as possibilidades do socialismo de evitar os desastres capitalistas.  Ele aconselha que devemos distinguir dois tipos de políticas sociais do sistema para torná-los bastante claros : POLITICAS DE MORTE e POLÍTICAS DE VIDA.   No primeiro se analisa como certas políticas neoliberais leva à morte das pessoas, tais como poluição, permitir agrotóxicos, permitir violência no campo, estimular concentração de renda e desemprego, permitir discriminação   contra mulheres, negros, índios , permitir diferenças de renda entre pessoas de gêneros diferentes,  etc.  Já as POLÍTICAS DE VIDA, são ao contrário,  politicas que permitem o bem estar social das pessoas e punem as discriminações entre elas,  induzindo à melhorias na qualidade de vida entre as pessoas.   

terça-feira, 18 de março de 2025

NASSIF - COMO SAIR DAS AMEAÇAS DO CAPITAL ESPECULATIVO

NASSIF - COMO SAIR DA ARMADILHA DO CAPITAL ESPECULATIVO

Xadrez da maior luta nacional de todos os tempos, por Luís Nassif

Lula tem inúmeros instrumentos à mão para virar o jogo. Não vira, se não quiser. Há duas frentes prontas para serem acionadas.

Luis Nassif jornalggn@gmail.com

Publicado em 18 de março de 2025.

Peça 1 – os novos tempos do trumpismo

As características da geopolítica de Donald Trump e do capitalismo de catástrofe já estão delineadas:

  • combate à globalização, entendida como livre fluxo de comércio;
  • destruição dos Estados nacionais;
  • disseminação do discurso de ódio e do individualismo como motores da ultra-direita;
  • a partir daí, controle do mundo pelas big techs e mercados financeiros, embora sujeito a fricções entre ambos os grupos.

Peça 2 – o controle do dinheiro mundial

A crise de 2008 consolidou, inicialmente, o poder dos grandes bancos globais.

Segundo a BBB News, os 28 maiores bancos do mundo passaram a dominar os mercados financeiros, com um controle significativo sobre o fluxo de capitais globais.

Ampliou a concentração de poder, houve poucas mudanças pós-crise e essas instituições continuam sendo estratégicas na alocação do crédito e na criação de crises financeiras. Ficou nítido o papel do JP Morgan na crise cambial brasileiro de dezembro passado.

Ao mesmo tempo, os grandes fundos globais passaram a atuar sobre um universo cada vez maior de companhias, como tem alertado o economista Ladislau Dowbor.

Entrou-se em uma espiral financeira que impede qualquer aumento do investimento público ou privado. De um lado, os grandes fundos acionistas exigem aumento continuado dos dividendos, tendo como parceiros os CEOs, e sacrificando investimentos no crescimento, manutenção e consolidação das companhias. De outro, os spreads bancários tirando enormes volume da economia e dos investimentos.



O modelo exaure as empresas privadas, obrigando a vender o futuro para gerar dividendos; e o governo, obrigando a aumentar juros da dívida pública e cortar toda forma de gastos. 

Peça 3 – padrão Jack Welch

O primado dos grandes fundos internacionais, exigindo cada vez mais dividendos e retorno do capital – em detrimento do próprio futuro da empresa -, consagrou-se no chamado padrão Jack Welch – o executivo que alçou a General Eletric às alturas e, depois, contribuiu decisivamente para sua derrocada,

São características desse modelo:

  • Cultura dos cortes e pressão excessiva.
  • Desvalorização dos empregos tradicionais e terceirização excessiva
  • Foco excessivo no lucro de curto prazo
  • Cultura do medo e do stress
  • Impacto negativo na inovação
  • Falhas éticas e escândalos

Os ameaçados pela globalização são identificáveis:



 

Peça 4 – as limitações do governo

O governo Lula se vê acuado por três frentes:

  • mercado-mídia, com o terrorismo fiscal e inflacionário;
  • Congresso, se apropriando do orçamento;
  • falta de um projeto claro de país, como principal fator da perda de popularidade, que acaba se manifestando nas críticas à carestia – que é apenas um subproduto da decepção com a ausência de sonhos.

Por outro lado, o modelo internacional em vigor, é ameaça clara a um conjunto de atores econômicos:

  • os trabalhadores, pela consolidação do método Jack Welch;
  • as grandes empresas internacionais do setor produtivo, alvos fáceis de jogadas dois grandes fundos, através da mera manipulação do câmbio. Confira um exemplo hipotético: uma multinacional iniciando o ano com projeção de lucro líquido de R$ 15 milhões, com o câmbio a R$ 4.80. Basta um movimento especulativo jogando o câmbio em R$ 6,20 (como ocorreu em dezembro), para seu resultado, em dólares, ter uma queda de 22,6%.
  • os grupos nacionais do setor produtivo – industriais e do varejo -, sendo espremidos pela competição internacional, especialmente das grandes plataformas;
  • as Pequenas e Médias Empresas, tendo que enfrentar cada vez mais a competição chinesa.

Peça 5 – o Plano de Metas de JK

Juscelino Kubitschek enfrentou cenário semelhante quando presidente: sob ataque constante da imprensa, ameaça de golpe militar, inflação, contas públicas e externas no pandareco.

Mesmo assim, com seu Plano de Metas virou o jogo.

Consistia, de um lado, na criação de um conjunto de Grupos Executivos.

O plano focou em 5 setores principais. Energia, Transportes, Alimentação, Indústria de Base e Educação eram essenciais. A interdependência desses setores impulsionaria o desenvolvimento. GTs foram formados para cada setor, com metas específicas:

  • Energia: geração e distribuição.
  • Transportes: integração do território nacional
  • Alimentação: aumento da produção e distribuição.

Havia um setor exclusivo para a reestruturação industrial:

  • GEIA – Grupo Executivo da Indústria Automobilística
  • GEICON – Grupo Executivo da Construção Naval
  • GEIMEPE – Grupo Executivo da Indústria da Mecânica Pesada
  • GEAMPE – Grupo Executivo da Assistência à Média e Pequena Empresa

Entre outros feitos, o plano lançou o Programa Nacional de Fabricação de Veículos a Motor, aprovou 17 projetos e implantou 12.

O plano focou em 5 setores principais. Energia, Transportes, Alimentação, Indústria de Base e Educação eram essenciais. A interdependência desses setores impulsionaria o desenvolvimento. GTs foram formados para cada setor, com metas específicas.

O programa atraiu pesos-pesados de diversos setores, obedecendo a condições impostas pelo governo: participação do capital nacional e fornecedores nacionais.

Peça 6 – a estratégia à disposição de Lula

Lula tem inúmeros instrumentos à mão para virar o jogo. Não vira, se não quiser. Há duas frentes prontas para serem acionadas, cujo objetivo final é o da construção da solidariedade nacional.

Frente 1 – a reestruturação industrial.

Já está em andamento, com alguns resultados palpáveis, mas sem ter se tornado peça central do governo. Atribui-se ao fator Rui Costa, que possui uma guilhotina pronta a cortar o pescoço de qualquer ministro que ouse se destacar.

Já há duas iniciativas prontas para serem turbinadas.

  • Transição Energética, de Fernando Haddad
  • Nova Indústria Brasileira, de Geraldo Alckmin.

Ambas definiram metas, articulam ações, fazem o meio campo com outros ministérios e com agentes econômicos. E envolvem milhares de empresas dos mais variados setores

Frente 2 – o Arranjo Produtivo Digital

Um dos grandes ativos nacionais é a profusão de organizações públicos e privadas com distribuição nacional: sistema S, cooperativismo, confederações de empresas e de trabalhadores, evangélicos do bem, agricultura familiar, movimentos sociais, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios.

O principal se tem. Falta apenas imaginação criadora para juntar todas essas peças em um grande programa de mobilização nacional.

Uma das idéias é criar uma grande plataforma de produção, com grupos de pequenos produtores divididos por tipos de produção: têxtil, vestuário, mobiliário etc.

Haverá uma campanha estimulando o cadastramento das PMEs em portais próprios.

Depois, cada uma delas será certificada pelo SENAI e pelo SEBRAE de sua região.

A certificação é o atestado de que ela tem condições de produzir de acordo com critérios de qualidade e rapidez.

Caberá ao projeto organizar os produtores para negociar com as grandes plataformas.

Eles poderão ser produtores para marcas conhecidas, ou – com assessoria do Sebrae e do BB – montar sua própria linha de produção e marcas próprias.

As Brigadas da Informação.

Para dar visibilidade midiática ao projeto:

1. Criação de Brigadas da Informação, formadas por técnicos do Senai, Sebrae, Banco do Brasil e governo.

2. Seleção de cidades e empresas para receber a visita das brigadas.

3. Evento público com as empresas e os arranjos, visando estimulá-las para a certificação e para o projeto.

4. Cada cidade será tratada como Polo de Desenvolvimento.

5. Inauguração do Polo, com presença da ABDI, CNI, da Federação de Indústria local, dos sindicatos e de autoridades do governo, como o Ministro do Desenvolvimento e o próprio Presidente da República

Peça 7 – à guisa de conclusão

Enfim, Lula tem à mão todos os ingredientes para marcar definitivamente o modelo Lula 3, preparando o país para o maior desafio da sua história: ou reencontrar a vocação de grandeza, que se perdeu nas dobras do tempo, ou entregar-se ao bolsonarismo-tarcisismo, que significará o fracasso final como projeto de nação.

Uma bandeira mobilizadora da sociedade, de trabalhadores, empresários, crentes de todas as religiões, terá o condão de fornecer ao presidente a força política para superar as restrições do Congresso e do mercado.

 

FONTE:   https://jornalggn.com.br/politica/xadrez-da-maior-luta-nacional-de-todos-os-tempos-por-luis-nassif/

 


segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

REFUGIADOS DO TIK TOK INVADEM REDNOTE DA CHINA

 

Refugiados do Tik Tok invadem RedNote da China

 

TikTok: Jovens da China e dos EUA se conectam no 'Livro Vermelho' e desafiam tensões entre países  

Fonte: https://revistaforum.com.br/global/2025/1/17/tiktok-jovens-da-china-dos-eua-se-conectam-no-livro-vermelho-desafiam-tenses-entre-paises-172617.html

Ao invés de “salvar a democracia”, proibição na “terra da liberdade” deflagra intensa troca entre juventude das duas superpotências; as consequências são imprevisíveis

Uma enxurrada de usuários do TikTok nos EUA invadiu a versão chinesa da plataforma, o Xiaohongshu, conhecido como "Little Red Book" ou apenas “Red Note” (Pequeno Livro Vermelho, em tradução livre).   Os dados mostram que houve um aumento de 200% de downloads do Red Note nos EUA em apenas três dias em relação ao ano anterior e 194% na comparação semanal..... Segundo a Reuters, ao longo de uma semana foi registrada a chegada de quase 3 Segundo a Reuters, ao longo de uma semana foi registrada a chegada de quase 3 milhões de usuários dos EUA na rede da China.  milhões de usuários dos EUA na rede da China. ....   Além de lançar novas celebridades e tendências musicais, o TikTok se tornou uma fonte de notícias para muitos jovens, moldando discussões sobre temas como a guerra entre Israel e Hamas e as eleições presidenciais nos EUA. 

Trocas entre jovens dos EUA e da China

Outra usuária estadunidense, Amy, de Massachusetts abriu sua conta no RedNote e também compartilhou suas razões ao Global Times

"Nosso governo demoniza a China, alegando que o país usará o TikTok para virar os americanos contra os EUA. Achamos isso ridículo. Então, como forma de protesto e com muito humor, decidimos coletivamente ingressar no RedNote e fornecer voluntariamente nossas informações à China para mostrar que não nos importamos e para desafiá-los", disse. 

 O Livro Vermelho chinês também está sendo usado pelos chineses para entender melhor a vida nos EUA. Como, por exemplo, o sistema de saúde estadunidense. 

Um usuário estadunidense conta sobre o questionamento sobre se é real ou “propaganda da China” que pacientes nos EUA país precisam pagar pelo uso de ambulâncias.

Um outro usuário reposta o vídeo e relata que gerente do escritório no qual ele trabalha recebeu uma conta de US$ 4 mil um ano após a morte do marido porque a ambulância não estava na rede de cobertura do seguro dela. 

Não é "propaganda da China"

De fato, nos Estados Unidos, o berço da democracia liberal e maior defensor do capitalismo do mundo, o uso de ambulâncias geralmente não é gratuito, e pacientes podem receber contas altas, mesmo em emergências. Não se trata de propaganda da China. Os custos para uso de ambulâncias variam de US$ 500 a US$ 2 mil ou mais, dependendo do tipo de serviço, distância percorrida e estado. 

Na prática, a proibição destaca a diferença nas abordagens de governança digital. Enquanto os EUA citam a privacidade como argumento contra o TikTok, a China posiciona suas regulamentações de dados como proteção tanto para indivíduos quanto para o Estado.

O embate em torno do TikTok não é apenas uma questão de segurança ou privacidade; ele ilustra como diferentes modelos de governança de dados refletem valores culturais e políticos distintos. 

Enquanto a China busca consolidar o controle centralizado como parte de sua estratégia de segurança nacional, os EUA ainda enfrentam o desafio de unificar sua abordagem fragmentada, especialmente em um contexto de crescente interconexão digital global.

 

TikTok: como aplicativo que pode ser banido dos EUA transformou cultura digital no mundo

Fonte:  https://revistaforum.com.br/ciencia-e-tecnologia/2025/1/18/tiktok-como-aplicativo-que-pode-ser-banido-dos-eua-trasformou-cultura-digital-no-mundo-172643.html

Desde que chegou ao mercado ocidental, plataforma chinesa mudou a forma de se utilizar as redes e produzir conteúdos,.  Lançado em 2013, o Xiaohongshu é uma plataforma chinesa que combina mídia social e comércio eletrônico e permite que os usuários compartilhem experiências, recomendem produtos e interajam em uma comunidade focada em estilo de vida. Com mais de 300 milhões de usuários registrados, a maioria mulheres, o aplicativo se consolidou na China e agora conquista os Estados Unidos, onde acaba de se transformar no aplicativo mais baixado na App Store, reflexo da busca por alternativas ao TikTok.

TikTok mudou cultura digital em menos de uma década. 

Além das transformações técnicas, estilo de vida, moda musical, popularização das ‘dancinhas’, mais tempo para produção de vídeos, Influenciadores de nicho, sem controle ideológico doo conteúdo pelos algoritmos..... além da Tiktokização na política: como IA e deepfakes no TikTok redefiniram estratégias eleitorais no Brasil . Uma reportagem da Fórum, publicada em dezembro, ainda trouxe a Tiktokização na política: como IA e deepfakes no TikTok redefiniram estratégias eleitorais no Brasil

Uma reportagem da Fórum, publicada em dezembro, ainda trouxe um relatório do Instituto Democracia em Xeque que mostrou como o uso de deepfakes e de inteligência artificial (IA) no TikTok teve grande influência nos eleitores brasileiros ao longo do processo eleitoral.

Conhecendo a China 

 (Brasil de Fato: https://www.brasildefato.com.br/2025/01/16/com-tiktok-prestes-a-ser-banido-nos-eua-jovens-migram-para-rede-social-chinesa-pequeno-livro-vermelho).  

As primeiras interações com os recém-chegados vão de troca de "memes" à derrubada de mitos sobre a China. Uma das tendências foi a de comentar sobre estereótipos de uns sobre os outros.

A usuária @NatashaReader respondeu: “É tão engraçado como eles tentaram tanto que estivéssemos brigando uns com os outros, mas aqui estamos apenas vibrando e aprendendo sobre a cultura um do outro"..... “Com paciência e um pouco mais de tempo tentemos acabar com as mentiras feitas pelas redes sociais, aquelas redes sociais de propriedade de pessoas ricas que não querem que você saiba a verdade, mas querem seu dinheiro”, respondeu o usuário chinês Yanyu Xingjun.

Brasil 247

 (https://www.brasil247.com/china/refugiados-do-tiktok-dos-eua-descobrem-china-em-xiaohongshu0...

 Inúmeros influenciadores estadunidenses visitaram o país, compartilhando suas experiências: “Vi uma China moderna, bonita e viva”, “É muito diferente de como é descrita pelos meios de comunicação ocidentais”. Através dos seus testemunhos, do compartilhamento de experiências interessantes, da descoberta da gastronomia e das pitorescas paisagens, mostraram ao mundo toda autenticidade da China.

Outros blogs no Youtube

Blogs como o do Felipe Durante e o da Carol Brocoli Zoccoli  (https://www.youtube.com/watch?v=4vq6LHLjVvk), divulgaram muito mais informações sobre o que disseram americanos e chineses quando trocaram impressões mais honestas sobre o que pensam do conflito de interesses entre os dois países. Particularmente os americanos reclamaram bastante sobre a posição de seu próprio país sobre as mentiras e suas políticas públicas enganosas. 

Um americano ficou estarrecido ao descobrir que os chineses trabalham menos (cerca de 40 h semanais, enquanto os americanos trabalham mais de 60 horas) e gozam de um nível de vida mais confortável, por exemplo um dia de trabalho de um chinês é suficiente para cobrir suas despesas domésticas durante um mês (aluguel e as outras contas). Enquanto que os americanos reclamavam que precisam de 2 ou 3 empregos para ter renda (que mesmo assim não é suficiente) para cobrir suas despesas domésticas que são muito altas.  Disseram que o aluguel é muito alto (não possuem mais casa própria, enquanto que a maioria dos chineses possuem) – que são obrigados a pagar as prestações dos imóveis mesmo os que foram destruídos nos incêndios.  Seus planos de saúde são quase todos privados e muito caros, as escolas privadas tb são caras e a maioria dos estudantes de nível superior tem que financiar nos bancos suas dividas para o resto da vida. Que não possuem meios de transportes públicos suficientes.....  enfim toda esta infra-estrutura (saude, educação, transportes) são muito onerosas enquanto que na China elas são universais e públicas e por isso que os chineses gastam muito pouco com estas infra-estruturas,,..

Outros depoimentos se referem à péssima qualidade dos alimentos consumidos pelos americanos, que segundo eles são tóxicos e venenosos (contaminados por plásticos e agrotóxicos) o que provocam aumento de doenças cancerígenas e maior despesa com saúde. Um depoimento se refere ao comportamento dos americanos que são muito frios e mesquinhos, exaustos e cansados, até depressivos com tantos problemas que possuem, MAS você pode perceber que os chineses são alegres e gentis. Outra americana diz que a sociedade americana é tóxica, nojenta e venenosa – “eles envenenam nossa comida, eles aumentam sem razão preço de tudo, não temos bom transporte público, nós destruimos o planeta por dinheiro, poder e controle, nosso governo é escroto pra caralho, esta é uma guerra entre classes e não desistirei”.  Outro depoimento de um idoso do Canadá – “o mundo deles é tão melhor, eles não são um povo reprimido, eles são inteligentes, e não são o que eles tentam nos dizer que são, China do mal,  eles não são nossos inimigos, nossos inimigos são as pessoas que sentam no Congresso, Senado, políticos,  os ricos....”

Por fim, boa parte dos depoimentos confirmam que o governo americano mente o tempo todo sobre tudo – sobre suas políticas externas sobre o seu sistema político etc. Que o governo deles sempre enganou os cidadãos americanos, mentindo sobre o que fazem e mentindo sobre os outros governos, particularmente demonizando os “inimigos” externos em especial a China.  Disseram que estão gostando da troca de idéias com os chineses, que eles são educados e simpáticos, acolhedores, que gostariam de aprender mais com eles e que não os consideram seus inimigos.