quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A DIREITA BRASILEIRA É SUBMISSA AO IMPÉRIO

A DIREITA BRASILEIRA É SUBMISSA AO IMPÉRIO

O atual momento político brasileiro indica uma radicalização quase total da DIREITA. O candidato demo-tucano, JOSÉ SERRA, outrora centro-esquerda, radicaliza para a extrema-direita, mostrando a que veio e demonstrando que não sabe perder. Parece que para a DIREITA é uma questão de vida ou de morte vencer estas eleições. Vale tudo : age como se fosse sua última chance de chegar ao poder, não existe limites, não existe escrúpulos, não existe ética, não existe honestidade, não existe regras. VALE TUDO para ganhar as eleições e tudo pode: pode MENTIR, CALUNIAR, INVENTAR FACTÓIDES, FALSIFICAR DOCUMENTOS, ALTERAR FATOS HISTÓRICOS, DAR INTERPRETAÇÕES TENDENCIOSAS DESTAS FATOS, ETC.

Tudo isso para quê ? Para destruir e demolir a reputação do adversário; neste caso a candidata DILMA ROUSSEFF e seu partido, o PT. Nesse esforço hercúleo, o objetivo é imputar na candidata do PT, uma série de valores altamente rejeitados pela população, tais como: a candidata é a favor do aborto, do casamento homossexual, a candidata é a favor da violência pois já foi terrorista e assassinou pessoas, é lésbica, é autoritária, arrogante, nazista, quer aparelhar o Estado a serviço de sua turma e de seus ideais comunistas, etc, etc,etc.

Este tipo de propaganda e de marketing político dá resultados. No passado deu resultados fulminantes, eliminando vários líderes nacionalistas e de esquerda, entre eles: Getúlio Vargas, João Goulart. Hoje, em dia, o estrago é significativo, mas com impacto bem menor do que no passado, porque temos meios alternativos como a internet e os movimentos e organizações sociais populares e independentes; mas também porque a população já não é tão mal informada como no passado. O povo não é imbecil como eles imaginam.

Para controlar a informação e a formação de opiniões, as classes dominantes sempre usaram os meios de comunicação, que sempre estiveram a serviço deles: rádio, TV, jornais, revistas,etc. No passado estes meios tinham uma influência muito grande, fulminante, Carlos Lacerda, usando-os, conseguiu seu intento de derrubar Getúlio Vargas e João Goulart. Entre outras sandices antidemocráticas, disse: “Getúlio não dever ser candidato à presidência, se for, deve ser derrotado; se ganhar, não deve tomar posse, se tomar posse, deve ser derrubado por um golpe”. Chamava JK de “ladrão” e outras coisas mais dessa ordem, típicas de uma revista semanal, herdeira atual do Lacerda. Contra João Goulart conseguiu derrubá-lo, via golpe de Estado, com apoio dos militares e de seus amigos americanos.

Porque tinham tanto ódio destes dois governos ? Respondendo esta pergunta chegaremos à origem da situação atual. Estes dois governos representavam o NACIONALISMO e em decorrência a transformação do país numa potência global e independente dos EUA, deixando de ser seu satélite submisso. Getúlio Vargas criou várias estatais e quando consolidou a PETROBRÁS em 1953 foi morto em 1954. Havia um grande movimento da mídia contra ele, mas por trás desta mídia, havia os interesses do Império – os americanos não esconderam suas intenções – era contra os interesses das grandes petrolíferas americanas a criação da Petrobrás.

Noam Chomsky em seu livro “O que o Tio Sam realmente quer?” (Editora UNB, 1999) deixa muito claro as intenções do Tio Sam, ao analisar documentos estratégicos de alto nível do governo americano, no pós-guerra: “..os estrategistas norte-americanos expunham a visão de que a principal ameaça à nova ordem mundial, liderada pelos EUA, era o nacionalismo do Terceiro Mundo, algumas vezes chamado de ultranacionalismo : os “regimes nacionalistas” que atendem às “exigências populares de elevação imediata dos baixos padrões de vida das massas” e produção de bens que satisfaçam às suas necessidades básicas.” (p.24).
As metas dos estrategistas era evitar que os nacionalistas tomassem o poder, se conseguissem tomar, retirá-los e instalar governos pró-americanos que favorecessem os investimentos privados, a produção para exportação e o direito a remessa de lucros de suas empresas. Contavam com a força e a aliança com os militares “o grupo menos anti-americano na América Latina”. Neste sentido, eles invadiram vários países com os seus “marines”, seu exército, usando a CIA, etc. enfim nunca titubearam de usar a força para implantar ditaduras militares, como a do Chile em 1973, derrubando um governo democrático, eleito pelo povo; desse modo interferiram em quase todos os países latino-americanos. No Brasil, como no Chile, também usaram a fôrça, mas de forma indireta; ou seja cooptando os militares tupiniquins.

Mas, os tempos mudaram, acabou a guerra fria. A fase da intervenção bruta, usando a fôrça mudou, mas de forma mais sofisticada. Agora não se pode mais derrubar governos democráticos, nem proceder a invasões militares brutais (Nicarágua, Guatemala), embora continuem fazendo guerra pelos mesmos motivos (Iraque, petróleo). Com o término da guerra fria, acabou a divisão do mundo em dois pólos (EUA X URSS) mas o poder econômico continua brigando por seus interesses, usando métodos sutis, respeitando as “democracias” do Terceiro Mundo, que para os americanos são imaturas e podem ser influenciáveis.

Dois livros sobre FHC : 1) “Fernando Henrique Cardoso – o Brasil do possível”, da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni, traduzido para o português pela Editora Nova Fronteira, 1997; e 2) “Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura” da jornalista inglesa Frances Stonor Saunders, Editora Record, 2008; retratam bem esta nova fase, como diz claramente o subtítulo do segundo: a CIA agora atua na guerra fria da cultura, mas sem deixar de usar os métodos antigos. Em 1969, FHC recebe um cheque da Fundação Ford (CIA) de US$140 mil dólares para abrir um instituto de pesquisa, o CEBRAP. O governo americano passa a atuar na AL, no terreno da cultura, financiando projetos, bolsas de estudos, convênios com governos, subsidiando cursos, treinando policiais e militares, apoiando o Estado Maior das Fôrças Armadas, disseminando a cultura americana e seus valores e aumentando o peso de Hollywood na mídia local, reforçando certos valores americanos (individualismo, super-heróis, iniciativa privada, liberalismo, etc.). Mas, na verdade, eles vão muito além desta expansão cultural pura e simplesmente. Eles tem poder sobre a mídia local: rádio, TV, jornais e revistas.

Neste ponto, o artigo de Nikandrov Nil, do STRATEGIC CULTURE FOUNDATION online Journal (http://www.strategic-culture.org/news/2010/10/07/elections-in-brazil-and-the-us-intelligence-community.html), “Eleições no Brasil e a comunidade americana de inteligência” é revelador. Ele diz com todas as letras: “A mídia do Brasil – a rede Globo, a Abril editora, jornais influentes como a Folha de São Paulo e a revista VEJA – estão trabalhando com esforço na lavagem cerebral do eleitorado brasileiro.”
Ele destaca o trabalho que a CIA vem fazendo no Brasil: “ex-policiais brasileiros demitidos de seus cargos por várias razões estão sendo empregados pela CIA para fazerem trabalho de campo como informantes, invasores de domicílios e escritórios, roubo de arquivo de computador e chantagem. “ Na maioria dos casos, esses indivíduos são extremamente tendenciosos à direita e apóiam Serra.
E tem mais : “os ministérios brasileiros, comunidade de inteligência e o complexo industrial das forças armadas, estão densamente infiltrados por agentes norte-americanos. A embaixada dos EUA e funcionários do consulado no Brasil, possuem mais ou menos cerca de 40 agentes da CIA, DEA, FBI e agentes da inteligência das forças armadas norte-americanas; e Washington planeja abrir 10 novos consulados nas maiores cidades do Brasil, como: Manaus na Amazônia.”
O autor dá destaque ao Partido Verde, já que esse partido foi usado pelos tucanos para provocar o segundo turno: “... neste ponto, um ótimo jogador é o partido verde, onde agentes da CIA ocuparam posições de destaque, pois os EUA estão tradicionalmente interessados nos problemas ecológicos da bacia amazônica. No momento a CIA está cortejando os líderes e ativistas do PV” para favorecer Serra nestas eleições. Prossegue, sobre o PV : “Washington deve estar fazendo um trabalho apressado considerando que Marina e adeptos planejam decidir qual lado deverão apoiar no segundo turno.” (no original em negrito). Mas reconhece a força de Dilma : “Rousseff por outro lado, também tem potencial para atrair os que apóiam o PV, considerando que Marina era membro do governo do Presidente Da Silva.”

O autor reconhece que a CIA ajudou a mídia brasileira a sujar o nome de Dilma Rousseff, vasculhando o seu passado “terrorista”.

No final o autor revela outros objetivos de Washington : “O país tem potencial para se estabelecer como uma contra-força geopolítica aos EUA aqui no hemisfério ocidental daqui a 15-20 anos.” (negrito). “E a administração americana – republicanos e democratas – estão preocupados, e trabalham para não permitir que o Brasil consiga ocupar esta posição”.

Na verdade, o artigo de Nikandrov apenas confirmam as a posições do eminente pesquisador brasileiro, que atualmente mora na Alemanha, Moniz Bandeira. Em entrevista à Carta Maior, em 20/10/2010, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira (autor de vários livros sobre as relações entre Brasil e EUA) responde à pergunta : Como o sr. caracterizaria os dois projetos em disputa(nestas eleições)?:
“O atual processo eleitoral está infectado por uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas direita, mas pela extrema-direita, como a TFP, OPUS DEI e núcleos nazistas do Sul, e sustentada por interesses estrangeiros, que financiam a campanha contra a política exterior do presidente Lula , pois não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Os dois projetos em disputam são definidos: o Brasil como potência econômica e política global, socialmente justo, militarmente forte, defendido pela candidata do PT, Dilma Roussef; o outro, representado por José Serra candidato do PSDB-DEM, é o do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses dos estrangeiros.”
“Evidentemente, os Estados Unidos, quaisquer que seja seu governo, não querem que o Brasil se consolide como potência econômica e política global, integrando toda a América do Sul como um espaço geopolítico com maior autonomia internacional.”

Daniel Miranda Soares é economista, administrador público e mestre pela UFV.

2 comentários:

  1. Para reforçar o que o articulista afirma no post, abaixo estão os pontos traçados por órgãos ligados ao governo americano como estratégia para a campanha do Serra.

    1)Difunda o ódio. Ele é mais rápido que o amor.
    2)Comece pela juventude. Ela esta multiconectada e pode ser mais facilmente mobilizada para destruir do que para construir.
    3)Perceba que destruir é “divertido”, ao passo que “construir” pode ser cansativo e chato.
    4)A veracidade do conteúdo é menos relevante do que o potencial impacto de uma mensagem construída a partir da aparência ou do senso comum.
    5)Trabalhe em sintonia com a mídia tradicional, mas simule distanciamento dos partidos tradicionais.
    6)Utilize âncoras “morais” para as campanhas. Criminalize diariamente o adversário. Faça-o com vigor e intensidade, de forma a reduzir as chances de defesa.
    7)Gere vítimas do oponente. Questões como carga tributária, tráfico de drogas e violência urbana servem para mobilizar e indignar a classe média.
    8)Eleja sempre um vilão-referência em cada atividade. Cole nele todos os vícios e defeitos morais possíveis.
    9)Utilize referências sensoriais para a campanha. Escolha uma cor ou um objeto que sirva de convergência sígnica para a operação.
    10)Trabalhe ativamente para incompatibilizar o político-alvo com os grupos religiosos locais.

    Precisa se dizer mais alguma coisa para demonstrar o perigo que uma eventual vitória de Serra submeterá o povo brasileiro?

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  2. Já podeis, da Pátria, filhos: Ver contente a Mãe gentil. Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil. Já raiou a Liberdade, já raiou a liberdade no horizonte do Brasil.

    Brava gente brasileira: Longe vá, temor servil! Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil. Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil!

    Os grilhões que nos forjava da perfídia, astuto ardil. Houve mão mais poderosa, zombou deles o Brasil. Houve mão mais poderosa, houve mão mais poderosa, zombou deles o Brasil.

    Brava gente brasileira: Longe vá, temor servil! Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil. Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil.

    (Hino da Independência)

    Viva o povo braSileiro. Viva a Classe Operária!!

    LULA, guerreiro, do povo braSileiro!!

    DILMA, valente, vai dar futuro a gente!!

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