sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Verdades sobre a guerra na Líbia

"Rebeldes" das forças especiais da Otan agem em Trípoli


A embaixada do Catar em Tripoli foi reaberta na última segunda-feira (22) por homens armados que, uma vez no edifício danificado, hastearam imediatamente a bandeira catariana.

Por Manlio Dinucci, no Il Manifesto


Revela-se, desse modo, a presença na Líbia de forças militares do Catar. Forças especiais do Reino Unido, França e Catar, escreve o New York Times na terça-feira (23), estão prontas para fornecer apoio tático às forças "rebeldes" e conselheiros da CIA ajudam o governo de Bengazi a organizar-se.

Comandos britânicos e franceses, confirma um oficial superior da Otan, estão no campo de batalha junto com os "rebeldes" em Tripoli. Perguntado se agentes da CIA também estão ali, o oficial responde que certamente estão.

E também é assim que é desmentida a Otan que até o momento dizia não ter "boots on the ground", ou seja, militares no campo de combate na Líbia.

As forças especiais britânicas – indicam as investigações do Guardian e do Telegraph – desempenharam um papel chave no ataque a Tripoli. Este ataque foi preparado em Bengazi pelos serviços secretos britânicos MI6, que predispuseram depósitos de armas e de aparelhos de comunicação em torno da capital, na qual infiltraram seus agentes para guiar os ataques aéreos.

A ofensiva começou quando, na noite de sábado, Tornados da RAF (Royal Air Force), que haviam partido da Itália, atacaram, com bombas de precisão Paveway IV, um centro de telecomunicações e outros objetivos chaves na capital.

Segundo uma investigação relatada pelo France Soir, pelo menos 500 comandos britânicos operam na Líbia, aos quais acrescentam-se centenas de franceses. Estes últimos são transportados na Líbia por helicópteros do Alat (Aviation Légère de L'Armée de Terre), embarcados no navio de ataque anfíbio Tonnerre.

Também é importante o papel que o Catar, um dos aliados mais próximos dos EUA, desempenha na Líbia: gastou mais de US$ 1 bilhão para potencializar a base aérea de Al-Udeid em função das exigências do Pentágono, que a utiliza para a guerra no Afeganistão e como posição avançada do Comando central.

Nada de espantoso portanto que Washington tenha confiado a esta monarquia do Golfo a missão de confiança de infiltrar comandos na Líbia que, treinados e armados pelo Pentágono, podem melhor se camuflar como rebeldes líbios graças à sua língua e ao seu aspecto.

O Catar tem também a tarefa de aprovisionar os rebeldes: um dos seus aviões foi visto recentemente em Misrata, para onde transportou um grande carregamento de armas.

Há indicações de fontes fiáveis de que, juntamente com as do Catar, também operam na Líbia forças especiais da Jordânia e, provavelmente, também de outros países árabes.

Deve-se lembrar também que um exército secreto, que pode ser empregado também em outros países árabes do Oriente Médio e da África do Norte, está em vias de ser criado nos Emirados Árabes Unidos, de acordo com o Il Manifesto (18/5). [1]

Enquanto a Otan prossegue seus ataques aéreos para limpar o caminho para os "rebeldes", efetua no terreno uma guerra secreta para assegurar que, na Líbia pós Kadafi, o poder real ficaria nas mãos das potências ocidentais, ladeadas pelas monarquias do Golfo.

Neste caso as forças especiais içarão a bandeira da peacekeeping ("manutenção da paz") e utilizarão capacetes azuis.
www.voltairenet.org/Formation-aux-Emirats-d-une-armee ou www.mondialisation.ca/index.php?context=va&aid=24848

Fonte: http://resistir.info/ .

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