quarta-feira, 6 de março de 2013

Chávez e o ódio da direita midiática brasileira

Uma grande perda para a América Latina

 Mario Augusto Jakobskind

A Venezuela e toda a América Latina perderam a sua principal liderança surgida nos últimos anos: o Presidente Hugo Chávez Frias. Morreu vítima de câncer.
Desde sempre a direita venezuelana e latino-americana já tinha matado Chávez e em tempos mais recentes tentou de todas as formas agir para desestabilizar o país.
É neste contexto que deve ser entendida a viagem do Henrique Capriles Radowski aos Estados Unidos se entender com funcionários do Departamento de Estado.
A direita vai procurar de todas as formas possíveis a legitimidade de Capriles e querer tirar de foco suas ligações com os conspiradores com ramificações nos Estados Unidos.
Pela Constituição assume durante um mês Diosdado Cabello, até serem realizadas eleições presidenciais. Chávez já tinha passado o bastão a Nicolás Maduro, indicando-o como seu sucessor se algo lha acontecesse.

Os elitistas de sempre, como já tinha acontecido no Brasil depois da eleição do torneiro mecânico Luis Inácio Lula da Silva, nunca engoliram o fato de o sucessor de Chávez ter sido motorista de ônibus, sem título universitário. Uma típica bobagem elitista, como se um curso universitário fosse condição sine qua non para alguém ser Presidente da República. Os exemplos de presidentes letrados não são dos mais abonadores, Talvez só mesmo para as elites.
A direita, seja em Miami, na América Latina ou na Venezuela se desespera com o fato de o chavismo continuar sem o seu líder.

O provável candidato da oposição, atual governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles vai ter que explicar o que foi fazer em Miami, mais precisamente nos corredores do Departamento de Estado. Boa coisa de certo não foi.
Dois funcionários da embaixada norte-americana foram expulsos depois de terem sido descobertos, segundo o governo venezuelano, tentando obter informações juntos aos militares. Foram pegos em flagrante delito e não restou outra coisa a Nicolas Maduro se não anunciar a expulsão.
Poucas horas depois do anúncio oficial da morte de Chávez, a TV Globo acionou um de seus colunistas de sempre, exatamente para analisar de forma a comprometer o legado da revolução bolivariana.
Demétrio Magnoli ganhou muito espaço nos canais das Organizações Globo, destilando veneno com o objetivo de mostrar aos telespectadores perspectivas de mau agouro para a Venezuela. Magnoli está no seu papel de sempre. É um direito que o assiste, mas cabe aos observadores mostrarem a que veio.

Uma grande perda, sem dúvida, mas agora cabe aos defensores da revolução bolivariana continuar a levar adiante o que Chávez deixou.
Apesar das críticas contundentes da direita venezuelana e de todo o continente latino-americano, na Venezuelacom a ascensão de Chávez o número de pobres diminuiu, o analfabetismo foi erradicado e o desemprego caiu a cifras compatíveis.
Apesar dos analistas de sempre, a informação na Venezuela fluiu mais naturalmente com o crescimentos de mídias públicas e estatais. Mesmo assim, o maior percentual na mídia está nas mãos privadas com cerca de 80%. Mas os grandes proprietários midiáticos não aceitam o fato de terem aumentado os canais outros tipos de canais que não o privado. Na Sociedade Interamericana de Imprensa, que reúne o patronato midiático das Américas, a grita é do mesmo teor.

P.S: fiquei sabendo através de um espião benigno que a TV Globo as duas da tarde já sabia que Chávez tinha morrido. De onde ele obteve a informação? A resposta não é dificíl de saber, certamente a Rede Globo obteve a informação diretamente da CIA.
http://www.iranews.com.br/noticias.php?codnoticia=9496

Morto, Chávez é mais atacado do que quando estava vivo

Posted by on 06/03/13

Não se pode dizer que seja exatamente uma surpresa o fenômeno que passou a ser visto após o anúncio da morte de Hugo Chávez. Logo após esse anúncio, o título do texto aqui publicado já dizia que o venezuelano não morrera, mas que, antes, acabara de nascer – ou renascer –, agora como mito.
O fenômeno em tela é o de o ex-presidente, depois de morto, estar sofrendo um nível de ataques na mídia americanizada do Brasil – e nas de tantos outros países latino-americanos – que poucas vezes se viu quando estava vivo.
Foi surpreendente, porém, a virulência com que a edição do Jornal da Globo que foi ao ar entre a noite da última terça-feira e o começo da madrugada de quarta tratou o presidente recém-falecido.
O Jornal Nacional, poucas horas antes, fugiu de mostrar os avanços sociais na Venezuela durante a era Chávez, mas não enveredou pela hidrofobia sem limites que se viu no Jornal da Globo – telejornal destinado ao público que dorme e acorda mais tarde e que tem maior poder aquisitivo.

Abaixo, o texto hidrófobo lido pelo âncora do Jornal da Globo Willian Waack sobre um ser humano que acabara de perder a vida. Um texto desrespeitoso à Venezuela e à parcela esmagadora de seu povo que apoiou o ex-presidente até seu último suspiro e que continua apoiando, agora na figura de Nicolás Maduro, provável herdeiro político de Chávez.
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JORNAL DA GLOBO
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/03/hugo-chavez-morre-aos-58-anos.html


Um aspecto interessante desse texto lido por Waack no ar é que, a certa altura, parece lamentar o insucesso da tentativa de golpe de Estado contra Chávez em 2002 ao dizer que ele “Quase foi derrubado em 2002 por um mal-articulado golpe militar no qual ele identificou a mão do império, a mão dos Estados Unidos”.
A quantidade de distorções dos fatos contida na cobertura da Globo e do resto da grande mídia sobre o que foi o governo Chávez, é imensurável. Essa afirmação de que foi o venezuelano que “identificou” a interferência dos EUA na tentativa de golpe que sofreu, é hilária.
A tentativa de golpe contra Chávez em 2002 foi publicamente condenada pelas nações latino-americanas (os presidentes do Grupo do Rio se reuniram em San José, Costa Rica, na época, e emitiram um comunicado conjunto de repúdio ao golpe) e pelas organizações internacionais.
Apenas os Estados Unidos e a Espanha rapidamente reconheceram o governo de facto da Venezuela, agora presidido pelo rico empresário Pedro Carmona, presidente da Fiesp venezuelana, a “Fedecámaras”.
Como primeira medida, o “presidente” Carmona fechou o Congresso e a Suprema Corte de Justiça do país e reprimiu, com tropas leais, as manifestações pró-Chávez que tomaram Caracas, com a população descendo dos morros que circundam a cidade para irem protestar diante do Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano.
E para que fique absolutamente claro que a participação dos EUA no golpe não foi uma invenção de Chávez, basta ver notícia que o portal da mesma Globo na internet, o G1, publicou em 2009. Leia, abaixo, trecho da matéria.
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Jimmy Carter diz que EUA sabiam de golpe contra Hugo Chávez em 2002
G1
20 de setembro de 2009
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1311305-5602,00-JIMMY+CARTER+DIZ+QUE+EUA+SABIAM+DE+GOLPE+CONTRA+HUGO+CHAVEZ+EM.html
Os Estados Unidos estavam sabendo do golpe que quase derrubou o presidente venezuelano Hugo Chávez em 2002, e talvez tenham até apoiado a frustrada tentativa, declarou o ex-presidente americano Jimmy Carter em entrevista publicada neste domingo (20) pelo jornal colombiano “El Tiempo”.
“Acho que não há dúvidas sobre o fato de que em 2002 os Estados Unidos estavam sabendo, ou tiveram participação direta, no golpe de Estado”, disse Carter ao jornal. Assim, as críticas de Chávez contra os Estados Unidos “são legítimas”, destacou o ex-dirigente democrata, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002.
(…)

Parece-me material suficiente para que, ao menos, a Globo não atribuísse só a Chávez a acusação de que os Estados Unidos foram parte integrante da tentativa fracassada de golpe em 2002 na Venezuela, certo?
É claro que o que o Jornal da Globo apresentou não foi uma reportagem, mas um editorial capenga, cheio de furos e que, se fosse publicado em uma televisão norte-americana, seria passível de ser contestado no ar por qualquer cidadão que se sentisse prejudicado, como determina o Federal Communications Commision (FCC), órgão regulador das comunicações eletrônicas naquele país.
Mas isso é nos EUA, que, como todos sabem, é um país “marxista”…
Voltando à dura realidade brasileira, no mesmo Jornal da Globo ainda tivemos Arnaldo Jabor com mais opinião e ainda menos fatos, vociferando sem parar contra Chávez, omitindo, distorcendo, inventando etc.

Nos blogs e sites, os antichavistas pareceram ter enlouquecido com a imortalidade recém-adquirida por Chávez. Virulentos, pornográficos, hidrófobos ao impensável, mentecaptos de todas as idades e de todas as regiões do país tentavam se superar em palavrões, insultos e praguejamentos diversos contra um ser humano que acabara de falecer e que, segundo informações minimizadas e distorcidas da Folha de São Paulo do dia seguinte, reduziu a pobreza na Venezuela de 20% para 7%.

Tanto o telejornalismo da Globo quanto os grandes jornais impressos do dia seguinte simplesmente não deram uma linha sobre o fato de que Chávez conseguiu os maiores avanços em termos de redução da pobreza, da miséria e de distribuição de renda na América Latina, sem falar do feito histórico de ter acabado com o analfabetismo em seu país, conforme referendo público da Unesco.
A impressão que o noticiário sobre a morte de Chávez deu a qualquer um que assistiu ou leu – mesmo às pessoas despolitizadas –, foi de surpresa. Muitos não conseguiram entender a razão de tanto ódio contra alguém que acabara de deixar a vida para entrar na história.

A explicação, porém, já foi dada aqui mesmo poucas horas após o falecimento de Hugo Rafael Chávez Frías: morto, está mais poderoso do que nunca. É relativamente simples destruir os vivos – ainda que, às vezes, como no caso de Chávez ou do próprio Lula, nem tanto. Mas é praticamente impossível destruir um mito.
O que se viu e ainda será visto nos próximos dias, semanas e até anos em termos de hidrofobia político-ideológica contra o falecido Chávez, portanto, não passa de um medo absolutamente visceral que a direita sente de um homem que ergueu a América Latina social e economicamente.


Hugo Chávez e o rola-bosta da Veja

http://satiro-hupper.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges
Os fascistas estão em festa! Macabros e patéticos, eles comemoram a morte de Hugo Chávez. Dão vivas aos EUA e à oligarquia racista da Venezuela. Na internet, uma via que aceita tudo, extravasam os piores instintos. Muitos destes seres medíocres se baseiam nos artigos de alguns “calunistas” da mídia colonizada e golpista. Reinaldo Azevedo, o pitbull da revista Veja, volta a ser a referência. Como bem definiu o teólogo Leonardo Boff, o jornalista é um autêntico “rola-bosta”, que empurra excrementos para os mais tacanhos.
Logo após o anúncio da morte do presidente venezuelano, Reinaldo Azevedo não conteve a sua alegria. Para ele, “Chávez, agora morto, foi vítima da própria farsa e não teve tempo de aprender com Lula”. O líder bolivariano optou pelo tratamento do seu câncer em Cuba, ao invés de fazer como o ex-presidente Lula, que tratou da sua doença num hospital privado. Morreu por sua opção ideológica, afirma o reacionário privatista, neoliberal e defensor dos genocídios imperialistas – que deveria tratar da sua saúde nos EUA.
Na sua visão delirante, a Venezuela não perdeu nada com o que ele chama de a morte do chavismo – “um misto de banditismo político com delírio ideológico retrô. É evidente que sérias turbulências virão pela frente porque o modo de governo inventado por Hugo Chávez, que morreu nesta terça, só funcionava com o carisma do caudilho. Agora morto, os gângsteres que o cercavam iniciarão a luta intestina pelo poder - ainda que a imagem do mártir garanta ao menos mais uma eleição para a turma”.
Reinaldo Azevedo trata o falecido Chávez como “bandido farsante”, “ditador”, “burro” e “bandoleiro”. Ele alimenta os pistoleiros da internet – que deveriam ser vigiados pela Polícia Federal em função do seu grau de violência. Como bem disse Leonardo Boff, indignado com as barbaridades do blogueiro da Veja quando da morte do Oscar Niemeyer, este sujeito se assemelha a um escaravelho, “popularmente chamado de besouro rola-bosta”. Um pena que ainda haja tantos leitores e assinantes da Veja. O boicote seria a melhor arma contra os seus rola-bostas!

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