terça-feira, 28 de junho de 2011

Brasil bate recorde em queda de desigualdade social

 

Classe C ganha 39,5 milhões de pessoas desde ascensão de Lula

O ciclo de governos progressistas aberto com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência promoveu uma revolução social no Brasil. Do início do governo Lula (janeiro de 2003) até maio deste ano, cerca de 48,7 milhões de pessoas — quase a população da Espanha — entraram nas classes A, B e C no Brasil.

O crescimento desses segmentos foi de 47,94%. Do total de novos integrantes dessas classes, 13,3 milhões passaram a fazer parte delas nos últimos 21 meses encerrados em maio, o que mostra que o crescimento continua.

Somente na classe C, foram 39,5 milhões de novos integrantes em oito anos e meio, um aumento de 46,57%. Paralelamente, 24,6 milhões de pessoas deixaram a classe E (queda de 54,18%) e 7,9 milhões, a classe D (recuo de 24,03%), o que mostra que a desigualdade no país vem caindo.

É o que aponta pesquisa divulgada nesta segunda-feira (27) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). “Você está falando de crescimento em cima de crescimento”, diz o professor Marcelo Neri, coordenador da pesquisa. A classe C, segundo ele, cresceu porque a renda do brasileiro vem crescendo desde o fim de 2003 — e a desigualdade vem caindo há dez anos.

“Esses são fatores fundamentais para este cenário de crescimento”, conclui Neri. “O terceiro fator é a estabilidade — seja a inflacionária, seja o choque de confiança que foi dado aos mercados.”  "Só pelo efeito da educação, se tudo se mantiver constante, a renda do brasileiro cresceria 2,2 pontos percentuais por ano, o que é bastante". Ele citou ainda programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que foi importante para a classe E, e o aumento do salário mínimo, importante para a classe C.  A pesquisa revela ainda que a renda do brasileiro cresce em proporções maiores que o Produto Interno Bruto do país, o que diferencia o Brasil de outros países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). De 2003 a 2009, a taxa de crescimento do PIB per capita foi, em média, de 2,88% ao ano, sendo superada em 1,83 ponto percentual ao ano pela renda da pesquisa nacional por amostra de domicílio (Pnad), que foi de 4,71% ao ano.


Brasil bate recorde em queda de desigualdade social

O país apresenta hoje a metade da população de miseráveis que tinha há oito anos, são 28 milhões de pessoas ou 15,32% dos brasileiros. A queda da desigualdade social é um feito notável não só entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que crescem com concentração de renda, como entre os países desenvolvidos, onde o índice de desigualdade vem aumentando desde 1985. É o que mostra a pesquisa “Emergentes dos Emergentes”, divulgada nesta segunda (27) pelo Fundação Getúlio Vargas. 

A queda da desigualdade social no Brasil já há dez anos consecutivos resulta principalmente de investimentos em educação e em programas sociais, mostrou o estudo.

Hoje esse índice apresenta a menor marca dos últimos 50 anos, atingindo 51% de queda só no Governo Lula.

Paralelamente, o resto do mundo vê o mesmo índice subir há décadas, inclusive nos países nórdicos, como Suécia e Finlândia, que integravam o bloco dos países mais igualitários do mundo.

Pilares da igualdade
O maior acesso à educação, que vem se intensificando igualmente já há dez anos, contribui para menor desigualdade social, embora os analfabetos é que tenham tido maior aumento de renda no Brasil entre 2001 e 2009.

Segundo o coordenador da pesquisa do CPS/FGV, Marcelo Neri, a renda do grupo cresceu 47% no período enquanto a renda dos que possuem pelo menos superior incompleto caiu 17%.

A distribuição do Bolsa Família é outro pilar da luta contra a desigualdade, produto tipo “exportação”, segundo Neri, que os chineses já estão estudando com o objetivo de implantar localmente e melhorar as condições sociais no país.

Finalmente, o microcrédito, segmento de negócios em que o Brasil também lidera na América Latina, está sedimentando a inclusão da população carente nos quadros produtivos da economia.

Um exemplo deles é o Crediamigo do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Ele instituiu uma importante política pública destinada aos trabalhadores informais no meio urbano que não tinham acesso ao crédito e tornou-se o 2º. maior programa de Microcrédito da América Latina e o 1º do Brasil, com 806 mil clientes ativos.

Também é reconhecido como o melhor programa de microfinanças da América Latina pela revista “Microfinanzas Américas”, publicada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Essa população que se beneficia do microcrédito para chegar ao mercado e os trabalhadores de baixa renda ou massa de desempregados que conseguiu recuperar postos de trabalho se beneficiam não apenas da disponibilização de crédito, mas também da maior oferta do emprego formal.

Em 2010 foram criados 2.2 milhões de novos empregos, prova de que, declarou Neri a uma emissora de tevê, a carteira de trabalho ainda é o grande símbolo deste grupo, apesar de o empreendedorismo avançar rapidamente.

Da redação com agências (redebrasilatual)

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