Os telegramas do Wikileaks sobre o programa espacial
Enviado por luisnassif, qui, 12/07/2012 - 14:43 Por Marco Antonio L.Do Opensante
Wikileaks: Revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC e morte de um Brasileiro
Telegramas revelam intenções de veto e ações dos EUA contra o
desenvolvimento tecnológico brasileiro com interesses de diversos
agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.
Veto imperial
O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel,
enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes
ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que
o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara
para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta
americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao
embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma
transferência de tecnologia espacial para o Brasil.“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.
Guinada na política externa
O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000
por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro
após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política
externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA.
Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos
constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil
cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir
nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de
qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o
tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles.
Bomba! Bomba!
O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo
Wikileaks e que também revela intenções de veto e ações contra o
desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso,
do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um
livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado
os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja
tecnologia é guardada a 7 chaves.A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.
Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.
Desarmamento unilateral
A revista publica providencial declaração do físico José
Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de
desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico
nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre
eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se
faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e
tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento
algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de
uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha
de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os
telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA
querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad ,
presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse
levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas
nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião
pública mundial.
Intervencionismo crescente
O semanário também publica franca e reveladora declaração do
ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados,
nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para
que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na
biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no
subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes
potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do
mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente
é, digamos, de um candura formidável.São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikileaks.
NOTA
Abaixo segue uma nota comentada pelo amigo Vladimir G. que também é muito interessante tratando se de possíveis sabotagens EUAxBrasil:
Em setembro de 2006, esse acidente se tornou a maior tragédia da história da aviação no Brasil, com 154 mortos. Aparentemente, uma colisão entre a ponta da asa de um jatinho Embraer com a fuselagem do 737 da Gol causou a queda do avião maior. Além de todas as notícias especulando as causas do acidente, a procura por corpos e destroços na floresta, os erros dos pilotos, as falhas dos radares... circulou na época um e-mail muito curioso, pra dizer o mínimo...
O autor do texto falava sobre uma equipe de cientistas brasileiros a bordo do avião. Segundo o texto, esses cientistas realizavam pesquisas sobre o uso de microorganismos em baterias elétricas, uma tecnologia revolucionária que permitiria a produção de baterias mais eficientes que as modernas baterias de lítio usadas em notebooks e celulares. Essa bateria de vírus seria mais potente, produzindo mais energia, em uma bateria menor e mais leve que as de lítio. Existem outras pesquisas sobre esse tipo de bateria, especialmente nos Estados Unidos, onde há um grande projeto sobre essas baterias. Porém, segundo o texto, o projeto brasileiro era ainda mais avançado e superava o americano. Infelizmente, a equipe de cientistas que trabalhava nesse projeto morreu no acidente.
Postado por Celio Roseno
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