As Oposições e Suas Batalhas
por Marcos Coimbra, na CartaCapital, via Julio Cesar Macedo Amorim
O
ano mal começou e a nova batalha das oposições, partidárias e
extraparlamentares, já está em pleno andamento. Se a primeira quinzena
de janeiro transcorreu assim, imagine-se o restante do ano. É fácil
perceber o que as move e aonde pretendem chegar.
A
espetacularização do julgamento do “mensalão” foi feita com o único
objetivo de desconstruir a imagem do PT no plano moral. O que buscavam
era marcar o partido e suas principais lideranças com o estigma da
corrupção, a fim de erodir suas bases na sociedade.
Só quem
acredita em histórias da carochinha levou a sério a versão de que a
imprensa oposicionista tinha o desejo sincero de renovar nossos costumes
políticos e promover a “limpeza das instituições”. Seus bons propósitos
são tão verdadeiros quanto os de Pedro Malasartes, personagem de nosso
folclore famoso pelo cinismo e pela falta de escrúpulos.
Por
maiores que tenham sido seus esforços, obtiveram, no entanto, sucesso
apenas parcial na empreitada, como vimos quando as urnas da eleição
municipal foram abertas. Os resultados nacionais e algumas vitórias,
como a de Fernando Haddad, em São Paulo, mostraram que os prejuízos
sofridos pelo PT em decorrência do julgamento ficaram aquém do que
calculavam.
Essa frustração as levou ao ponto em que estão hoje.
De um lado, a insistir no moralismo e na tentativa de transformar o
“mensalão” em assunto permanente da agenda nacional. Querem forçar o
País a continuar a debatê-lo indefinidamente, como se tivesse a
importância de temas como a democracia, o desenvolvimento econômico, o
meio ambiente e a educação.
De outro, a diversificar os ataques,
assestando as baterias em direção a novos alvos, procurando atingir a
imagem administrativa da presidenta e do governo Dilma. Por extensão, de
todo o PT. Não chega a ser um projeto original.
Nas disputas
políticas, nenhuma novidade há em acusar os adversários,
simultaneamente, de corrupção e incompetência. Em dizer que, além de se
apropriar de recursos públicos, não sabem governar, e que não há,
portanto, qualquer razão para apoiá-los, nem sequer o argumento do
“rouba, mas faz”.
Neste início de ano, o discurso das oposições, em especial da armada midiática, é afirmar que o PT rouba e não faz.
Atravessamos
os primeiros 15 dias de 2013 como se vivêssemos uma crise gravíssima e
difusa, como se o Brasil estivesse na iminência da paralisia total.
Quem
acompanhou o noticiário só ouviu falar em problemas, gargalos e
decepções. É o inverso do que ela costuma fazer em janeiro, quando a
maioria de seus leitores está de férias e pensa em outras coisas. Em vez
das habituais reportagens amenas sobre a musa do verão e os
preparativos para o carnaval, tudo o que publicam tem um tom
catastrófico.
Os mais radicais não escondem a satisfação com o
fraco desempenho do PIB em 2012 e os problemas de abastecimento elétrico
em diversas regiões.
Ficaram algo tristes com as modestas
tragédias naturais do começo do ano. Por enquanto, o que lhes resta é
torcer por calamidades espetaculares.
“Pibinho”, crise de gestão,
apagão, desindustrialização, inflação, desemprego, falta de ar
refrigerado no Santos Dumont, a disparada no preço do tomate, tudo vai
mal no Brasil, segundo a mídia oposicionista. Por culpa de Lula, que
“não soube aproveitar a sorte” e “desperdiçou a herança de FHC”, e de
Dilma que é “centralizadora”, “estatista” e “antiquada”.
Batem em
tudo que veem e, se não veem, inventam. Nos últimos dias, até o Bolsa
Família entrou na linha de mira dos “grandes jornais”. Sem falar na
raiva contra Hugo Chávez, a quem parecem detestar somente por ser amigo
de petistas – visto que nunca dedicaram aversão igual aos govenantes de
direita do continente.
São como os lutadores de boxe que não
possuem em seu repoertório um soco capaz de nocautear o adversário.
Lembram os enfezados pesos-moscas orientais, que brigam desferindo a
esmo diretos, cruzados, jabs e uppercuts – além de, vez por outra,
golpes baixos. Funciona? Até agora, pode-se dizer que não.
Apesar
do coro negativista, as pessoas comuns continuam satisfeitas com o País
e o governo, e esperançosas em relação ao futuro. Em recente pesquisa
da Vox Populi, 68% dos entrevistados disseram esperar que a situação de
suas famílias venha a melhorar nos próximos 6 meses, contra 2% que temem
que piore. E o mais provável é que os otimistas tenham razão.
Esta
semana, outro patético esforço de mobilizar os “indignados” conseguiu
colocar dez cidadãos na Avenida Paulista. Portavam cartazes pedindo
“Basta!”. Ficaram falando sozinhos.
Uma coisa é conseguir a
adesão de meia dúzia de ministros do Supremo, a maioria já alinhada com a
oposição. Outra é encher as ruas. Isso, ela nunca soube fazer.
E não consegue aprender.
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