sexta-feira, 12 de maio de 2023

DIA 9 DE MAIO - A GRANDE VITÓRIA DA URSS NA II GM

A GRANDE VITÓRIA DO EXÉRCITO VERMELHO SOBRE OS NAZISTAS

A União Soviética é, de longe, o país que mais contribuiu para a derrota do nazismo na Segunda Guerra Mundial. Nenhuma outra nação venceu tantas batalhas e mobilizou tantos soldados no esforço de guerra. Entre 1941 e 1945, o Exército Vermelho destruiu e capturou 607 divisões do Eixo. Para efeitos de comparação, Estados Unidos e Reino Unido, juntos, neutralizaram 176 divisões.

Mais de 74% das baixas totais da Alemanha nazista (10 milhões, entre 13,4 milhões de soldados) foram provocadas pelo Exército Vermelho. O número de soldados nazistas mortos pelas tropas soviéticas na Frente Oriental é seis vezes maior do que o contingente de todas as outras frentes somadas. Em seu ápice, a União Soviética mobilizou 2,6 vezes mais combatentes no conflito do que as outras 25 nações aliadas juntas. Os soviéticos inutilizaram 75% de todo arsenal da Alemanha nazista — incluindo 62 mil aviões, 56 mil blindados e 180 mil peças de artilharia. O país foi responsável por encerrar o domínio alemão em quase todas as nações do Leste Europeu e libertou os prisioneiros dos maiores campos de extermínio mantidos pelo Terceiro Reich.

Ao mesmo tempo, a União Soviética é o país que mais sofreu perdas humanas durante a Segunda Guerra. A ofensiva genocida perpetrada pelos nazistas contra o país custou a vida de 14,6 milhões de civis e de 12 milhões de soldados. Ao todo, 26,6 milhões de soviéticos foram mortos no conflito — quase 14% da população do país. O montante equivale a 4,5 vezes o número de judeus mortos no Holocausto. A desproporção demográfica causada pela Segunda Guerra afeta a Rússia até os dias de hoje. Segundo o censo de 2018, o país possui 10,7 milhões de mulheres a mais do que homens. A Uniãõ Soviética também sofreu enormes perdas econômicas. Conforme o Protocolo Final de Yalta, o país arcou com 65% dos prejuízos totais da guerra. Durante os julgamentos de Nuremberg, a União Soviética apresentou evidências de que os alemães dizimaram 71 mil cidades e vilarejos e destruíram 32 mil empresas.

Apesar da devastação generalizada causada pelo Terceiro Reich, a União Soviética não retaliou os civis alemães após sua vitória. Ao contrário: o Exército Vermelho ajudou Berlim a debelar uma crise famélica eminente, montando cozinhas de campanha e pontos de distribuição de alimentos em toda a cidade. Após a rendição do alto comando nazista, os soviéticos assumiram a responsabilidade de garantir a alimentação dos civis. Cada morador de Berlim recebia semanalmente três quilos de pão, 500 gramas de carne, um quilo e meio de açúcar, café, leite, água potável e vegetais. O Exército Vermelho também providenciou assistência médica à população, erguendo três hospitais de campanha, cada um com capacidade de atender até 5 mil pessoas.

Tão crucial e massiva foi a colaboração soviética na luta contra o nazismo que até mesmo as autoridades estadunidenses se viam obrigadas a dar o braço a torcer. Ainda em 1943, o presidente Franklin Roosevelt exaltava em um discurso os "feitos magníficos, sem paralelo na história" do Exército Vermelho, responsável por, em suas palavras, "colocar Hitler e suas tropas no caminho da derrota definitiva". Douglas MacArthur, comandante-chefe do Exército dos Estados Unidos, chamou a campanha russa contra a Alemanha de "a maior conquista militar da história".

A percepção de que a União Soviética havia sido a principal responsável pela derrota do nazismo era compartilhada pelo público em geral. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP) poucas semanas após o fim da Segunda Guerra na Europa mostrava que, em maio de 1945, a maioria dos franceses achava que a União Soviética era o país que mais havia contribuído com a derrota da Alemanha Nazista. Nas sondagens realizadas em 1994 e 2004, entretanto, tal percepção já havia sido alterada por completo. Nos últimos levantamentos, a maioria dos franceses creditava aos Estados Unidos o papel de principal responsável pela derrota dos nazistas.

Essa mudança reflete não apenas o efeito do distanciamento histórico na percepção acurada da contribuição dos Aliados, mas, sobretudo, o efeito massivo da propaganda e da mídia enfocando o papel dos Estados Unidos como responsáveis por derrotar as forças nazistas. Filmes, revistas em quadrinhos, livros, documentários, séries e a indústria cultural em geral, além do jornalismo e das publicações acadêmicas, supervalorizaram o papel dos Estados Unidos no conflito ao longo das últimas décadas, ao mesmo tempo em que buscaram apagar, diminuir e esconder a participação soviética.

Os posicionamentos dos governos estadunidense e europeus reforçam que a ação da indústria cultural em favor da reescrita da história tem um objetivo ideológico pouco disfarçado. Em 28 de janeiro de 2020, por exemplo, em pleno Dia de Lembrança do Holocausto, a Embaixada dos Estados Unidos na Dinamarca fez postagens nas redes sociais parabenizando soldados estadunidenses por libertaram os judeus do campo de extermínio de Auschwitz. O exército dos Estados Unidos, entretanto, nunca esteve em Auschwitz — os prisioneiros do campo foram libertados pelas tropas soviéticas.

Nos discursos oficiais do Dia da Vitória proclamados pelas autoridades estadunidenses nos últimos anos, as forças armadas dos Estados Unidos e Reino Unido são efusivamente parabenizadas, mas os militares soviéticos/russos não são sequer citados. Os estadunidenses parecem seguir a risca a ideia de que, se não é possível mudar o passado, é possível manipular a percepção das pessoas aliando propaganda e ignorância e vendendo revisionismo histórico como entretenimento.

 

Fonte: página   Pensar a História    do Facebook. 

 

 


 

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