Há que ir à rua protestar contra rendição do STF à mídia
Posted by eduguim on 08/06/12A esta altura, não resta mais dúvida de que o Supremo Tribunal Federal está se desmoralizando em decorrência de condutas e declarações de alguns de seus membros que vêm se mostrando claramente incompatíveis com a sobriedade e a independência que se espera da mais alta instância do Judiciário brasileiro.
A mesma imprensa tem pressionado o ministro José Antonio Dias Toffoli
a não participar do julgamento do mensalão, agora marcado para agosto
próximo, por ter sido advogado-geral da União no governo Lula, apesar de
não fazer o mesmo com Gilmar Mendes, que ocupou o mesmo cargo no
governo Fernando Henrique Cardoso e que vem dando declarações contra o
PT.
Nesta mesma semana, outro fato surpreendente e demolidor para a imagem do STF. Segundo o jornal Folha de São Paulo, o ministro Marco Aurélio Mello declarou que nenhum membro da Corte que integra teria coragem de pedir mais tempo para analisar o processo do mensalão porque “pagaria um preço alto demais” junto à “opinião pública”.
Quando Mello alude à “opinião pública”, evidentemente que não se refere aos cerca de oitenta por cento dos brasileiros que aprovam o ex-presidente Lula ou ao percentual pouco menor que apóia a presidente Dilma. Mello alude à mídia, a meia dúzia de donos de meios de comunicação que exigem do STF que condene todos os acusados no inquérito do mensalão.
Diante da suspeita de violação de limites constitucionais e éticos por membros do STF, movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos e até mesmo os cidadãos comuns devem se preparar para um grande campanha de protesto contra essa aparente rendição do Judiciário à mídia, pois constitui ameaça a todos.Se esses setores ficarem assistindo o STF se ajoelhar diante da mídia sob os temores manifestados, com sinceridade escandalosa, pelo ministro Marco Aurélio Mello quando este diz que nenhum de seus pares seria “louco” de desafiar pressões, podem estar certos de que ainda serão vitimados.
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8 de Junho de 2012 - 10h16 em http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=185326&id_secao=1
Petista critica data do julgamento do Mensalão
Secretário nacional de Comunicação do PT, o deputado André Vargas (PR) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de marcar o início do julgamento do mensalão para agosto, coincidindo com a campanha eleitoral. Os trabalhos começarão no dia 1º de agosto, e a estimativa do presidente do STF, Carlos Ayres Britto, é que até 4 de setembro todo o processo estará terminado.
"Já imaginávamos que ia ter pressão, mas não imaginávamos que segmentos do Supremo seriam tão suscetíveis assim. Infelizmente, as ações do Supremo não são cercadas da austeridade exigida para uma Corte Suprema", disse Vargas.Ele também criticou a transmissão de sessões do STF pela TV. "Em outros países o STF é muito mais austero", disse. "Aqui no Brasil, não. Tem membros do STF que viraram popstars. Esse formato, de ter julgamentos importantes transmitidos pela televisão, isso não está certo."
A transmissão ao vivo de sessões começou em agosto de 2002. Marco Aurélio, ministro que sancionou a lei de criação da TV Justiça quando ocupou interinamente a Presidência da República, disse que essa prática é um fato "positivo", uma vez que significa transparência, e não espetáculo.
Mesmo criticando as transmissões pela TV, Vargas disse que o PT não será prejudicado: "Já enfrentamos isso em 2005 e muita gente falou que o PT ia acabar. No ano seguinte, elegemos uma expressiva bancada de deputados e reelegemos Lula. Os que apostaram no fim do PT deram com os burros n'água e agora vão dar de novo". ---------------------------------------
Bastos critica pressão da imprensa ao julgamento do Mensalão
Mídia oprime STF, diz Márcio Thomaz Bastos
EX-MINISTRO DA JUSTIÇA, QUE, ALÉM DE DEFENDER CARLINHOS CACHOEIRA REPRESENTA UM DOS RÉUS DO MENSALÃO, DIZ QUE JAMAIS VIU TANTA PRESSÃO SOBRE O JUDICIÁRIO QUANTO A QUE ESTARIA APRESSANDO O JULGAMENTO DO MAIOR ESCÂNDALO DO GOVERNO LULA
247 – A imprensa foge de seu papel quando passa a fazer publicidade opressiva. A crítica é do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, representante do ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, um dos réus do mensalão, que começa a ser julgado no dia 1º de agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Thomaz Bastos, que passou a ser alvo de críticas ao topar defender o bicheiro Carlinhos Cachoeira por R$ 15 milhões, disse no programa Ponto a Ponto, da BandNews, que vai ao ar às 24h deste sábado 9, que jamais viu tanta pressão sobre o Judiciário quanto a que estaria apressando o julgamento do maior escândalo do governo Lula.------------------------------
Da Carta Capital
Mino Carta: A Marcha dos Marcianos

Recebi de um leitor a imagem que ilustra este editorial. Primeira página de O Globo pós-golpe
de 1964, Presidência interina de Ranieri Mazzilli, enquanto os donos do
poder e seus gendarmes decidem o que virá. Treze dias depois o então
presidente da Câmara volta a seu assento de congressista e a ditadura é
oficialmente instalada. Comentário do amável leitor: eis aí os
defensores midiáticos da democracia sem povo.
De fato, acabava de ser desferido um golpe de Estado, mas seus
escribas, arautos e trompetistas declamam e sinfonizam a história
oposta. O marciano que subitamente descesse à Terra, diante da página
de O Globo, e de todas as dos jornalões, acreditaria que o
Brasil vivera anos a fio uma ditadura e agora assistia à sua derrubada.
Em editorial, nosso colega Roberto Marinho celebrava: “Ressurge a
Democracia!”
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