quarta-feira, 11 de setembro de 2024

COMO OS ORIENTAIS E OS OCIDENTAIS VÊEM O MUNDO.

 

Como os Orientais e os Ocidentais vêem o mundo.

 

Resumo do documentário  “O Oriente e o Ocidente – Episódio 2 de 2”  de 43 minutos em um outro de 15 minutos da  EBS Documentary,  postado no Youtube há 12 anos, realizado por pesquisadores de Universidades americanas e chinesas. Neste documentário se usa Ocidente para países como EUA, Canadá e Reino Unido; e Oriente para países como China, Coreia e Japão. Postagem de 43 minutos: https://www.youtube.com/watch?v=AbzGGYA3dbg

Postagem de 15 minutos, resumo da mesma fonte: https://www.youtube.com/watch?v=-AhGhcH518M

 

Os ocidentais em sua maioria vêem o espaço como algo vazio, eles tendem a considerar o espaço como um ambiente onde os planetas flutuam, os objetos no espaço existem de forma independente do que há ao seu redor, MAS os orientais acreditam desde os tempos antigos que o espaço é preenchido com a energia conhecida como GUI, os objetos feito com este elemento estão intimamente ligados ao ambiente. É a partir destas perspectivas distintas que surgem as diferenças entre o Oriente e o Ocidente. No pensamento Ocidental  se dois objetos estão separados eles não produzem efeito algum um ao outro, entretanto no pensamento Oriental os dois objetos separados influenciam um ao outro de alguma maneira, foi dessa maneira que os antigos estudiosos do Oriente vieram a compreender que as marés eram resultado da interação entre a Terra e a Lua .

Os ocidentais tendem a enfatizar a individualidade dos objetos. A totalidade se refere ao agrupamento de coisas individuais, MAS para os Orientais a totalidade se refere a um amontoado sem qualquer individualidade distinta, em outras palavras unidade. Diferentes atividades cerebrais são tipicamente combinadas quando orientais e ocidentais  vem objetos em uma figura. As áreas do cérebro que são associadas principalmente com a percepção. Então o cérebro quando vê uma figura tem que interpretar todas as formas contornos e curvas... e o que nós notamos é quando um cérebro asiático vê uma figura, ele observa a figura como um todo e a parte do cérebro que presta atenção nos objetos individuais não é tão ativada assim.... enquanto os americanos quando olham para a mesma figura o seu cérebro se concentra nos objetos isoladamente.  Os movimentos dos olhos dos ocidentais e dos orientais foram estudadas enquanto eles viam um tigre na selva . O que descobrimos é que os americanos focam os objetos mais salientes e os asiáticos passam muito mais tempo para o que está ao fundo principalmente variando o olhar entre o plano de fundo e o objeto. No pensamento oriental as características de um objeto podem variar dependendo de onde ele esteja, então um tigre no zoológico é visto como diferente de um tigre na selva. Os objetos pertencem ao campo que está ao seu redor – o que é conhecido como a SITUAÇÃO. Os orientais podem ter a tendência a analisar demais a situação de um objeto já que ela determina as suas características.

Considere a pergunta, porque esse objeto é azul.  Para os ocidentais a causa está dentro do objeto porque o espaço ao seu redor é vazio.No pensamento oriental o espaço é preenchido com GUI e os  objetos são uma concentração deste  GUI  logo o objeto é azul por causa do gui que está ao seu redor. Este objeto azul está intimamente ligado aos objetos que estão à sua volta o que significa que deve haver atividades mais complexas fazendo com que ele seja azul.

A interação do Ying e do Yang é o princípio que representa o pensamento oriental. Ying é a sombra e Yang é a luz. De acordo com este princípio nenhum objeto existe sem o outro. ASSIM como a luz e a sombra.

“Isso existe e aquilo existe. Isso fez aquilo surgir. Sem isso não há aquilo. Isso desaparece e aquilo desaparece. “ Samyuktagama, sutra budista.

Os ocidentais separam os objetos e interpretam o seu significado. Separar e interpretar são uma ANÁLISE. A sua origem está no processo de separar. Classificar as coisas traz grandes vantagens isso contribui com o desenvolvimento do conhecimento ao longo do tempo ... é daí que deriva o desenvolvimento científico. A palavra ciência que deriva desse conceito significa separar e isso significa muito para os ocidentais . Os escultores da Grécia antiga exemplificaram esse processo de pensamento analítico. .. eles acreditavam que a beleza de um objeto vinha da proporção correta de cada parte. Isso é conhecido como GOLDEN RATIO ou RAZÃO DE OURO. A Última Ceia de Leonardo DaVinci é a mais famosa pintura na história ocidental; É famosa não apenas pelo seu mérito artístico mas também por apresentar uma perspectiva interessante dos objetos nela desenhados. Este tipo de perspectiva é característico de muitos estilos de pintura ocidental. Quando olhamos pinturas asiáticas identificamos facilmente que os artistas mantem uma visão a partir do Alto, o que é uma técnica completamente diferente da perspectiva ocidental na qual há uma limitação do mesmo ponto de visão. Com este tipo de perspectiva o espaço pode ser incorporado a um sistema coordenado , ao fazer isso o espaço vira um espaço objetivo. A palavra OBJETO pode se referir tanto a alvo de observação como qualquer coisa. O objetivo originado do objeto significa não subjetivo. Além do seu sentido literal a frase “eu vejo” pode significar também eu entendo. Essa perspectiva a qual se origina o ato de ver é um elemento importante para entender a mentalidade ocidental.

Na cultura Ocidental o EU está quase sempre no centro de tudo. Em inglês o pronome pessoal EU é escrito com letra maiúscula sempre, não importando a sua posição na frase. Até mesmo a palavra INDIVIDUAL formada do prefixo negativo IN e da palavra DIVIDIR  sugere algo que já não pode mais ser dividido. Individuais são sinônimos de ÁTOMO os quais são vistos como indivisíveis e impossíveis de quebrar em parte menores. Na cultura ocidental os indivíduos são frequentemente tratados como ÁTOMOS que são as unidades básicas de todas as coisas. Na cultura americana a INDIVIDUALIDADE é um valor supremo. Os ocidentais são criados para serem independentes. Independentes originalmente significa não depender de alguém. A palavra INDEPENDENTE é a combinação do prefixo negativo IN e o verbo depender que significa estar sujeito a.....

Para os Orientais tudo no espaço está mudando constantemente. Para o típico oriental tudo é resultado destas interações com o ambiente. Este crisântemo é parte desta interação. Ele é o resultado de várias interações com o ambiente por um longo tempo .

“Para que um crisântemo floresça, uma coruja deve piar na primavera” (trecho de um poema coreano de So Chongju).

Muitos objetos são criados e desaparecem como resultado de diversos fatores . No budismo isso é chamado “....” (algo como yeugui) que significa que as coisas surgem a partir de outras que já existem... se refere à idéia de que todas as coisas derivam das condições ...  o conceito da rede de Indra é introduzido no livro Avatamsaka Sutra – uma importante escritura budista. A rede de Indra se refere a grande rede que cobre o espaço. Esse termo é uma metáfora que sugere que tudo no espaço é parte desta rede. As bolhas transparentes estão em cada nó desta rede...Essas bolhas representam cada objeto no espaço e cada uma delas reflete a imagem das outras bolhas que a cercam. A maneira com que as bolhas transparentes refletem outras bolhas faz a analogia à mentalidade oriental de projeção relacional. Do ponto de vista oposto o que é visto é oposto à nossa perspectiva logo as pinturas são retratadas de maneira diferente da perspectiva do observador. Pinturas coreanas populares fornecem exemplo dessa perspectiva exterior. A figura pintada não a partir do ponto de vista do pintor mas do ponto de vista do objeto. Se você olhar de perto para uma das  bolhas da rede de Indra você poderá ver que esta bolha reflete várias folhas . No budismo isso é chamado de ......(algo como inshudadadeeu)... que significa que as partes pertencem ao todo e o todo pertence às partes...  Se você olhar atentamente para uma folha você poderá encontrar nela a figura de uma árvore inteira ... há muitos eventos como esse na natureza... isso é tão amplamente aceito que no Oriente é considerado como uma Lei da Natureza. A Lei da Natureza é aplicada ao corpo humano. Na chamada medicina oriental o corpo humano é comparado a um pequeno universo. De acordo com a medicina oriental os humanos são saudáveis quando eles vivem de acordo com a Lei da Natureza... se eles vão contra elas eles ficam doentes. 

No Ocidente porém a mente humana pode ser frequentemente vista como superior as leis da natureza. No Ocidente acredita-se que é a mente que encontra a verdade e não a natureza. Nas faculdades ocidentais eles sempre dão ênfase a seminários, dão ênfase a debates porque isso vem das tradições gregas, quanto mais você lida com o outro mais você discute com o outro , é mais provável que juntos encontrem a verdade e foi exatamente isso que Aristóteles disse – que a verdade é uma característica do discurso, então nós discutimos debatemos argumentamos e assim descobrimos qual é a verdade no meio disso. Desde os tempos antigos no Ocidente a observação e a análise tem-se desenvolvido para encontrar a verdade... nesse processo é necessário que o Observador apresente suas descobertas e permita que os outros procurem por enganos e erros. Assim o processo de trocar idéias e manter uma discussão livre é necessário para que a verdade seja encontrada. No Ocidente a oratória tem sido amplamente considerada . É por esta razão que a eloquência e a retórica foram transformadas em formas de artes visuais.

Ao contrário do Ocidente as pessoas que são eloquentes frequentemente não são confiáveis no Oriente. Em um contexto japonês as pessoas dizem que toda infelicidade vem da boca... aí temos a idéia que falar não é visto como uma coisa boa . No Oriente uma imagem negativa da eloquência existe há muito tempo.... os orientais tradicionalmente expressam que a linguagem é um meio para comunicar significado, então ela não existe para outro propósito. O filósofo juandi (algo como) proferiu a frase “....” a qual diz que se você entende algo então esqueça as palavras.... O próprio Confúcio se referiu que a linguagem não pode conter todos os significados do mundo. .

Para os Ocidentais a atividade na mente e na linguagem acontecem ao mesmo tempo, quando vem um cachimbo surgem em suas mentes a palavra cachimbo e eles a reconhecem. Esse princípio de identidade é um ponto chave da Lógica Ocidental.. PRINCÍPIO DE IDENTIDADE: A = A.  No (ishing= pronúncia em chinês) um livro de filosofia oriental, i se refere a mudança, o assunto principal do livro é mudança e alteração. Enquanto a filosofia ocidental básica é o princípio da identidade , a filosofia básica do Oriente é o princípio da mudança. Nas pinturas ocidentais os pintores pintam os objetos bem na frene deles, os pintores visitam os lugares onde os objetos estão localizados e os pintam. Nas pinturas orientais os pintores dão ênfase às janelas de suas mentes. Primeiro eles fotografam os objetos em sua mente, então quando voltam para casa eles recuperam as imagens que estão em suas mentes e pintam em seus quadros. Quando a mente do pintor é como uma bolha transparente o bambu refletido na bolha sugere que o Observador e os objetos sejam um só na mente. As bolhas mais transparentes são capazes de refletir melhor os objetos, é por isso que na cultura oriental a expressão “a mente deve estar limpa” é bastante usada. A mente mais limpa é capaz de virar uma só com os objetos . No pensamento oriental encontramos a verdade não através da discussão mas através da meditação que torna a mente da pessoa limpa e calma. Os ocidentais tentam entender as coisas analisando os objetos e os orientais tentam tornar um só com ele.

Fonte:  https://www.youtube.com/watch?v=-AhGhcH518M

 

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