sábado, 28 de maio de 2011

A privatização da saúde pelos tucanos de São Paulo

A privatização da saúde pelos tucanos de São Paulo


Um breve retrato de uma história de horror que se repete nos quatro cantos da cidade

Por: Redação Brasil Atual


Publicado em 28/05/2011, 09:45

Para a diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde do Estado (SindSaúde), Maria Araci dos Santos, o problema é que, desde 2004, os trabalhadores do estado são cedidos às prefeituras, por causa da municipalização e da administração indireta das OSS. “De quem a gente deve acatar ordem, do pessoal da OSS? O estado nos cedeu à Prefeitura, mas o estado não pode nos ceder para a OSS! Há um conflito generalizado”, diz Araci. “Quando há um curso de capacitação, formação e qualificação, o favorecido é quem trabalha na OSS", conta ela, acrescentando: “por termos tempo de casa, somos chamados de ‘velhos’”.

Hoje, o médico de uma OSS ganha salário inicial de R$ 7.000,00, que pode chegar a R$ 13.000,00 na periferia da Zona Sul ou Zona Leste, pagos pela OSS com dinheiro público. No entanto, o salário base inicial de um médico da Prefeitura é de R$ 1.272,00 e, para ganhar R$ 5.000,00 ele tem de fazer plantões extras.

Hoje faltam 500 médicos na rede municipal. “E é fácil entender por quê”, diz o presidente do Sindicato dos Médicos, Cid Carvalhaes. “O médico é obrigado a trabalhar vulnerável a toda sorte de eventos. A Prefeitura argumenta que o médico ganha, em média, R$ 2.500,00. Mas isso só ocorre graças à folha corrida da miséria, um monte de gratificação que desaparece com o afastamento dele, especialmente com a aposentadoria. No Estado, é pior ainda: o salário base é de R$ 600,00 e só chega a valores maiores com a mesma manobra.”

Por uma CPI da privatização

De acordo com o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), a privatização da saúde por meio das Organizações Sociais de Saúde (OSS), um modelo tucano de gestão, deve ser impedida. “Temos de tentar barrar essa privatização promovendo o debate público com entidades, organizações e Promotorias Públicas. Para Marcolino, o atendimento médico, que já era ruim, piorou, e o controle do Estado ficou menor. “Antes, os deputados acompanhavam e gerenciavam os equipamentos públicos de saúde. “Com a intervenção privada, via OSS, a fiscalização já não é mais a mesma” , diz.

A saúde em São Paulo vai de mal a pior

Postos lotados, diagnósticos errados, prontos-socorros fechados. Faltam médicos e enfermeiros

O Pronto-Socorro fecha as portas em casos de emergência. O paciente que precisa de UTI pode ter a vaga negada. Postos de saúde e atendimentos ambulatoriais vivem superlotados. Faltam médicos e enfermeiros. A cirurgia pode levar mais de dois anos para ser realizada. A consulta pode não ser marcada por falta de especialista. Multiplicam-se os casos de diagnósticos equivocados. Essas são as dificuldades que os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentam quando buscam atendimento de emergência e serviço ambulatorial em São Paulo.

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